A POIÉTICA DAS PALAVRAS VERSOS ESTROFES PRES-ENTIFICARÁ A LIBERDADE DO SONHO DE SER# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Candelabro...
Nas asas do tempo, nas penas
das fantasias, imaginações,
no jogo de improvisar,
nas tramóias da criação,
nos trambiques da filosofia,
tremeliques da estética da poesia
a chama viva, prolongando-se, prosseguindo-se.
LUZ!
CLARIDADE!
TRANS-PARÊNCIA...
pares de linces do olhar,
con-templando
o que há-de ser....
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Ipsis de vazios litter-isando o alvorecer de
neblinas, ads-tringências de regências e concordâncias verbalizando a distância
invisível, perspectivas de nada, imagens esquecidas, inolvidadas, perscrutando
o abismo do tempo, engendrando a fome saber, a sede de sabedoria, nonadas,
nonsenses, se ontem houvera de ser o aqui-e-agora, raios incandescentes do sol
estariam numinando o uni-verso, mas hoje o céu está por inteiro níveo, ao longe
algumas nuvens escuras, hoje não é ontem, o vazio promulga e sacraliza a
ausência do eterno, perquiria quiçá no crepúsculo, não havendo mais quaisquer
resquícios das ipseidades in-auditas do nublamento do tempo, quando naquele
entardecer de ontem refletia o vazio, chocando-se com a pluralidade do real,
nem às custas de pincenez é possível visualizar centímetros além da ponta do
nariz,
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as trevas iluminam os caminhos,
o "en-soi"-mesmamento sob a neblina
in-visibiliza
a poiética do verso-[do]-mundo,
as metafísícas, aqui e ali ontologias
do reverso-da-terra,
no in-verso-das-águas
no mais re-côndito in-terstício da alma
o nada espreguiça de tanta inércia,
quiçá sua ec-sistência fosse o prático-inerte,
mas é leitmotiv de todas as dimensões sensíveis
para a etern-idade do in-finito, etern-itude do in-finito, inda que ab-surdo,
mas, apenas entenda Sou Nada, venha e pegue nas mãos da
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etern-escência do sublime,
alfim a metalinguagem e metalinguística do ser,
que se sonha no sonho litteris
do ipsis-verbo do além,
que se ressona nos ideais retros
do in-fin-itivo de coágulos
de sol,
planeta que a-colhe, re-colhe
o girassol,
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dá asas de penas leves ao vôo pelos horizontes na
querência e desejância do há-de ser no além das águas - águia do eterno -,
fonte originária das passagens de por baixo das pontes, renovando-se,
inovando-se, de sendo-em-sendo, abrindo espaço nos chapadões e pampas para o
ser do ser na amplidão do mar, quando o azul se comunga com o níveo celeste, e
todos os portos das ilusões se pres-[ent]-entificam, a viagem marítima far-se-á
plena de glórias e conquistas, a-"sistência" vivenciária e vivencial
da "ecs"-perança plen-ificará, vers-ificará a entrega verbal e re-pres-ent-éticamente
sensível e trans-cendental,
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veneramos tudo o que é
tranquilo,
frio,
nobre,
longínquo, passado,
pretérito,
outrora,
tudo aquilo cujo aspecto
não obrigue a alma
a defender-se e guarnecer-se,
tudo o que se pode falar,
sem elevar a voz,
tudo o que se pode cantar,
sem desafinar,
tudo o que se pode declamar,
recitar,
sem poetizar,
basta
ouvir-se-lhe
o timbre;
cada espírito tem o seu timbre,
o timbre do estilo,
dá a explicação, a resposta
de que se necessita;
Este mundo está feito,
artificiado,
construído,
burilado,
para os olhos
e
não pode
conceber-se
a felicidade
sem espetáculos, sem festas!...
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quando a neblina do alvorecer,
"en-soi"-mesmando os verbos defectivos do In-finito, esplende de
luzes, palavras e sentidos, símbolos e signos, metáforas e sin-estesias, no
soneto do Porto a verdade do anti-ser que etern-inicializa o eidos eidético e
kathártico do há-de perpetuar pétalas, imort-inicia as pontes livres de
passagem, des-abrochando os élans da etern-idade à soleira das fontes originárias
do há-[de]-vir-ser o sublime, a sublim-itude, a sublim-idade do "eu
poético" que cria a vida sob os holofotes das esperanças da liberdade em
questão, daquele desejo in-descritível do ser no nada, ansiedade in-enarrável
nas crônicas do quotidiano, in-expressivel do nada nas bordas das utopias,
expressionista vou à labuta outra vez das fantasias, do imaginário das
quimeras, a terceira margem das águas virá como ilusão, pedaços do ec-sistir...
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A manhã será hoje, hoje será, antes de quaisquer
amanhãs, ontem, anteontem, ontem serão as pers das pectivas da eidética da
vida.
Quanto aos resquícios
de situações,
de circunstâncias,
nesta manhã,
do deserto para onde
se retiram
e onde se isolam, exilam-se
os espíritos robustos,
de natureza independente,
quanto dista da idéia
que dele formam
os eruditos,
crio,
a-nuncio,
"re-pres-ento"...
... Vida ...
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O perfeito procederá do imperfeito, travessias do
nada, paisagens de pectivas retros des-lumbradas, de bordas e fronteiras,
jornada de devaneios, quê homérica decepção! -, esvaece-se de antemão às
revezes, à supremacia do In-finito, velando e des-velando verdades, inda que
sob os questionamentos das futurais dialéticas do absoluto e ab-surdo, segue a
trajetória, itinerário poiético e poético das "itudes" da esperança,
a última dimensão do perpétuo que pre-figura e con-figura as yalas com a
cintilância das estrelas, sin-cronia e harmonia além de todas as divin-idades e
divin-eusidades, aquém de toda a fé que possa oferecer, que sempre é começo na beira
do mar, nenhum deus abarca o seu eidos, que tece a morte da vida, vice-versa,
com os élans das regências in-fin-itivas e con-cordâncias versais-uni, o
pre-núncio da felicidade perfeita, epitáfio do nada nas pre-fundas do esquife
de cabeça-ponta devido às vergonhas de não ser o grão de areia no deserto das
desejâncias das trans-cendências, suprassumirem as con-ting-ências das
contra-dicções entre o dia-bólico e o diá-logo, nonadas do thelos
ec-sistencial.
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O homem designa-se
a si próprio
como ser que mede valores,
perscruta virtudes,
que aprecia e avalia, investiga
os vestígios
inda residentes no tempo.
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Esperança de eternas etern-itudes e etern-idades,
esperança do pleno da vida, vice-versa, esperança do verso-uno do Sublime
Verbo.
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Palavras... Palavras... Palavras...
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Tenho algo diante de mim, no sentido espacial e
temporal, algo com que me importo, que quero tornar real, ansiedade de
perder-me no nada; ou o tenho atrás de mim, por isso o quero preservar ou
livrar-me dele. Uma parte do rosto, fita o futuro, a outra, o passado. Aquilo
de: providenciar o futuro para não perder nada do passado,
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o "nada" desvaira-se,
pois o efêmero é ponte para ele,
o In-finito,
devaneia-se de tanta "manguaça"
e sai pelos confins dedilhando as cordas
de violão de oitava categoria,
engrola "yesterday"
exala aquele bafo desagradável,
e seduz a boêmia do vazio, só melancolias,
nostalgias,
"Oh, vida!... Oh céus!...",
perdido no espaço.
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Palavras... Palavras... Palavras...
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Deixemos a prosa com o Nada, é o sábio dela, mas a
vida não se resume em prosa, vai muito além disso, o In-finito é o deus da
poesia, pois trás em si o silêncio, o deus da linguagem inaudita, o
"inconsciente divino".
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O In-finito haverá sempre de sussurrar
a canção das Esperanças da Verdade,
vão décadas,
vão séculos,
vão milênios,
e a poiética das palavras, versos, estrofes
pres-ent-ificará a liberdade
do sonho do "Ser",
o prosaico das metáforas, metafísicas,
sin-estesias,
inscreverá nas tábuas do tempo e silêncio,
os brilhos verbais
nos olhos faiscantes
de verdade
inda que a-nunciadas
distantes,
longínquas...
(**RIO DE JANEIRO**, 26 DE NOVEMBRO DE 2019)
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