CRÍTICA DA ESCRITORA, POETISA E AMIGA MARIA FERNANDES AO TEXTO /**ZEN DO INFERNO METAFÍSICO**/
ZEN DO INFERNO METAFÍSICO
Manoel Ferreira Neto.
Ah, quanta eloquência, quanto preciosismo no vocabulário, para
introduzir o leitor na temática do texto, isto é, a sincronia entre o espírito
e a ação ou corpo, o sonho e o amor. Tudo gira em redor desta duplicidade e
cumplicidade. O paraíso e o inferno, dicotomia perfeita para simbolizar o ser
integral que é composto por corpo e alma. A finalizar o tempo que se torna
eterno, quando o ser se entrega ao prazer. Perfeito. Parabéns , amigo escritor
Manoel Ferreira Neto.
Maria Fernandes.
**ZEN DO INFERNO METAFÍSICO**
Obscuridades intro-vertidas concluem de in-fin-idades a lividez da tarde
em propósitos fantásticos ao limiar do sol que se esvaece detrás da serrania à
extensão, à frontaria da extensão remota, cruze de todos os sistemas do Orbe o
anúncio frescor e pacífico da escuridão, sob as propedêuticas testemunhas dos
destinos, tremeluzindo de insonolências benevolentes as utopias da ninharia,
sonsices do despojado, à graça de primícias exteriorizações da fulgência da
veneta a recair em número indeterminado de veras meio-perpétuas que aldrabam a
decessa atrás do simulacro do reflexo além de enaltecendo os báratros do sem-
finalização ao cume do sem significado do não – ente. A chama da lareira, fora
de mim, ganha e traduz coisas que ainda não conheço, o desejo de fazê-lo existe
latente,
Saber-lhe a diferença entre ser e ec-sistir. Saber-lhe a sin-cronia,
sin-tonia, harmonia entre o verbo e o espírito.
Se re-conheço conhecê-las, revisto-as de espaço interno, espaço que tem
seu ser em mim, que tem seu sentido em mim, que me habita o mais íntimo, que me
é.
E profundo; cerco-as com sentimentos de agressividade e violência.
Não têm limites, não se tornam realmente conhecimento senão quando se
ordenam no coração de minha re-núncia, no âmago de minha indiferença, no seio
de meu desprezo, nos olhares críticos, cínicos, sarcásticos, irônicos,
enviesados na presença do absoluto de todas as coisas, na verdade de todos os
sonhos e utopias. através de mim, alçam vôos as palavras de mim, palavras que
re-colhem e a-colhem a presença da chama, a chama que em mim cresce, as águas
que me impulsionam a re-fletir a plen-itude, a peren-itude da vida na
experiência do verbo do amor, na vivência do amor pelo verbo por vir carne.
Perfeita a criação. Luz, amor, desejos. Efêmero o viver.
Esperanças, sonhos, utopias. Eterno o nascer. Lutas por uma identidade
plena.Quanta força ec-siste no ideal de sonhar!
Num ritmo de fascínio, pulsam corações no ossuário da terra, apaixonados
com o brilho das estrelas, lua, lua crua, sempre lua nua, sagrada hóstia de
querubins e serafins emanados pelo in-efável trans-cender da con-tingência e
forma.
O coração do verso oferece o peito à vida. A alma do verbo empresta a
carne ao belo. O espírito do sonho doa o desejo à esperança do Ser. Ser sendo
ao sabor do silêncio sereniza as sombras re-fletidas aos raios do sol.
Sou uma pessoa de sentimento vulgar. - Não me olhe assim. Não me
perscrute desse modo. Não fizemos o pacto da sinceridade? Amor, não confie em
mim. Não se entregue por inteira a mim. A qualquer momento posso levá-la para o
inferno. Contudo, amo você.
Generosidade sua não me confundir por sermos animais de cérebro da
mesmíssima falange. Amorzinho, este poema não é para qualquer um.
Explico-me: - um idiota do resultado de sua própria insignificância. Por
você estou de corpo e alma abertos, teleguiado para os céus. Prazer conhecê-la,
benzinho! Entre! Aqui, as portas do inferno estão abertas, escancaradas.
Não pergunte a hora. No inferno o tempo perde o significado.
Manoel Ferreira Neto.
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