**ENTARDECER** - Manoel Ferreira
Nonada de diamantes resplandecendo
livres
No uni-verso in-finito, in-fin-itivas
imagens
Verbos de cristais cintilando
sensíveis e linguísticos
No horizonte de eternas paisagens
trans-visíveis
Travessias!...
Pontes partidas!...
Veredas silvestres!...
Estrada de pós de poeira!...
Luzes da ribalta iluminando sendas
por onde
Espectros solares se re-fletem
trans-lúdics
Ilusões
Fantasias
Quimeras sorrelfas
Orvalho respingando nas folhas de
rosas brancas
No jardim à soleira do tempo, à beira
da montanha
Neblina cobrindo a choupana solitária
Na floresta de flores silvestres.
Invisível do visível!...
Visível do invisível!...
In-audita a beleza do belo...
In-inteligível a luz do verbo
Semântico que, entre particípio e
gerúndio,
Re-vers-ifica pretéritos perfeitos e
imperfeitos
Verbo metafísico,
Que entre dúvidas e volos,
Ad-versifica o nada e o ad-vir
In-versifica o vazio e o eterno
Plen-itide de ad-jacências da alma
Efemer-itude de reticências do
espírito
Etern-itude de ausências do ser
Verdades esvaecem-se trans-lúdicas no
ocaso
Absolutos dissolvem-se por acaso no
abismo.
Livre-arbítrio de esperanças e sonhos
Liberdade... Tempo e vento
Cor-agem... Ser e Nada
Entrega... In-finito e fé
Amor... Espírito da vida
Subjuntivos pretéritos do gerúndio
Indicativos particípios do
in-fin-itivo
Defectivas imperfeições do eterno
Prazeres
Ex-tases
Volúpias
Por que a terceira lâmina da navalha?
Por que a segunda lâmina do machado?
Por que o verso-uno da utopia do
pleno?
Verso
In-verso
Re-verso
Ad-verso
Face oculta do silêncio
Trans-lucidez da solidão
Palavras soltas
Idéias à toa
Pensamentos à revelia
Inter-ditos à mercê de idílios
Inter-postos do advir e do zagaia
Melancolia
Nostalgia
Nada a vers-ificar
Nada a ritmar de sons
Melodias e acordes
Nada a poematizar
Linguísticas semânticas.
Manoel Ferreira Neto.
(20 de junho de 2016)
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