**ALVOREJAR DO VERSO-UNO** - Manoel Ferreira
Travessia de nonadas, veredas
silvestres. Efêmeros instantes, fugazes revelações de sentientos e emoções. Ser
e Nada... Ser e tempo.
No alvorecer, primeiros raios numinos a-nunciando a
vida, antes de nada outros uni-versos in-versos do efêmero que nas conjugações
dos limitides, incidem miríades de luzes e fosforecências aos confins e
arribas, trans-elevando a alma que clama a vida do espírito, que roga a
ec-sistência do absoluto divino, dignidade e honra do eterno, ética e moral do
uni-vers-itário.
Efêmeros sentimentos trans-elevam desejos do alem,
no infinito raios de sol brilham nítidos e nulos.
Surpresa. O tempo cobre com sudário verdades
fugazes à do eterno instante-limite do ser. Amor, verbo do sonho. Dia outro
será o ontem de amanhã. Trans-elevam espectros no entardecer pálido e sombrio,
agonias, lembranças, re-cord-ações, memórias, pretérito de conhos, carências.
Ontem outro será o amanhã de hoje. Pretéritos preterizando preterizadas
vontades inauditas, aqui-e-agora de outros horizontes nominais, uni-versos ads
con-templados são a retina apocalíptica re-vestida de essências e nonadas,
aquém o livre-arbítrio proscrito de heresias, libertas quase tardia nom sum,
ases do sentido metafórico do eterno que embevece o éter que exala seu odor ao
longo de nuvens celestes brancas, deslizando no espaço poético, ritmando
gerúndios de sons clássicos, in-versas a-gonias res-plandecendo anunciações
inauditas do eterno-ser do espírito, alhures, algures prescritos de epitáfios,
subscritos de epígrafes, que prenunciam o alvorecer in-terdito de imagens
lúdicas, trans-lúcidas.
Temos raiz e temos abertura. Somos como uma árvore,
fundados no chão que nos dá força para enfrentar as tempestades. Mas também
temos a copa, que interage com o único, com as energias cósmicas, com os
ventos, com as chuvas, com o sol e as estrelas. Sintetizamos tudo isso,
transformamos em mais vida a nossa abertura. E se não mantemos a abertura - a
copa -, o mundo estiola, as raízes secam e a seiva já não flui. Morremos. A
dialética consiste em manter juntos o enraizamento e a abertura. Imanentes, mas
abertos à transcendência.
...A não ser que re-torne para plantar na terra a
semente que gerei... Meus sonhos são tão poucos os meus sonhos. Minha alegria é
tão pouca a minha alegria. Não sou mais que uma combinação incerta de dúvidas e
certezas, de acasos e encontros, de amor e de ódio. Em busca de um momento, em
busca de uma flor, hei-de fazer-me verbo como se fosse palavra, dar sentido,
ser esperança de encontro, colher a mensagem que a primavera deixou. Ombros
frágeis são os meus para adormecer no tempo a graça da Criação de Deus. Eis o
homem!... Eis Deus!...
... A não ser que busque a semente que pensei
plantar e a guardei, dizendo que não era inda o tempo de os frutos nascerem,
era preciso esperar o tempo. Quem sabe?!... Uma vez dissolvida as tensões e
livre a alma de suas angústias, depressões, fracassos, remorsos e culpas, pode-se
usar tudo o que existe na literatura para mantê-la livre, e talvez até uma
forma abreviada de psicanálise. Cada alma desesperada possui um útero de
esperança que está pronto a lutar pela realização dos desejos e sonhos, pela
sobrevivência e imortalidade...
Intransmissível Um -Verso de eloquências de
devaneios, entrançando de imagos, ópticas, lobos do "rosto-ser",
sensibilidades sôfregas, pejadas ornando de ânsias, imaginações, expectativas
coligações do "eu"/"tu", "nós" de pesquisas do
outro mundo. A feitiçaria do contacto, blandícia, a magnificência do enlevo, a
deleitação do tempo nas alas das expugnações, execuções, alvoroços paliando de
existência a área de recompondo de posturas, momices, procedimentos, proferindo
o espírito na palavra da concupiscência, consciências em sinopse experimentada,
vivida, um-poema de termos que patenteiam exactidões do ser-nós, verso-uno da
criatividade da caridade que reside a alma de natureza do excelso em noitadas
de lua, e resplandeceria de astro o ser-verbo-do- pleno, "adorar a
querença" - idolatram-se encanastrados, em sinopse do irrepreensível e do
inacabado no superior exemplar esplendoroso ao futuro do tempo que pressagia o
alvorejar da insubstancialidade.
Manoel Ferreira Neto.
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