COMENTÁRIO DA AMIGA SANDRA MARIA DE ANDRADE FREITAS AO TEXTO /**NO FRIOZINHO DA ANTÁRTICA**/
NO FRIOZINHO DA
ANTÁRTIDA
Manoel Ferreira
Neto.
As palavras formam
versos sob o comando de linguagem figurada, orquestrando no sentimento a mensagem...
com que facilidade brinca com as palavras, construindo poesia.
Sandra Maria De
Andrade Freitas
**NO FRIOZINHO DA
ANTÁRTIDA**
Con-vexos idílios
velados de tempos inestimáveis, remontando às zagaias do caos, vãos ideais da
verdade.
Côn-cavas quimeras
escondidas atrás da superfície lisa do espelho, furtivas idéias da plen-itude.
Tergi-versadas
ilusões trancafiadas nos cofres da memória, fúteis utopias do ab-soluto que
re-colhe e a-colhe as luzes do in-finito.
Des-conexas
fantasias enveladas de éritos das volúpias e ex-tases, hilárias esperanças do
ad-vir a-nunciado nas bordas do uni-verso, e nos horizontes alhures a neblina
sarapalha os ventos.
Tempo e vento.
Tempo e ser. Ventos e tempos.
Tem dias que se se
sente como quem idealizou o nada, sonhou o vazio, teve fissuras pelas nonadas,
a vida sarapalha de leste a felicidade e amor plenos, resta sentir o sabor do
contrário que seduz a língua a criar eruditos vernáculos da decepção para
atiçar a alma a re-fletir as sinuosidades da vereda que levam ao ser do
efêmero.
Frágil sentir o
friozinho dos ventos contraditórios, chamas da lareira acompanhadas de vinho
não aquecem, a alma se embrulha toda no sudário das nostalgias.
Tem dias que se se
sente à beira da eternidade, con-templando as arribas e confins, o inaudito das
belezas do in-finito, sonhando prazeres e volos do além, a alma pres-ent-ifica
as dialéticas da plen-itude e fugacidade dos desejos que preenchem as
forclusions do ser.
Tem dias que se
se... Não havendo dias que se se..., olha-se as coisas e objetos com
indiferença, observa-se a vida com náuseas, o ser se esvaece nas grutas das
maquinés desoladas, o tempo se esgarça nas cintilâncias lunares, o nada se
atira de cabeça no precipício, o cosmos e o caos mergulham no in-audito do
genesis... a vida nos auspícios da pureza.
Mas tem feito frio,
hein! Mas, enquanto a esfera da pena desliza no branco da página, mesmo que
garatujando nonsenses, a mão não precisa de luva para lhe aquecer, a alma não
se enchafurda no espírito subterrâneo, desejando as caliências do além.
Vou-me embora para
a Antártida, lá a esfera da pena dirá as in-verdades da verdade, o frio intenso
é fruto da imaginação fértil.
Manoel Ferreira
Neto.
(15 de junho de
2016)
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