DE EXCELÊNCIA COMENTÁRIO DA POETISA, ARTISTA-PLÁSTICA GRAÇA FONTIS AO TESTO /**PERFEITOS ESTRANHOS**/
PERFEITOS ESTRANHOS
Manoel Ferreira Neto.
Sensacional esse trilhar da mente sobre o caos predominante dentro de um
contexto concreto e questionável! Prbns.sempre Poeta!
Graça Fontis
O egrégio problema da humanidade, dos homens na atualidade não são os de
dimensões políticas e sociais, mas os humanos, hipocrisia, falsidade, farsa,
aparência, sobremodo a hipocrisia, a grande responsável pelo caos em todos os
níveis. Carece de a Filosofia e a Literatura, Pintura, alfim as Artes hoje
cuidarem com esmero desta questão que está corroendo todos os princípios éticos
e morais. Neste texto, com efeito, a mente trilha sobre este caos, como você,
Graça Fontis, percebeu e analisou com percuciência e excelência. Os
"perfeitos estranhos" neste caos são os que não assumem a hipocrisia
como pedra de toque para a realização de seus projetos e objetivos,são quem são
e vivem como quem são. Particularmente, tomei a frase de Machado de Assis como
lema de minha vida: "A hipocrisia não tem um leito de flores no regaço de
minha alma". Sou "estranho", sou "estrangeiro", mas
sou verdadeiro e autêntico. Não vivo de furtividades e futilidades.
Comentário de excelência o seu, Graça Fontis. Beijos.
Manoel Ferreira Neto.
**PERFEITOS ESTRANHOS**
POST-SCRIPTUM:
Este texto foi inspirado na música PERFECT STRANGERS, do grupo DEEP
PURPLE, não especificamente a lírica da música, mas na música em si mesma.
Hipocris-itudes eternas! Hipocris-idades imortais!
Mentes mergulhadas em verdades inter-ditas de sombras a envelarem
horizontes, de brumas a encobrirem universos, de trevas a esconderem o
silvestre da floresta, as margens do rio; almas chafurdadas em esperanças
entre-laçadas de vazio e nada glorificando o Apocalipse da In-dignidade e
des-honra, louvando o Hades da Proscrição e Heresia, ideais entupigaitados de
nonsenses do sonho, enaltecendo as primevas trevas do mundo, em cânticos
mefistofélicos da maldição, ódio, insensibilidade, sem valores - alma penada
vagando em túmulos do poder, sem virtudes - instintos condenados perambulando
nos epitáfios de tabernáculos à luz das imagens sacras sem ética - carne sem
ossos, rogando o verbo da plen-itude, a verbalização da essência absoluta do
divino, sem moral - cinzas dos princípios primevos re-nascidas nos umbrais da
amoralidade que seduz os dogmas da indecência, corações perenecidos de utopias
de ideologias, interesses espúrios da alienação, ausência da fé de as
bem-aventuranças salvarem o eidos do sublime, In-sensibilizando as dimensões
trans-cendentais dos desejos de liberdade, vontade da divin-idade, ossos,
cinzas, nada, des-carne das ilusões que, nas fontes do uni-verso além das
con-tingências, alimenta-se de a-nunciações do gozo de serem sementes de
gerúndios de sonhos, indicativo presente do Ser-com a vida, Ser-para-a-morte,
palavras, versos, re-versos, in-versos, estrofes, acorrentadas de símbolos,
signos, metáforas ao secular, milenar gozo do abismo inaudito indizível
"Ad perpetuum nihil"...
Passado sem vírgulas entre ad-vérbios temporais. Eterno eterniza nonadas
perdidas nos vácuos. Espelhos espelham imagens projetados no infinito. No
finito infinitivo do vazio metáforas cintilam. Nos gerúndios particípios das
angústias linguísticas brilham. Sou quem não sou, não sou quem. Pervago nas
estradas de poeiras semânticas sozinho. As esperanças devem acompanhar passos
comedidos. Cogito ergo nom sum nos universos. Semânticas ilusões preenchem
espaços, distâncias campesinas.
Verbos verbalizam sendas longínquas do ser.
Fals-itudes plenas e divinas... Versos, re-versos da morte, fim
con-tingente do corpo, re-citando evangelhos do sem-verdade de ovelhas em
rebanhos da ausência de fé, im-plorando o des-paraíso terreno, o baldio dos
becos sem saídas, nos tabernáculos de templos edificados às glórias chifrudas
da infidelidade ornamentada de prazeres, saltitâncias, perecendo da alma as
quimeras da felicidade, fantasias do amor, quimeras da Cáritas, estrofes
in-versas de pós-cinzas, nada do Ser, nonada do espírito , ads-tringentes do frio
milenar, secular da des-ética, des-moral, vivenciadas nos mata-burros da
não-travessia da noite da Idade Média pós-moderna aos raios de sol que
de-clamam as vers-itudes lusitanas da esperança da glória eterna, as luzes da
ribalta mundial com que os palhaços brincam, di-vertem-se, riem de angústias e
tristezas, sonhando o camarim da alegria, idealizando a imagem re-fletida no
espelho da re-presentação da imagem do ser-com-os-verbos-do infinito...
Semânticas ilusões preenchem espaços, distâncias campesinas. Presente
sem vírgulas entre verbos defectivos. De forma alguma pers palavras significam.
Multiplicam sentidos nos uni-versos multifacetados, dispersos. Lâminas afiadas
ceifam signos, significando sorrelfas. Ando sozinho perscrutando arribas de
sombras.
Saio de pequenas frases, entro no abismo de ventos frios, perpassando as
dimensões da contingência, atingindo os auspícios do inaudito. Quiça a
roda-viva do ser e não ser movimente o redemoinho das volúpias e êxtases.
Manoel Ferreira Neto
(23 de junho de 2016)
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