CRÍTICA LITERÁRIA POETISA E ESCRITORA Ana Júlia Machado, INTERPRETA E ANALISA A PROSA #O VALE CONTINGENCIA A JORNADA DO DIA#
No texto
do escritor Manoel Ferreira Neto, #O VALE CONTINGENCIA A JORNADA DO DIA#
poder-se-ia falar de muita coisa, mas destaco essencialmente, o enumerar a
hipocrisia, falsidade, poder, autoritarismo, o caminharmos para o abismo, a
colectividade perambula de vistas impenetráveis, o inacessível acha-se a ser
descerrado. Velozmente, o homem avança para a ruína, tão-somente da janela nos
amparamos desses acometimentos. O trilho possui emudecimento e não se demarca
em aglossia. Diante do avistar dos sem-fins, impetramos aos emissários e
querubins, que não anulem a azenha, pois tem de fruir de explícito trilho, onde
sejamos sémenes e não dementes. Da estrada surgida, acha-se as discordâncias a
olhos destapados, fruto sem sémen da análise restrita de um resultado coalhado
e retorcido. Ácida altivez de todo a classe de homem, findo e não anulado.
***
Chega, o
dia, que cansamo-nos de tanta mentira. Cansa-se da hipocrisia, da injustiça e
da falta de sorte. Simplesmente, cansamo-nos da vida… E, quando isto ocorre,
alvitra ser demasiado tarde para voltar atrás. Estamos aos poucos a
tornarmo-nos nacos de canhão para o combate. E questionamos:
Quem sou
eu?
Que ser -
o imerecido, o ambicioso, o falso, o preconceituoso, o untuoso e o enganador
jamais
será.
Será o
seu inerente espelho,
Olha no
seu olho e contempla seu coração.
Preferível
ser etiquetado de antissocial do que deter que suportar com o ónus de ser
adulterado e desleal. Cada um indumenta-se com o fato que melhor lhe cai bem, o
da sonsice, o do prejuízo, o do enganador puritanismo...
***
Já eu
prefiro vir nu, sem traje algum...A Sonsice não traja o autor, e muito menos na
era que está a atravessar-se a nível planetário, é avesso a vestimentas
"Contrafeitas. É tanta zelotipia, é tanta a fraude, é tanto apedeutismo, é
tanta dissimulação, e ainda pretendem que o ser creia que possa converter o
planeta um local superior, quando as potências a nível mundial que minam tudo e
todos com as armas biológicas...as outras já não existem, estas são muito mais
maléficas, que é exatamente o que desejam. Às vezes enche a bolsa, já não há
lugar para coisa mais alguma, a sonsice, adulteradas realidades, o marketing
pessoal que arriscam emborcar-nos pela garganta...
***
Quem não
conhecem as coisas como elas efectivamente são, termina por abater-se em
elogios numa hipocrisia mal exprimida da existência verídica.
***
Não
estejam à espera sobre o cântaro no fim do arco-celeste, quem já lá esteve sabe
que pode ter de tudo, menos riqueza.
Não
facultem vossos actos, sentenças, enganos ou ajustes a ninguém ou qualquer
energia encapotada, nem depreciem seus desacertos para serem melhor aceites a
quem quer que seja.
Somos
culpáveis por cada passo que facultamos e só há que arrogar tal facto, e saber
que tudo que tem, teve ou terá será fruto de suas escolhas - ponto.
***
Todo
mundo discursa e redige o que bem pensar, simples...
Problemático
é crer no que verbaliza, crer na realidade, ou pelo menos a que difunde como
seja sua autoria...
Meio
intrincado quando a concepção de "verdade" já amargou alterações e
procedências...
Mas cada
qual tem é que crer na sua, a que suporta consigo para onde vai e que não
altera com o meio ou de ajuste com criaturas com as quais convive.
Crê na
sua, inalterável...
Infelizmente,
poucas pessoas existem a pensarem por si...são influenciáveis pelos outros,
desde que obtenham lucro com isso, seja qual for o preço que tenha a pagar..
***
Termino a
dizer que não acredito no mundo atual e que estamos a chegar ao fim da linha,
quer queiramos ou não...quem tem poder tem tudo. Mas, pode ter a certeza que
vai como os outros, que em cinza tornar-se-á...
Ana Júlia
Machado
***
RESPOSTA
À ANALISE E INTERPRETAÇÃO SUPRA
"Matou
a pau", numa linguagem vulgar, Aninha Júlia. Em todos os níveis do homem
que sou, você exprimiu com engenhosidade e verdade. Não acredito no mundo
atual, estamos mesmo a chegar ao fim da linha. Mas deixamos o testemunho de
nossos ideais, esperanças... Para quem? Para, quem sabe, um novo mundo que sabe
sentir e pensar o que fora o VELHO MUNDO DE HIPOCRISIAS E FARSAS DA HUMANIDADE,
INTELECTUAIS MANCOMUNADOS ÀS UTOPIAS DO OCO E DO VÁCUO, ESCRITORES CAPACHADOS
ÀS FALSIDADES DAS IDÉIAS E IDEAIS. Somos escritores, não passamos panos quentes
na testa dos homens. Beijos nossos a você, nossa amada netinha Aninha Ricardo e
toda a sua família.
Manoel
Ferreira Neto
***
#O VALE
CONTINGENCIA A JORNADA DO DIA#
GRAÇA
FONTIS: PINTURA
Manoel
Ferreira Neto: PROSA
***
Caminho
por corredores estranhos e mofados. Algumas lembranças vazam pelos cantos,
dando um travo, apertando até ficar mais sensível a alma. Afasto estas
lembranças para poder seguir, importa isso, importa seguir, mas para onde?
***
Um olhar
dentro que sempre me faz arrepender de não haver dito as derradeiras palavras
nesta ou naquela situação, o gosto desenxabido de letras e acentos.
Principalmente do que não gostava. Arrependo-me do que não gosto, não trago
dentro qualquer admiração e reconhecimento. A paixão, a inominável paixão
ser... este o sentimento que irrompe.
****
Desde
quando acredito trazer comigo um bolo de sentimentos a ser dito nessa hora? Não
o sei, creio que desde a eternidade. Se é ou não chegado o momento de dizer
coisas armazenadas há muito, libertando-me do arrependimento trago nas costas,
sentindo-me entregue aos desígnios, não me é dado responder, mas, em
contrapartida, digo que algo está muito diferente, quem sabe por haver decidido
mergulhar nesta gruta, marulhar nestas águas ondeadas de gotas flanando no ar à
mercê do vento, seguir alguma trilha que, no íntimo, sabendo de antemão, não
mais me sentirei arrependido disto e daquilo. Não ajuízo os porquês sim e não
das coisas passadas, sim não saber havia tanto a ser feito, o tempo é exíguo
agora, tempo de perguntar "será que sou capaz de fazer tudo isso a toque
de caixa, de cinzas? Não quero deixar pendências, fiz o que tinha de
fazer."
***
a verdade
da vida ser o espírito de desejâncias,
ser a
alma de travessias e passagens,
travessias
e passagens de símbolos do vir-a-ser,
travessias
e passagens de signos do eterno,
***
as
travessias da vida serem a alma dos sonhos
perscrutando
as esperanças e entregas,
perquirindo
os enigmas do desejo de querer
a verdade
cristalina que sacia a sede do sujeito.
***
travessias
e passagens de metáforas da felicidade
e alegria
perenes, travessias e passagens
de
linguísticas e semânticas do pleno.
***
travessias
e passagens da metafísica da loucura
e
trafulhas imortais, trambiques póstumos
rumo à
insanidade de todas as gerações e tempos
***
Deixo-me
envolver pela carícia do silêncio, olhando uma luz que sai de uma fresta do
teto, incidindo na água de uma pequena lagoa no canto esquerdo. Encontro-me
sentado a uma pedra, contemplando as coisas. Anoitecendo. O vale contingencia a
jornada do dia. Bem filosófica esta cena, sentado a uma pedra no descampado do
vale, mãos amparando o queixo, invisíveis aos olhos de quem perscruta, olhando
ao derredor.
***
Cada
momento me transforma, convencendo-me, com a maior facilidade, a aceitar as
forças que me habitam, a acolher os sofrimentos e dores, sentimentos e emoções
trazidos em mim dentro; persuadindo-me, com algumas dificuldades, por haver
instantes, longos e difíceis, em que acredito não ser capaz de entregar-me aos
seus desígnios, a poderes mais criadores e inventivos.
***
Sonho.
Este
sonho traz-me tanto êxtase:
tenho
ansiedade de crescer,
ser
alguém na vida
***
– ouvira
isto desde sempre,
“é
preciso ser alguém na vida” -,
fazer
algo de que realmente gosto.
***
O sonho
leva-me à esperança e,
aos meus
olhos,
apesar de
lúcidos,
tenho
dúvidas se continuo consciente,
se a Arte
da Inconsciência
Concebe a
Vida da Sabedoria.
#RIO DE
JANEIRO, 29 DE ABRIL DE 2020, 00:54 a.m.#
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