NÓS-NOS-ENCALÇOS-DA-VIDA-INDO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA ***
Nós-nos-encalços-da-vida-indo
Tu-nos-pés-do-tempo-passando
Ele-nos-calcanhares-do-desejo-a-nunciando-se
Ela-na-cola-da-liberdade-projectando-se
Vós-na-sombra-da-imaginação-fértil-revelando-se
Eu-de-mansinho-debulhando-as-contas-do-terço
Você-nas-trevas-do-inconsciente-re-colhendo-medos
Eles-de-mochila-nas-costas-pervagando-no-deserto.
Elas-nas-pegadas-do-tempo-sonhando-amanhãs.
***
As
palavras volando idéias
Do apogeu
da compl-etude
Em cujas
asas do verbo os desejos
In-fin-itivam
a línguística da verdade
Em cujas
ondas serenas do mar
Gerundiam
filosofias do espalhar-se na areia,
Do
embrenhar-se no bosque, do perambular na orla
Desfiando
simbólicas letras no signo lúdico de sin- cronias e sin-estesias dos instantes
que seguem a
linha do
tempo, enovelando sonhos, a-lumbrando o vir-
a-ser em
cujas eurítides uni-versais do sublime moram
a magia
mística do eterno, "... é na simplicidade o
despertar
dos melhores sentimentos...", mistério mítico
do
espírito. Miríades de luz perpassando os ventos.
***
Começar
do in-verso para atingir o verso verdadeiro ou inicializar da in-verdade para
alcançar as re-versas utopias que florescem à soleira das idéias da liberdade.
Palavras
de ad-versos sentidos,
Tremendo
pela impetuosidade de significantes
ao vento,
re-versas metáforas correm na
terceira
margem no rio de góticas sabedorias,
nas
nascentes do espírito, na ampulheta do
tempo, os
avessos das intenções.
***
Querer o
verso verdadeiro é criar, querer as re-versas utopias é re-criar a arte da
criação. Somente a criar devo aprender.
***
E onde a
águia, o gênio de pupila ovante,
Tem
vertigens, auras, desfalece e cai,
A
ceguinha débil, vagabunda, errante,
D´Olhos às
escuras, Infinito adiante,
Num
enlevo aéreo perpassando,
Num
enlevo aéreo perpassando vai!...
***
Branca e
pequenina, ligeirinha e leve,
Corta por
abismos, plagas sem faróis,
Várzeas
sem limites, mangues a perderem de vista
´Stepes
infindáveis que ninguém des-creve,
Que
ninguém ins-creve livre,
Que
ninguém narra solene,
Lúgubres
desertos de mudez e neve,
Bátegas
de brasas, turbilhões de sóis...
***
Lembras-te
da noite de poesia neoclássica
Em que a
lua e as estrelas brilhavam pelos céus
E nós,
unindo nossas almas,
Erguemos
a ampulheta às águas da fonte,
Ao verso
verdadeiro do ser e do tempo.
***
Lembras-te
da manhã do poema simbólico
Em que a
neblina cobria as montanhas, o mar, a natureza
E nós,
observando o que nos habitava o inconsciente,
Levantamos
uma taça de vinho aos mistérios e enigmas,
Às
metáforas do verbo e das metafísicas do desconhecido.
****
Vem um
anjo abri-las; a ceguinha mansa
Põe-se de
joelhos, em adoração...
Diz-lhe o
anjo: - Toma, guarda esta lembrança:
Uma palma
d´astros, a luzir Esp´rança,
Que à
velhinha humilde levarás na mão!
#RIO DE
JANEIRO(RJ), 07 DE MAIO DE 2O2O, 12:26 a.m.#
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