GRAÇA FONTIS PINTORA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA A PROSA #ENTRE PENAS IMAGENS E FOGO#
👏👏👏👏👏Poeta...
Texto divino, leio, leio e me pergunto, como pode e de onde vem tanta
imaginação e beleza? Não, creio que nunca terei resposta, pois somente você tem
a chave desse segredo que nos mobiliza à busca de uma intimidade com seus dados
criativos... sendo assim, fico por aqui mapeando e vasculhando nesse terreno
ilusório, certezas e verdades do que trazes nos alforjes centrados da memória
geradores de inúmeras interpretações nesse mundo de afetivas vivências
pretéritas e reais! ... Não há como não saborear e deleitar-se... Parabéns meu
querido!💋💋💋💋💋💋💋💋
Graça Fontis
@@@
Os
questionamentos, perquirições somam-se ao longo do tempo. De onde me vem tanta
inspiração? - questionam alguns. De onde vem tanta imaginação e beleza? -
perquire você neste momento. Em verdade, tanto em nível da inspiração quanto no
da imaginação posso mostrar os objetos através dos quais me inspirei, imaginei
a obra. Mas o sítio onde nasceram, desenvolveram, tornaram-se reais para compor
a obra é-me isto complexo e hermético, e não são jogos com os leitores,
deixar-lhes com "pulgas atrás das orelhas", deixar-lhes encafifados,
sobremodo eivados de expectativas. Isto é real. Inda não houve em toda a
história da literatura único poeta e/ou escritor que tenha respondido a estas
perquirições - isto é tarefa dos críticos, doutores, ensaístas, embora
quaisquer respostas sejam sementes para aprofundamentos os mais abismáticos.
Rolam pelos tempos a fora.
@@@
Não, não
tenho a chave desse segredo, não me é dado abrir esta porta. Esta intimidade
habita o mais recôndito de mim, dimensão com a que não tenho não tenho acesso,
vai muito além das dimensões sensíveis, racionais, intelectuais. Será sempre um
mistério. Sendo sério, soubesse-o, dir-lhe-ia com todas as letras, palavras,
pronúncias, com efeito escondendo dos leitores, fazendo-lhes mapear e vasculhar
a obra compulsivamente, arrancando cabelos da cabeça aos tufos.
@@@
Dons e
talentos são os lídimos responsáveis por todas as artificiarias das obras
literárias, poéticas, filosóficas, artes plásticas e cênicas. Sem dons e
talentos não há quaisquer artes, há despautérios de toda ordem.
@@@
Neste mundo
de afetivas vivências pretéritas e reais os artífices das palavras vivemos
entre penas, imagens e fogo, buscando a "Existência", buscando transmitir
o "Eu" dela, produzindo as águas do rio que saciarão a sede do saber,
do conhecimento. Voamos por todos os horizontes da terra-mãe, e nos vôos vamos
delineando os nossos passos.
@@@
O que são
certezas e verdades no terreno das Artes? Simplesmente não existem; são
questionamentos, in vestigações.
Manoel
Ferreira Neto
@@@
#ENTRE PENAS
IMAGENS E FOGO#
GRAÇA
FONTIS: PINTURA
Manoel
Ferreira Neto: PROSA POÉTICA
Sem rota ou
pensamento, numa incerta hora gélida, presumo estar livre de tudo, de atingir qualquer
porto propício em acordar memórias, lembranças... e as folhas da palmeira
crescem, coqueiro-de-espinho desolado se alteia, cactus do deserto à luz do sol
incandescente produz a água que saciará um pouco a sede dos peregrinos. Razão
sem razão de me agoniar sobre restos de restos, o resto é devaneio, desvairar é
resto de devaneios, inclinar aflito sobre vestígios de vestígios, de onde
nenhuma sublimação, nenhum alento vem refrescar as chamas voluptuosas do
repensamento. Quando só há lembranças, recordações, ainda menos, menos ainda,
tiquinho, nada, nada de nada em tudo, não vale a pena acordar quem acaso se
refestela na colina sem árvores, no pico sem castanheiras, nas serras sem
orquídeas. Se acaso é res-ponder a enigmas inauditos, somar-lhes um enigma
inaudito mais alto, a mistérios interditos, comungar-lhes algumas lendas e
causos, tomar um copo dos grandes de suco de graviola numa tarde de temperatura
a cinquenta graus, quê inferno, nove horas da noite, o suor escorre-me no
rosto, caiu-me no colo. Putz.
@@@
Nem a hora
que passou logra tornar atrás.
nem a onda
que passou voltará de novo a ser chamada,
Com passo
rápido se escapa a idade, e não é tão boa a que vem depois, quão boa foi a que
veio antes.
Com um olhar
introspectivo, circunspecto, havendo num dos olhos um pequeno desvio, só mesmo
visto com atenção, se observar bem, a todas as coisas, objetos, e com certa
reticência o homem, acrescentar-llhe um inaudito e interdito em uníssono em
algumas mentiras e lorotas, saltita, sapateia, dança a dança do nonsense e do
orgulho congênito. Imagino que luz ele trará à solidão do quarto na madrugada
secreta de sentimentos acumulados, pensa logo que des-cobriu enxada para
plantar os grãos de pimenta que arderá por toda a eternidade.
@@@
De facto,
dispomos penas e imagens em filas, [começando pelas mais curtas, a curta
seguindo a longa], a ponto de julgarmos crescerem num declive: assim cresce
gradualmente a flauta campestre com as suas canas desiguais. Não pesamos nas
penas e imagens, e, demasiado alto, não as queimamos o fogo. Voamos entre as
penas, imagens e o fogo.
#riodejaneiro,
24 de janeiro de 2020#
Comentários
Postar um comentário