ESCRITOR POETA E CRÍTICO LITERÁRIO Manoel Ferreira Neto RESPONDE AO COMENTÁRIO DE Graça Fontis À PROSA #CARTA AO VULGO: PONTEIO DE PARTIDA#
ESTRUTURAÇÃO DO NADA NA CONSCIÊNCIA DAS
CONTINGÊNCIA EXISTENCIAIS E SOCIAIS
A metáfora "inveterado cantante" serve
com primor ao texto por, lendo-o, imagine-se um peregrino em sua andança
declamando as suas mensagens, cantando os seus pensares e sentires, patenteando
os seus mais íntimos sonhos e utopias. Peregrino ousado, intransigente,
polêmico, imperativo com suas idéias, em suma, como Graça Fontis mesma define e
conceitua com engenhosidade, peregrino inveterado, sem hesitação, nada havendo
que o impeça de intencionar a consciência estética e ético num mundo amplamente
esquizofrênico, conforme o diz a crítica literária Ana Júlia Machado em sua
crítica à prosa #FRENIAS E ESQUIZO DE VOZES VELADAS#.
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Estando o mundo em "constante transformação, é
o instante propício para a consolidação dos sonhos, sonhos de interação,
adesão, comunhão do mundo e do entendimento. E, neste sentido, não há outro
modo senão a colocação frente a frente de um excerto da crítica de Ana Júlia
Machado - "Um intelecto logo que não só realiza seus entendimento tendendo
originar execuções e procedimentos, mas igualmente as oportunas energias como
desejo que caminharão agitar esse processamento.", intelecto que convoca,
convida a coordenar as próprias sensações para a consolidação dos sonhos sob a
luz de metáforas convergentes. Assim, as duas críticas, embora referindo-se a
obras diferentes, temas e temáticas ad-versos, se comungam no interdito: a
carta ao vulgo é uma "chamada de engajamento", o vulgo entregar-se a
refletir o seu próprio caminho neste mundo em constante transformação, mas que
preserva e conserva a indiferença com o próprio destino. A função específica da
intelecção é reprogramar os ímpetos volitivos e paradigmas de conduta e
tirocínio reprocessando os resultados desses feitos, isto é, a função da
intelecção é a estruturação do nada na consciência das contingências
existenciais e sociais, "processo de repercussão mental", e a partir
dessa estruturação a condução do pensamento, idéias na elaboração dos ideais e
utopias do Ser.
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Terminando a sua exposição crítica, Graça Fontis,
amplia a sua visão das intenções da obra, o sonhar outras diretrizes para
artificiar a caminhada existencial, a adesão do mundo e do entendimento.
Manoel Ferreira Neto
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PINTORA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA, Graça
Fontis, COMENTA A PROSA #CARTA AO VULGO: PONTEIO DE PARTIDA#
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Heheh... já recebi a que foi destinada a mim, e
gostei demais de toda essa andança incomedida sob luzes e sons deste inveterado
cantante pelos caminhos da vida, sem hesitação e nada a aniquilar-lhe as
pretensões vai seguindo o sopro purpúreo e quente do vento conduzente ao que
mais cintila e o arrebata no entreposto deste mundo em constante transformação
onde convoca-se a coordenar suas próprias sensações para a consolidação de seus
sonhos aflorados de metáforas sob muitas luzes convergentes, daí integra-se em
todas as ambiguidades para também nos fazer sonhar! ... Alfim... amanhã será
outro dia, né meu querido Escritor, amei o texto!!!💯👏👏👏👏👏👏......
Graça Fontis
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CARTA AO VULGO: PONTEIO DA PARTIDA#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: PROSA
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Epígrafe:
"Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer" (Geraldo Vandré)
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Quem me dera agora houvesse já partido para as
terras do bem-virá e não compondo a nota derradeira desta carta ao vulgo!!!
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Amanhã será outro dia...
Pontear derradeiras letras inter-virtuais no ápode
deste instante-limite, no calor do ato criativo que perscruta noutras
ad-jacências da con-tingência outros sons que possam compor a lírica do que me
fez cantador. Ponteei de vernáculos as letras de sentimentos do sublime, por
vezes sublimes e puros, por vezes obtusos e ambíguos, esgotei-lhes a fonte, na
tentativa agonizante de os meus "ii" serem pingados de excelência,
longe dos "ii", sem mesmo a imaginação dos pingos, que são características
deste vulgo presente, é preciso partir para atingir, alcançar outras orlas do
mar de aspirações, outras sendas do vale, não planto em tempo que é de
queimada, não semeio sementes em lotes vagos, terrenos baldios, não componho
sons no vácuo... Pontear ainda algumas letras com os seus devidos acentos
ortográficos, para serem bem pronunciadas, emitindo-lhes a música do
inter-dito, enquanto reúno as que foram ponteadas, colocando-as na mala,
noutras ad-jacências virão outros vernáculos, outros sons, outras letras.
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Amanhã será outro dia...
Pontear de baldios do absoluto, no frontispício da
página de dimensões do vir-a-ser, outras pers, retros de pectivas do silêncio
que concebe o som místico do in-audito que pre-nuncia, a-nuncia constelações
que a-lumiam as soleiras de cavernas e grutas, inspirando a sentir o que lhes
habita o interior.
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Amanhã será outro dia...
De ponta cabeça o efêmero sacia sua sede paráclita
do destino que, de travessias em travessias, inscreve nas tábuas de veredas do
perene as á-gonias da liberdade, sursis da alma-com as sinas badalando no domus
de sinos das igrejas heréticas, proscritas, templos demoníacos, marginais, que,
de nonadas em nonadas, do verbo de morrer a vida da morte, epitafia os
mistérios místicos, míticos, legendários, lendários das sendas do inolvidável
lúdico e sensual sibilo da efemeridade que suprassume a poética do espaço
através e por inter-médio da estesia das brás-cubianas memórias das páginas
fenecidas de linhas e margens, o aquém da trans-cendência nutrindo e
alimentando o além-nada das nadificações do ser, estratificações do não-ser,
sub-stratos do verbo, in-stratos dos verbos à luz pálida do crepúsculo de
ocasos, o nada é miríade da vida, a miríade do nada são os espectros-luz que
são as palavras à sensibilidade do não-ser atrás dos ossos que, destrinçados,
mostrarão a carne do tempo, tempo do filet mignon que só reconhece o gosto quem
no paladar sonha sentir o prazer da vida.
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Aleluia... Tese...
Pontear de estrofes da verdade, no atrás do convexo
do espelho, a imagem do efêmero sed-uzindo a carência da etern-itude com o
veneno paradisíaco da árvore dos prazeres as miríades do tempo de esperanças do
volo eidos da vida plena de éresis da leveza do ser.
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Pontear de versos da contingência de sartreanas
náuseas, camuseanas do deserto inaudito, gideanas concupiscências do imortal,
belo da estética do sensível, os sonhos oníricos da vigília, genesis dos três
pilares ou das três estalactites da gruta do verbo que pingam de água
cristalina o inaudito da inspiração.
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É preciso partir para con-templar outras passagens
do vento, outras paragens da caravana para o porto solitário, outras paisagens
com a presença do arco-íris, outros panoramas do caminho que é também do
caminhar, estar sempre à altura do poder de transcender o vulgo, ir além do
tempo sem chuva, sem vento, sem neblina, sem neve, sem orvalho, tempo seco de
tudo, de nada, sentar na praia do grande mar e visualizar ao longe a gaivota
sobrevoando as águas.
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Aleluia... Antítese...
Sons de raízes dedilhados nas cordas frágeis dos
sentimentos manifestos e latentes, raízes de árvores frondosas, folhas tocadas
de brilhos numinosos, no peito sensações de leveza nos sonhos de amanhã, nas
esperanças futurais, e vou tocando as ovelhas de palavras, ovelhas-palavras, de
letras, ovelhas-letras, com o cajado das utopias de ritmos e melodias,
linguísticas e semânticas, das dialécticas de in-auditos e silêncios, coisas
que não faço cá, coisas que não componho cá, canto a vida porque sou forte e
tenho razão, boêmio de volta ao lar, cabisbaixo, trilhando os caminhos com
passos comedidos, lentos, na vagareza do tempo, pensamentos ao longe, sentindo
na intimidade do íntimo os recônditos das andanças de sonhos dentro de outros
sonhos, dentro de outros sonhos. sabendo nada saber de sabedorias, sempre o
sentimento do longínquo criar-se, conceber-se a presença da verdade do
ec-sistir à luz de compor a história, cítara e harpa em uníssono de notas e
ressonâncias de ritmos re-compondo de fantasias e ilusões a cor-agem e ousadia
de pro-jectar a liberdade para pulsar desejos e vontades do Verbo, nonadências
de sensações e inspirações, pontes partidas de intuições, mister a leveza do
olhar os horizontes e universos, íris e linces em con-sonância com o
re-velar-se, en-velar-se, des-velar-se da natureza, da perfecção da chuva, do
vento, da maresia do mar, em cujos interstícios do Ser e do Tempo residem os
orvalhos e neblinas do pleno.
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Aleluia... Síntese...
Os primeiros raios de sol do alvorecer brilham
atrás da nonada de espectros fosforescentes, no horizonte distante a neblina
esvaece-se, ponteio o lince do olhar e vou fundo no abismo do universo buscar o
som da cítara que ritma os acordes de sentimentos inda a-nunciados nos
interstícios da alma que, quiça à revelia do nada, serpenteiam o vazio da
inspiração, tomam a vida no cálice de vinho da morte, serão a luz a bordar de
miríades do sublime as notas do volo desejo do perpétuo, a eternidade além da
consumação dos tempos.
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Amanhã será outro dia...
É preciso partir...
É preciso o adeus acenar...
Amanhã será outro dia...
É preciso partir...
É preciso cortar caminho...
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Amanhã será outro dia...
Esta carta o vento saberá entregar aos
destinatários...
#riodejaneiro#, 14 de novembro de 2019#
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