**IN-FIN-ITIVO DAS ESPERANÇAS DO AMOR** GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto/Sonia Gonçalves: PROSA
Se eu morresse ontem, os éritos futurais do verbo
recitariam, à luz de cítaras e harpas, o soneto do In-finito seivando o
uni-verso de poiésis do silêncio, ritmo e melodia sobrevoariam florestas
silvestres, mares, abismos.
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Se eu morresse ontem, as iríasis in-fin-itivas do
eterno declamariam, sob a neblina do alvorecer, a prosa poética do absoluto
eivando-se das essências florais do tempo, tempo de esperanças dentro de outras
esperanças, res-plandecendo o celeste de raios numinosos de amor e sublim-idades,
o mundo pleno de espiritualidade, místicas e míticas do divino paraíso.
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Se eu morresse ontem, desenharia "nas nuvens
figuras arabescas/Em dantescas letras onde me inspiro...", sugeriria
"encanto depuro bálsamo/Nos álamos de meu caminho....", minh´alma
sentir-se-ia realizada e feliz por haver sido a sua utopia do verbo, sonho do
ser, deixando no mundo a disposição de haver empreendido o que desejava de mais
sublime, o infinitivo das esperanças do amor. Mil intenções da integridade de
amar "excita/Abriga os mistérios que intrigam/Na brilhante
constelação..." das dimensões sensíveis e espirituais.
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Se eu morresse ontem, as iríadas do genesis
florariam as pétalas suaves, respingadas de orvalho, exalariam as essências
regenciais do verbo de ser sempre as desejâncias e querências do uni-verso de
solidariedade, compaixão, entrega à verdade, verdade que trans-eleva as
con-ting-ências aos auspícios de outros sonhos de viver plenamente.
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Se eu morresse ontem, as éresis da inspiração
teceriam de palavras o vernáculo do ser seivando de verbos o in-finito sob as
paisagens do tempo à mercê do vento, travessias, travessias, travessias, os
éresis do desejo e vontade da estética das estesias comporiam sin-estesias e
metáforas re-presentadas de luzes, luzes res-plandecendo a lua e as estrelas de
ex-tases do belo, incindindo sob a terra a intimidade da verdade do amor, do
amor à verdade.
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Se eu morresse ontem, as "itudes" do
pleno, eterno, efêmero re-colheriam e acolheriam o nada e o vazio, nas águas do
rio cristalino de esperanças do longínquo e distante deslizariam solene o
silêncio divino da vida plen-ificada de amor, nas margens a humanidade saudando
o amanhecer eterno do espírito, do ser espiritualizando o verbo de luzes e
resplandecências.
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Se eu morresse ontem, as palavras silenciar-se-iam
por um instante, jubilando o vernáculo erudito do sonho de prazeres e êxtases,
mas seguiriam a jornada sem fim, sem meio, sem princípio ao In-finito do Verbo,
e no íntimo delas a sabedoria de que a vida me fora tão simplesmente a
caminhada para o perene do sensível, entregaram-me suas vidas nas mãos feitas
concha, e eu con-templei todas as dimensões da vida,
Se eu morresse ontem...
Se eu morresse ontem...
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Se eu morresse ontem, poeta não seria, seria apenas
sendeiro, viajante, peregrino do In-finito em direção ao Verbo In-finitivo das
Esperanças do Amor.
#riodejaneiro, 21 de novembro de 2019#
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