ESCRITOR-POETA E CRÍTICO LITERÁRIO Manoel Ferreira Neto RESPONDE AO POEMA DE Ana Júlia Machado #VIVER FORA DA REALIDADE#
Em primeira instância, há-de ressaltar-se,
sublinhar que só mesmo uma ARTÍFICE DAS LETRAS, como você, Aninha Júlia, para
traçar o trajeto, sendas e veredas de um perfil crítico de meus passos
literários e intelectuais poeticamente, com toda a categoria da Fidelidade e
Lealdade ao Universo de minha obra, um exemplo excelso de ÉTICA em nível
crítico.
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Deixa você inscrito no Comentário do Post que o
poema é uma síntese de várias críticas patenteadas por você. Mesmo que não o
fizesse, perceberia a olhos nus, por intermédio da linguagem e do estilo.
Complexo, inestimável amiga, uma façanha neste nível, poetizar criticamente uma
obra. Parabenizo-a com muito orgulho.
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O egrégio problema do Escritor, do Poeta, do
Filósofo é esquecer de sua realidade existencial, a sua dimensão psíquica, o
quotidiano de suas relações humanas. Todo o seu pensar, sentir não possui
quaisquer valores, se se embrenhar, enveredar-se pelas teorias, não inserindo
nelas a sua vivência, o vivenciar o mundo. Assim, estará apenas mundando as
coisas. Em verdade, sim, por longos anos, embrenhei-me pelas teorias de
filósofos, escritores, embora no inter-dito estivesse presente a minha
vivência, isto para justificar as dores e sofrimentos, fugir de minha realidade
mundana. Mas, o encontro íntimo com a minha doce-esposa-companheira, Graça
Fontis, despertou-me para esta realidade, como ela mesma disse certa vez, mais
ou menos nestas palavras: "Não é a teoria pura que construirá o seu Ser,
sim a sua Vivência consciente de todo o processo de sua vida." Compreendi,
então, que estava mudando as coisas, não estava vivenciando a mim próprio,
estava sendo um verdadeiro "SALAUD", belíssimas palavras mas de
conteúdo oco, fútil. Trouxe, então, a mim à superfície, a partir de minha
felicidade com a minha Esposa e Companheira das Artes, tornei-me "eu"
próprio, diante de toda a realidade vivida e experienciada. Digo hoje que
Vivencio o meu estar-no-mundo.
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O seu poema, sintetizando várias críticas por si
patenteadas, traça este trajeto do Intelecto à Consciência Vivencial, passo a
passo, cada verso revela um momento, um tempo de minha vida, cada verso
constitui uma análise vivencial, um ensaio da vida e do intelecto, se se
in-vestigar a obra na sua reunião. O seu poema é excelso Ensaio.
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Reconheço-lhe, inestimável amiga, como Crítica
Oficial de minha intimidade, a partir de nossas vivências de amigos, e de minha
vida intelectual, através de minha obra. Intelectualmente, Graça Fontis, está
aprendendo a fazê-lo, intimamente, sejamos realistas, ela transcende você
porque é vivência íntima de cônjuges e companheiros das Artes. Sonia Gonçalves
é a crítica subjetiva de minha obra, traz ela a sensibilidade da obra à
superfície.
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Muchas gracias, querida Amiga, por tudo. Beijos
nossos a você e à nossa amada netinha Aninha Ricardo.
Manoel Ferreira Neto
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VIVER FORA DA REALIDADE
Ana Júlia Machado: POEMA
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Não entendo se sou uma silhueta, ou um ser
desnorteado
Por uma neblina de uma enfermidade que se
caracteriza
Pela privação da ligação com a existência
Não entendo o que sou… ou no que converti-me…
Ensaio.me como uma mágoa de espectro...
Como uma artéria, apenas sem seiva.
Isto tudo dissimulei minha enferma e presumível
vida,
Ainda não entendo, quiçá
eu encontre-me extremamente sumida...
Como um som cavaqueando com um covil…
provavelmente eu seja
A repercussão de uma existência antiga...
Tudo é tão espinhoso...
Ou encontrar-me deveras na orla?
No íntimo compreendo que resido preia…mas em que
local’
Para onde caminhei? (no érebo, concebem vocês)
Numa poça, eu posso ver olhares fúnebres e
distorcidos
Olho sem fulgores, como um sudário
reste o observar de um invisual.
Analiso que não interessa onde quer que eu vá, meu
intelecto
Não facultar existência além desses
paredões nebulosos e translúcidos.
O panorama enfermo e sepulcral apavora-me. Para
onde foi endereçada minha silhueta macula?
Preia nesse bosque invadida de semblantes
com observares acabrunhados!
Curso, e curso e ninharia altera, somente
a intensa negrura em meu âmago
Que criatura sou? Para onde fui carregada?
Qual será minha punição?
Quiçá isso seja um marasmo, ou somente
o intelecto de uma esquizofrênica.
Ana Júlia Machado
#riodejaneiro, 25 de novembro de 2019#
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