ANÁLISE CRÍTICA DA AMIGA, ESCRITORA E POETISA ANA JÚLIA MACHADO AO TEXTO /**ESPÍRITO DA VIDA**/
ESPÍRITO DA VIDA
Manoel Ferreira Neto.
Texto em que o escritor Manoel demonstra a sua revolta para os
escritores que apenas pensam na fama e não sensibilizar as pessoas para a
verdade e não para a hipocrisia. Andar à procura do estrelato não é ser
escritor, é somente palavras, e palavras estúpidas por firmarem a casualidade,
por concretizarem o oco e o nentes,
Bem curiosos os escritores que carecem pompear o que compuseram em suas
existências para se sentirem autenticados pelos outros. Alvitra parecer que
carecem andar com suas insígnias no pescoço, suas taças nas mãos para
evidenciar sua utilidade.
Questiono-me um tanto quanto à união da conduta humana e de sua
adjectivação como benéfico, ruim, justo, bem-sucedido, ditoso, suspeitoso,
instável. De facto, é pelo procedimento de cada um que, pretendendo ou não,
avaliamos: pelas nossas consequências, entendemos nossas estirpes.
Mas, mesmo assim, a indiscrição que empurra essas pessoas chama-me
atenção porque, por trás da autenticação que adquiriram por meio de um
comportamento formal (concurso para os prêmios, entre outros), esse facto não é
o procedimento humano em si: é o efeito dele.
A consequência passa como o instante em que fora percebido; mas as
conjunturas que fomentaram o seu talento, depende da colocação do sujeito, da
sua índole, de sua notabilidade.
Nesse caso, para que dar tanta consideração ao que passou? Eu cogito ser
bem mais lucrativo e vantajoso em conhecer-se a pessoa em si. Mas não existe
como contestar a importância casual do efeito para acercar ao esboço do seu
temperamento-
Para algumas criaturas mais divinizadas estar vivo é a possibilidade de
poder efluir o tempo todo, encontrar-se sempre ateado e energizado, ser pró
ativo, cogitar afirmativo de que a existência é meramente linda e que benéficas
coisas estão sempre por vir. Mas é imprescindível sermos francos de que são
posicionamentos aparentemente ingénuos em alguns aspectos, pois não levam em
conta alguns agentes pensantes e inspiradores a respeito da nossa verdadeira
espécie humana em relação ao mundo. Não levam em conta o nosso sentimento de
desamparo em um mundo que, às vezes docemente, ou as vezes acre, nos silencia,
parece não nos escutar, se impingindo como algo amplo mas oco de sentido os
nossos intelectos de forma gelada.
Charles Darwin nos dispõe no planeta com sua sabedoria em consideração
do princípio transformista e ascendência do ser humano como resultado das
inerentes incorrecções sistemáticas enxergáveis na natureza, que dispõe os
seres vivos em inalterável disputa do acontecimento não projectado examinado de
maneira isolada, mas de extrema importância, que não pode ser banido quando,
sobretudo, se referir às ocorrências que o originaram, pela continuidade. Isaac
Newton nos aclarou com sua sabedoria mecânica a respeito das leis de
movimentos, gravitações e corpos materiais, exibindo que nem tudo pode ser
aplicado sob a ótica fanática da realidade.
E, isto tudo e haveria muito mais, para explicar um pouco o que leva à
conduta de certos indivíduos, para a sobrevivência…e infelizmente, atualmente,
é pela lei da selva e não por sentimentos.
Os escritores que pensam que vão ficar ricos à custa da escrita e da
fama, estão completamente cegos. Nunca vi nenhum escritor sobreviver da
escrita. Não pode ser levada como profissão e vaidade. Nem os grandes ficaram
ricos e a fama, geralmente, vem após a morte.
Como sempre o grande escritor Manoel, irrepreensível no que escreve.
Foto de Ana Júlia Machado
**ESPÍRITO DA VIDA**
Senhor Escritor, o verbo in-finitivo das palavras habita nos sonhos dos
desejos da "humanidade do ser", nas esperanças das querências da
verdade; a sensibilidade que é a sua essência, a arte que nasce dela o espírito
do seu ser só se tornam fundamento da vida que advirá de suas vontades,
desejâncias, se você se mergulhar profundo, levando em mãos feitas concha as
verdades todas da condição humana, manque-d´etrês, mauvaises-foi, in-verdades,
criando, in-ventando, re-criando abertura para o outro que reside atrás de seu
"eu" se re-velar, ser luz e ser sombra, luz que iluminará os caminhos
do campo rumo ao uni-verso do absoluto, sombra que é objeto de questionamentos,
indagações, perguntas sobre o Ser. Se não se mergulhar profundo com a sua
verdade, o verbo in-finitivo das palavras jamais se pres-ent-ificará, e você
será apenas orgulho, vaidade de registrar palavras nas páginas brancas, isto
porque o "verbo in-fin-itivo" só se mostra pleno se for em prol da
Vida, em prol dos Homens, em prol da Humanidade, e não apenas para si próprio,
satisfazer o seu ego carente de aplausos, reconhecimentos, preencher suas
dúvidas da eternidade, livrar-lhe das náuseas, dos vazios, dos nadas.
Senhor Escritor, as iríasis do infinito que residem no seio das letras
não se re-velarão apenas com os seus dons e talentos, com a sua habilidade de
artificiar línguísticas, semânticas, semióticas, objetos da beleza do belo, mas
com o cor-ação de sua sensiblidade, cor-ação onde pulsam a solidariedade,
compaixão, amor, com a alma de suas dores, sofrimentos, dúvidas, inseguranças,
com o seu espírito de sonhar o além das contingências, ter esperanças do
in-audito, ter fé nos mistérios e enigmas, libertar-se das algemas do
pretérito, abrir as asas para o há-de vir, voar liberto rumo aos confins do
eterno. Sem o cor-ação de sua sensibilidade, alma de suas dores, espírito de
sonhar o além, as iríasis do infinito não se verbalizarão, pois que seus dons e
talentos são objetos contingentes, não servem nem ao futuro nem ao eterno,
apenas justificam a morte; suas letras não esperarão sua morte para serem
cinzas, tornar-se-ão cinzas no exercício de sua vida no tempo.
Senhor Escritor, acaso você pensa e sente que apenas palavras
registradas em páginas, preenchendo livros e mais livros, garantem a sua eternidade,
garantem o homem, o indivíduo, o sujeito, será você lembrado por todo o sempre,
será semente e húmus de outros ideais, sonhos, esperanças, idéias no tempo do
mundo? Se assim o é, se pensa e sente assim, você não é escritor, é apenas
palavras, e palavras obtusas por solidificarem a contingência, por
cristalizarem o vazio e o nada,
Senhor Escritor, as palavras são o "Espírito da Vida" e a sua
vida com as letras deve ser sempre Esperanças e Sonhos do Ser, Desejos e
Vontades da Verdade para a Humanidade, Verdade que nasce e renasce no tempo.
Manoel Ferreira Neto.
(04 de junho de 2016)
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