NA NEBLINA DA MADRUGADA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Às críticas literárias, Graça Fontis, Ana Júlia
Machado e Sonia Gonçalves.
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Efem-éresis...
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Dúbios sentidos do eterno perpassando,
circun-vagando, di-vagando, devaneando os liames da distância e a luz, as
nuances do longínquo de perspectivas quebradas, de ângulos ceifados,
conspurcando limites do nada, fronteiras do vazio; cancelas do vácuo, ambíguos
signos do absoluto roçagando as bordas do absurdo e as sombras, do nonsense e o
amanhecer nublado, cinzas do crepúsculo corroborando fronteiras do abismo onde
as nonadas ou se refestelam serenas aos raios do sol ou se espreguiçam calmas
na neblina da madrugada, na chuvinha tranquila que vai caindo, inspirações do
belo, da beleza, de letras eivadas de sentimentos, emoções, que isto revelem,
"os caminhos mudam com o tempo, só o tempo muda um coração";
controversos símbolos da morte e a esperança de alhures esplendendo miríades do
sem-fim às arribas fosforescentes do per aos vômitos do pétuo, a náusea sublime
arrotar metáforas do não-ser.
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Na petu-idade e petu-itude do desértico não-ser da
cochinchina borrifando o perfume metafísico do inferno nas meiguices insolentes
de Mefistófeles que se performa para o banquete das hipocrisias re-vestidas das
aparências dos dogmas cristãos, preceitos sociais, cláusulas políticas em nome
insofismável do pecado do verbo fornicar os sonhos do paraíso, desejos de repouso
na ilha de Safo; contraditórias metáforas do belo e os instintos templando os
ossos e cinzas tumulares, concebendo efígies para o tabernáculo dos idílios,
opúsculos das sorrelfas, em cujos frontispícios a sublime epígrafe:
"Cogito ergo non sum", configurando e performando o ossuário do
tempo, preceitos e dogmas da redenção, ressurreição, paradisíaco cócito do bem,
vestido ao erudito da Moral, ao Lácio Linguístico da Ética, chapéu clássico do
subjuntivo verbo do não-ser, numinosas miríades do supremo divino do nada, aos
secos e molhados do armazém fechado amanhã para balanço.
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Quem me dera agora sensibilizar a "anima"
de inspirações leves, suaves, tranquilas, serenas de versos e estrofes que
inscrevem no tabernáculo do templo a vida do espírito, qual as mulheres quando
acariciam o ventre onde trazem a vida a ser dada a luz, sentem o além, o
infinito, o uni-verso, horizonte silesiado de muitos sonhos, alfim o artífice
das letras é quem concebe, gera e dá a luz ao que há-de ser a semente da
liberdade, das utopias do verbo ser que nadi-sonetiza a alma de cor-agem de se
projectar a todos os espaços do além e do Infinito. Mulheres e artífices das
letras em nome da Vida.
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Quem me dera agora estender os verbos que se foram
a-nunciando, re-velando neste instante de vislumbrar o alvorecer, as primeiras
luzes da manhã, a todos os cantos e re-cantos, com um bilhetinho, como se faz
com os pombos, dizendo que o alvorecer não é uma promessa das paisagens no
Infinito serem cintilações da verdade, mas a verdade de que o espírito da vida
habita todas as dimensões do nada e do tempo.
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Quem me dera agora dizer às mulheres: "Somos
uns sonhadores, não somos? Mas a vida está nas nossas mãos".
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Efem-éresis... Sintese anamnética da solidão
desértica, silêncio marítimo, águas serenas, antítese mnética do silêncio
abissal, tese amnestésica do vácuo-ser do cicio de ventos mergulhados na luz,
sons e palavras do pleno.
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Adeus aos Verbos de Metáforas!... Au-revoir às
Metáforas da Estesia!... aos versos da Poesia!...
#riodejaneiro#, 21 de novembro de 2019#
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