*DEGRAUS DO INFINITO** - Manoel Ferreira
Degraus do infinito.
O tempo que desejo é ramo verde, viçoso, sem distância, sem long-itude
numa estrada cristalina, numa trilha de solo íngreme, rachado pelos raios de
sol, senão quando é mister atravessar os campos. Amor é uma esperança traçada
no peito de uma coruja e seu eterno canto na madrugada à luz da eternidade
projetada de imagens límpidas de perspectivas. E fazê-la cantar é recriar
silêncios e outros silêncios conceber, gerar, dar a luz a inauditos.
Águas límpidas na íris - minha prosa é a alma ardendo nas chamas do
desejo da verdade, entrelaçado à face oculta da palavra sendo universo de
cores, formas colossais, na face oculta dos símbolos e signos a luz do amor
habita silêncios e cumplicidades, solidão e correspondências.
Sorrio à esguelha, mergulho profundo nos recônditos do além, rasgo
solene as páginas pretéritas das ilusões, fantasias, peregrino no campo de
gerânios lívidos, acompanhado das cintilâncias do perpétuo, a leste de minha
visão a caliência do amor que me perpassa a sensibilidade da vida, o sensível transcendente
do espírito...
Por que não me sentir sozinho nesta jornada, se o eu de mim recria as
sorrelfas do pleno, se o mim do sou poetiza a prosa da contingência nos passos,
passos a passos, vazios de alamedas que perscrutam o pretérito presente do infinitivo,
degraus do verbo auspiciando a esperança-vazio da sublim-itude metafísica do
tempo que entre-laça almas gêmeas, que as inscreve nas pontas das estrelas, e o
ponto-instante revelando os cinco taos do sou-ser de meus sertões de veredas e
sonhos, vida seca no útero do ad-vir, porvir, vir-a-ser da magia. Amanhã serei
quem sou, a vida que as letras me reservaram, o amor que o tempo consumou na
minha alma.
Manoel Ferreira Neto.
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