#LINHAS CACTUSEANAS DO INGLÓRIO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA ***
As
riquezas ocultas são fragmentos vazios dentro de sonos abismáticos...
***
Inferno
Chamas
perpétuas crepitando livres pretéritos e inconsciências,
Falácias
reverberando pecados retrospectivos,
Sopro de
mitos incorporado à alma perdida nas florestas
Indevassáveis
de arbítrios que emitem gritos desprovidos
De sons,
antigos,
Sonos não
ecoam, esvaecem-se no espaço inominável do vácuo,
Sentimentos
complicados não descansam,
Mergulham
numa espécie de trevas,
A
influência capitosa do vinho faz sentir com intensidade
As
penúrias da solidão...
***
Onde o
esquecimento a esquecer o desenrolar
Dos
instantes-já de absurdos?
Onde
olvidar o tempo de coisas que nos erros
Submergem
nos porôes obscuros, nas sarjetas obtusas?
Onde a
voz a reclamar os pretéritos fúteis,
Pensamentos
e idéias truncados a ensombrearem
Ideais
perdidos, angústias, desolações,
Driblando
a inconsciência de carências profundas,
Ressentimentos,
mágoas guardados com esmero,
Obscurecendo
as intenções de artificiar as trilhas do destino?
Quantas
fogueiras seriam mister para afugentar o frio,
Gelando o
corpo,
Faíscas
suspensas no tempo?
***
Mãos
vazias,
Frustrados
os princípios a esboçarem
As metas
que traçariam modos de tecer
A colcha
de quimeras, sonhos que cobre o leito dos fracassos,
Espírito
do subterrâneo habitado de ilusões fortuitas,
Mister
tirar do peito inseguranças, medos,
Na boca
urgente canto rápido
Feito da
impureza dos momentos,
Da má-fé
das atitudes e gestos, fugas do sofrimento,
Sombras
que atrás de si deixaram,
Risos sem
lábios flexíveis,
Pupila e
retina secas do mundo aí,
Gargalhadas
sem boca,
Olvidando
os códigos da língua sem movimento,
Inerte
qualquer jeito de alevantar-se e engrolar sagas,
Cruel
existir em condição filauciosa,
Exótica,
histórica, catártica, patética,
O tempo
se retraindo...
***
Como
existir os limites,
Se é
livre a imaginação,
Mas
proibidas as invenções, recriações?
As águas
do mar são o nada liquido, vazio liquefeito,
Porque
abrangem a imensidão da vida,
É livre a
navegação, remos à força dos movimentos dos braços,
Interdito
construir barco...
***
Inferno
A vida
não cansa de ensinar
A
psicanálise das fronteiras entre
Rogos
desérticos e arrepios cavernosos
Na
solidão das trevas, no silêncio das brumas,
Invadindo
e violando as leis criadas, inscritas, subscritas
De
cláusulas e remendos na ética regulamentada,
Vestígios
e lapsos da condenação eterna,
Cantando
altissonante as lamúrias;
A morte
não se cala
De
abdicar sob o penar de ser
As
ambiguidades limítrofes convertidas
Aos
nonsenses do riste da sabença
Que
percorre as linhas cactuseanas do inglório...
***
Círculo
de fogo, ardência ampliando-se por todos os sítios,
Refletindo
as penúrias,
Nem a
tristeza nem o medo e culpa,
Em hiatos
de lacunas,
Nem a
contingência
Dos
instantes existidos de falsas visões,
Ilusões
de óticas quanto tortura a idéia de situação infamante...
***
Oh, parte
subjetiva de mim,
Emaranhada
ao tempo sem bordas,
Teto
empoeirado nas mãos,
Brisa da
noite na sola dos pés descalços,
Inda vestígios
de poeiras...
No peito
tristezas pulsam
Dores
inestimáveis mexem-se, remexem-se sem piedade,
Se nada
na opulência, posso crer-me mais que outro sofrido
Pela
sorte, sinas, sagas,
Não posso
dizer-me desgraçado,
Onde as
condições de libertação,
Outros
rumos diferentes,
Largando
para trás as penúrias?
#RIO DE JANEIRO(RJ), 18 DE
MAIO DE 2020, 02:54 a.m.#
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