**BÍBLIA SAGRADA**
Palavras são palavras, nada lhes pode impedir de revelar as verdades do
mundo e da vida. Escritores e poetas têm seus modos de expressão, com dignidade
e honra, colocando o chapéu e a carapuça nos merecedores.
Ode às putices do filhodaputa por serem as sementes e raízes do
nascimento de novos valores entre as estirpes de laias duvidosas, entre as
laias de estirpes ilícitas, entre as raças de índoles chinfrins, fechando os
caminhos das tradições de valores e virtudes, abrindo outras veredas para as
libertinagens, linguagens escusas da liberdade, trastices, do caráter e dos
instintos, quiça promiscuidades dos ossos!
Ode às imbecilidades do imbecil por regarem os risos e sorrisos dos
idôneos de princípios, oportunidade única de eles sentirem no âmago de si mesmos
o que é isto – ser retrógrado e alienado nos tempos modernos, o que é isto –
viver de passado, alienado em patrimônio cultural, histórico e artístico!
Ode às cretinices do cretino por mostrarem com dignidade, honra, só as
idiotices são capazes de real-izarem o que há de mais íntimo e percuciente nos
sonhos de outras realidades, horizontes, de tornarem reais a vida sem qualquer
sentido, só nascer, prolongar-se no mundo, conservarem as cretinices passadas,
criarem outras inéditas para as gerações futuras, morrerem por encontro
in-evitável, decomporem-se por uma anomalia da matéria.
Ode às maneíces do Zé por despertarem olhares de esguelha para todas as
suas falas e dizeres, discursos na tribuna, em eventos sociais e políticos, em
banquetes religiosos, tornarem-lhe a febre do momento em todas as situações,
tornarem-lhe objeto de atenções as mais di-versas, ad-versas, tornarem-lhe
querido e estimado em todas as rodas de bate-papo, sejam de coisas sérias -
quem não aprecia risadas sensaboronas à custa de alguém? -, avançadas, de nível
profundo, retrógradas, superficiais, caídas do galho, o que lhe deixa exultante
de felicidade, não sente mais a inolvidável solidão, inquestionável silêncio,
indescritível sentimento de abandono!
Ode à libertinagem dos libertinos por fomentarem os instintos vários,
deixando a alma depravada no jogo de luz e sombra, de raios numinosos e
penumbra, as atitudes e comportamentos ficando no cio do coração alucinado,
des-vairado, varrido da silva, vassourado de oliveira, as ações e ímpetos
varrendo as nuvens da dignidade, limpando as estrelas das honrarias com o cloro
do nihilismo, faxinando a lua dos idílios, sorrelfas do amor eterno, andando à
deriva no sem-limite, na permissividade!
Ode à permissividade dos canalhas só por inter-médio de todas as
porteiras e cancelas abertas, escancaradas torna-se possível a construção do
nada soldando outros estilos e linguagens de vida, na imagem baça dividida
irrompe lá do vazio das canalhices, novas criações da desesperança, como toda
PERSONA NON GRATA!
Ode às zeíces do Mané por ornamentarem com distinção e estilo o irônico
e o mordaz da crítica do quotidiano, até a prostração da auto-crítica desolada,
o agressivo de sonoros "filhos-da-puta”, até o lúdico de uma carícia
familiar e supostamente burguesa!
Ode as cafajestices do cafajeste por serem elas que, no silêncio, no
re-verso in-verso da solidão, falsificam os verbos da eloqüência em forma, da
verdade pontuda da carne, da planície lúcida de onde emerge a montanha do ser;
por à luz e mercê delas a humanidade des-ocupar-se em ec-sistir, sobreviver até
que a morte tenha o termo eterno para roer!
Ode às suciedades do burguês por dinheiro fazerem poupança do desespero,
angústia, medo, por os juros delas no inferno serem pequenos, por as cifras do
lucro no sangue escolherem a morte no instante do sono profundo, por na arapuca
de Morfeu serem as suciedades o sangue coagulado do espanto, da estupificação!
Ode às justicices do Poder Judiciário por elas serem as verdadeiras
responsáveis pela ausência de punidade, abrindo os caminhos e veredas para a
sociedade despertar daquele sonho de paz e tranqüilidade, romantismo de sétima
categoria e estrela, entregar-se ao jogo real das violências todas, dos crimes
hediondos, das corrupções em todos os níveis, rrevas e desenganos varrendo a
réstia tênue do crepúsculo!
Ode aos sonhos dos sonhadores que desejam suas éguas desembestadas, seus
jegues no pasto comendo do mais delicioso capim, seus porcos no chiqueiro,
desfrutando de tranqüilidade, após a lavagem do meio-dia, suas éclogas
desnatadas, suas liberdades que já tardam, os camelos sedentos no meio da
cáfila!
Ode à pedofilia dos clérigos pedófilos por ensinarem às crianças e
adolescentes o que é isso aprender os clímaces e gozos da carne, ao longo da
vida lhes desenvolverem a ponto de os verbos da sensualidade e sexualidade se
tornarem em carne fresca, sedenta de prazeres e alegrias, sendo isto abençoado
por Deus, pelas mãos de seu representante no mundo.
Ode às indecências do indecente por seus vocábulos e termos de baixo
calão enriquecerem os dicionários, transformarem os discursos e oratórias, nas
tribunas esclarecerem os interesses e ideologias escusos, muitas vezes
escondidos pela tradição, erudição, estilística e linguística da Última Flor do
Lácio, nos diálogos de ruas, praças, botequins, dos cônjuges com os filhos,
amigos e íntimos, id-ent-ificarem com primor suas naturezas e instintos!
Ode às defencices dos advogados, repletas das mais lindas oratórias,
cujos interesses nada mais são que a perpetuidade, o nome inscrito na história
para sempre, erudição de fazer lágrimas de emoção e êxtase, em nome de
diminuírem a pena de um assassino hediondo, evitando assim que as
penitenciárias, cadeias, presídios ão fiquem entupigaitados, e o respeito ao
ser humano não seja negligenciado.
Ode às politiquices dos políticos por só através delas as mentes são
apagadas, os cérebros devidamente lavados, as inteligências eliminadas,
possível então os tráficos de influência, as verbas desviadas, as propinas
milionárias, a aquisição ilícita do dinheiro público, vinhos e uísques de
primeira, luxos e luxúrias di-versas,
manjares deliciosos ee primevo e primeiro mundo, secretárias de assuntos
aleatórios as mais lindas e sensuais, acima de nada, abaixo de tudo, as
importâncias das oliveiras e day-réis, os orgulhos e lisonjas do bem-estar!
Ode às intelectualoidices dos intelectuais por serem com elas que as
teorias ficam sem solo de por baixo dos propósitos idôneos e lídimos, na
cisterna sem fundo de água, só terra íngreme e trincada, no abismo sem início e
profundidade, só vácuo, de por cima dos nonsenses das utopias e sonhos que
visam as luzes e esplendicências, até mesmo es-plendicidades ,edievas, à mercê
da medieval idade, medievalidade das idéias clássicas, eruditas, deturpadas
pelos interesses de outras realidades ou mesmo de outras ideologias do mesmo,
de outridades do tempo, originando e nascendo, sendo dada à luz aos trigos e
joios, misturados, separados, di-vididos, alhos e bugalhos, di-{s}-sociados da
realidade presente, das veias do coração que pulsa o sangue, negligencia, nega,
refuta, e ainda espera a transformação da carne em verbo, a mudança de
conjugações em id-ent-ificações da pessoalidade dos pronomes.
Ode às vulgarices, putices, imbecilidades, cretinices, libertinagem,
permissividade, cafajestices, suciedades, justicices... Que serão húmus de
outros pensamentos e idéias ee saber e conhecimento, através da vida, da
ec-sistência, para a AURORA, CREPÚSCULO no vai-e-vem dos acontecimentos,
iluminarem os olhos em-si-{mesmados}, da in-ec-sistencia da vida, da
con-tingência, da im-anência do ser por vir, da nad-ificidade do “Aqui e agora”
das Odes às Luzes pouco a pouco!
Manoel Ferreira Neto.
(02 de junho de 2016)
Comentários
Postar um comentário