#CARIOQUÉIA DE LUZ E CÂNTICOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA ***
Luz...
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A luz é
onírica. Sonhei que a luz existia não dentro, fora de mim, e era tocá-la,
colhê-la, e sem demora sorvê-la. No sonho, era noite, num quarto, pessoas
seguraram-me, colocaram a luz na minha boca, acordei sem fôlego. "Hei-de
gastá-la sem vão medo de que um dia se gastará.", logo que abri os olhos.
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Brilho
nos recônditos íntimos do Ser, numinando os ex-tases de desejos e vontades do
além que esplende paisagens do eterno sublime, do infinito que projeta imagens
da humanidade do verbo do in-fin-itivo que trans-eleva a face trans-lúcida do
puro amor.
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Iluminância
da palavra. A beleza indescritível está nela, habita nela. Mas é inalcançável,
e quando se pode alcançá-la é quimera porque outra vez continua inalcançável.
Há algo que me foge o tempo inteiro, não posso atingir-lhe na essência. Quando
não me foge, conquisto uma certeza: a palavra é luz. Tem um estilo brilhante,
linguagem luzidia, estilo nítido e resplandecente. Só para os experts a
palavra-luz se torna verdadeira. Não deve jamais ser esquecida a sua brilhança,
deve estar presente sempre.
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Raios de
cores trans-lúdicas re-velando nos interstícios da poiésis da sensibilidade,
que sonetiza de sin-estesias e metafísicas da plen-itude, utopias do sonho do
in-trans-itivo tempo de querências que perpassa as linguísticas do perpétuo e
da perfeição.
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Claridade
de esperanças do in-audito que sibila as dimensões de mistérios míticos e
místicos, que sussurra poesias do sublime no âmago de carências, solidões, do
belo, que se pro-jeta no horizonte de todas as fantasias, quimeras, imaginações
do eterno.
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Re-criando
sendas silvestres com futurais a-nunciações de acordes do tempo seduzindo os
ventos com líricas dialéticas do amor e das esperanças do verbo ser, da
liberdade e das utopias de verdade e vontade de visão-de-inconsciência e dos
instintos, re-fazendo veredas campesinas com o ad-vir de outras carioquéias do
pleno eivado de etern-itudes.
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Sensível
espírito do que trans-cende o divino, do que trans-espiritualiza as desejâncias
do in-fin-itivo in-finito, do que trans-essencializa os volos da cáritas da
entrega, do que trans-substancializa a inconsciência dos enigmas, evangelizando
o cântico dos cânticos de thelos e nous.
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Que
poematiza o Ser de versos da Verdade, que versifica a Alma de estrofes do
Absoluto, que poetiza o Espírito de sonetos livres do Sublime, que poesializa a
Vida de verbos eruditos do Divino...
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Que
incide raios, fornecendo as únicas iluminâncias para alcançar a verdade,
exercício da vontade de valor e não mera busca da verdade; como os valores só
são visíveis a partir de uma perspectiva constituída por compromissos de valor,
mister negar que todos esses compromissos devam ser postos em suspenso.
#RIO DE
JANEIRO(RJ), 15 DE MAIO DE 2020, 09:08 a.m.#
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