ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA MARIA ISABEL CUNHA COMENTA O POEMA #SOU A MARIA PROSÁPIA#
A prosápia, sem metas, sem erudição, sem trilhos ,
vangloria- se de nonsenses, de vacuidades, torna- se opaca, vazia, nula
disparidade entre o ser e não ser, aliás , não é. Falta- lhe o imo, o
intelecto, a maestria, é uma artesã incauta e desajeitada. Pobre Maria
Prosápia. Dia feliz, ilustre escritor Manoel Ferreira Neto. A imagem
ilustrativa, como sempre, em consonância com o texto, apresenta uma Maria
sentada a olhar para o nada da existência. Pareceu- me ver na imagem uma maior
indulgência perante esta Maria Prosápia que no autor do texto. Parabéns aos
dois.
Maria Isabel Cunha
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RES-POSTA À CRÍTICA SUPRA
Alguém seria capaz de atingir algo de exímia
grandeza, se não sentisse a força, a vontade de cominar a si próprio imensas
dores? Para isso o mínimo que se faz mister é saber sofrer - será que Maria
Prosápia sabe sofrer? -, mulheres físicas e até escravos, muitas vezes são
mestres perspicazes nisso. Mas não sucumbir sob a angústia íntima e a
insegurança, quando nos cominamos um grande sofrimento e ouvimos o grito desse
sofrimento - é algo grande, isso faz parte da grandeza.
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Célebre verdade essa a que você se referiu, Maria
Fernandes, a respeito da indulgência, que intuíra na Pintura de Graça Fontis,
ou seja, a misericórdia é dirigida a Maria Prosápia, não ao autor quem não sabe
lidar bem com os mistérios e enigmas da Vida e das Ciências, quem sabe ele não
intenciona des-construir a Ciência, as Artes, para que assim vislumbre além do
Bem e do Mal? Efetivamente, fora a intenção primordial desta obra. Para
esclarecer esta questão da "desconstrução", a leitura do Poema
"DERRIDA DISSOANTE DESCONSTRUINDO VENTOS FRIOS" se faz mister.
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Gracias muchas, querida!
Beijos nossos!
Manoel Ferreira Neto
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#SOU A MARIA PROSÁPIA#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: POEMA
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Rebo de contacto.
Oco me produzo.
Vácuo me esboço.
Vago me existo.
Disperso passo entre as coisas do mundo e da terra.
Inóspito me descerro.
Oco me inteiro.
Vácuo me atesto.
Oco me aditivo.
Vocábulos me carecem no sulcar trilhos
Da Sagrada Escritura, do Sagrado Vernáculo
De Linguísticas e Semânticas.
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Origens, trovas, cataclismo.
Moinhos de anais, debates da vida.
Bem-aventuranças enleadas de padecimentos,
Sofrimentos, dores,
Possantes e pesados bem-quereres
De poluídas corporeidades
E a eloquência volveu-se cinérea,
Cinérea alteara de aliciações o pojo de preceitos,
Ditames, dantes e de concernentes,
O prazer agrilhoado de códigos, ocos, sinais,
Não-seres de requintes, alegorias,
Ninharias de ciência humana,
Analogias quiméricas em flamas da taciturnidade,
Sombrio, melancolia, nostalgia, saudades seculares,
Milenares, juventude em distrações da satisfação,
Ocasião de ser bem-aventurado,
Artesão das falas,
Oposto das falésias incorpóreas.
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Sou a Maria Prosápia
Que fende os carris de grilhões,
Os amodorrados de agora e hoje
Em rumo ao que possui de sucumbir
De devires irrigo as melancolias primárias da obra,
Sinais entoam sem conhecimento do revel de
martírios, Isolamento,
Fascinações,
Prestidigitações,
Eloquências peritas,
Poemas ocos,
Brilhos da rampa encantando o sossego de
proscênios,
Gênios do balanço incitam nas elevações
A cena do comedimento entre o talento do físico,
Temor do decesso,
Abóbadas de argentaria sob colunas de aurifico,
Remotas meditações à graça de sonidos do sossego,
Querença, ternura, apego, meiguice, retro do
reflito da alma, Euménides, infracções.
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Recolheu-se a semelhança do após fenecimento
Nas perspectivas abobadadas,
Cavadas do isolamento,
Gotejamento terminal do acontecer,
Desenrugo a barba cã,
Vejo a vetustez, passada a passada,
Recordações, reminiscências.
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O ido volve das laudas grafadas de eventualidades
rendições, Legados, momentos de deleite, contentamento,
O atual interpreta nos barbantes do hodierno,
Estrago a postura desprovida do bem-querer,
Falta de ser da veras.
Jornadeio entre obscuridades, cruzo entre
tenebrosidades.
Aos enjoos da vetustez mesuro o auge do bem-querer,
O auspício da bem-aventurança do belo.
Que disparidade existe entre o vago
De hodiernamente e a patavina da vetustez?
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No entretanto, as pisadas de constrições,
inquietações.
A existência divulgou-se absoluta de céu-aberto,
júbilo.
O verbo do não-ser converteu-se fugaz
O poema da descendência.
Insignificância sou.
Quis o zero de ser.
Desejei o não-ser do ser.
Idealizei as Interdições de ocos.
O poder espiritual de babugem,
O neobramanismo do isolamento.
Imergi penetrante no sacrário
Da independência sem origens, exórdios, preceitos,
Sem âmago, sem apiedados, sem imo...
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A cristalina independência sem puridade.
#riodejaneiro, 20 de janeiro de 2020#
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