#LENHADORES E GUARDAS DAS FLORESTAS E CAMPOS# GRAÇA FONTIS: FOTOS Manoel Ferreira Neto: PROSA ***
Lenhadores
e guardas das florestas e campos sabem o que significa o som das águas velando
o silêncio do perpétuo.
***
Esta
madrugada de hoje inspirara-me, ascenderam-me as volúpias e utopias,
sentimentos fortes. De repente, domingo em erupção inopinada. Domingo é dia de
silvos, sibilos e ecos. Domingo pede cachimbo à margem de uma fonte, que corre,
lira doce dos pássaros cantores. O céu, seus horizontes de mil cores, domina o
silêncio entre as flores, cala o mar, e o rio não se lhe ouve. Ah, pudera ter
um pouco de música e arte à noite, deitado na rede, chuvinha fina, então
saberia efetivamente que tipo de música e arte não quero ter, isto é, toda
aquela que intenciona seduzir e embriagar os ouvintes e os eleva a uns
instantes de sentimentos densos e nobres.
***
Plen-itudes
- re-fazendas de primevos princípios ao longo de caminhos à luz dos horizontes,
rios sem pressa, sem margens, sob a solidão do bosque, passando de carro,
trilhando suas vias, onde sarapalho as recônditas utopias do ser e do tempo,
onde imaginariamente arrabisco as ilusões perdidas nas recordações, sarrabisco
ideais lançados à distância; de confins, luzes esplendendo raios ao tempo de
con-tingências de buscas e encontros, de alhures, numinosos raios de sol
estendendo a claridade diáfana aos uni-versos de templos da imanência, velados
de esperanças, da vacuidade des-velados de fé, do que há-de vir, serem as volúpias
de êxtases efêmeros, o ser virgem nos auspícios da colina, escalá-la com a alma
de desejos e vontades, vislumbrar o panorama silvestre da selva.
***
Sublim-itude
de volúpias de êxtases efêmeros - a fonte de todas as coisas boas é múltipla,
as cores que embelezam os jactos de água de fonte luminosa são re-presentações
de sentimentos e emoções que perpassam o íntimo. Todas as boas coisas
expansivas pulam de prazer à ec-sistência. Ar solto, vento que me bate na cara
deixando-a agoniada numa imitação de um angustiante êxtase cada vez mais
inusitado, sempre, outra vez, novamente, semeio a palavra no vazio descampado,
planto letras no nada de chapadões.
***
A minha
arte e a minha mais cara astúcia em que o silêncio tenha aprendido a não se
denunciar pelo silêncio aprendi-as deambulando êxtases nas sinuosidades dos
caminhos, delineando sensações nas eter-itudes das sendas e veredas, burilando
querências e desejos nos versos-unos do efêmero e eterno. A metafísica e as
metáforas de luz da inspiração sem fronteiras, intermináveis, senti-as sublimes
e plenas nos momentos vazios do nada, e assim aproximei-me "cadinho"
das fontes almáticas das quimeras e querenças, "ca de que" canto a
passagem do tempo, sei como inventar um pensamento, criar ilusão de sons e
desejanças, ricochetear fantasias nas nuvens brancas. Pontes atravessei à mercê
do porvir de outros horizontes, no re-fazimento dos sentimentos de amor,
esperança, velando os sonhos à luz das velas eternas da alma à busca do
Espírito da Terra-Mãe a saciar a sede do sublime verbo do ser e da entrega. O
que capto em mim tem, quando agora está sendo arrabiscado em escrita, o
desespero, a agonia, a ansiedade das palavras ocuparem mais instantes que uma
olhadela, sufoco-me porque sou palavra e também os seus silvos, sibilos, quero
o fluxo da liberdade, sou gloriosamente livre.
***
Etern-itude
efêmera de êxtases de volúpias, sentindo desejos de trespassar as nuvens com
cintilantes fios de ouro e ribombar como trovão no seu BANDULHO DE VULCÃO,
re-fazendo de vazios estendidos ao longo das estradas as utopias da solidão do
ser, da identidade do "eu", longínquas vão as quimeras e nostalgias
do nada a preencherem as lacunas do abismo, lapsos dos erros do engano,
distantes vão as fantasias e melancolias da ausência a preencherem de presenças
o vácuo das falhas e faltas do ser no uni-verso de horizontes estendidos ao
longo do espaço, as nuvens brancas e azuis do não-ser cobrem de in-finito
resplendor as águas do oceano de etérea neblina...
***
Ritmo de
solenes eflúvios, nostalgias mescladas ao apocalipse de glórias esplendem de
longínquas re-velações da beleza a performance de danças lúdicas, os idílios da
felicidade velada de esplendores perenes do efêmero eterno - os sons fazem
dançar a liberdade em variados eclipses do sol, numinando o sublime alvorecer
do espírito.
***
Melodias
de águas de por baixo de pontes itinerando a jornada sem margens do destino,
peregrinas sem pressa do vir-a-ser de plen-itudes, no cenário voluptuoso das
re-presentações estéticas, manancial de alegrias, sonham com coisas longínquas
por um caminho solitário, à luz do tempo que devora os caminhos de trevas...
#RIODEJANEIRO(RJ),
15 DE MAIO DE 2020, 11:06 a.m.#
Comentários
Postar um comentário