ENCONTRO E AMIZADE: ALMOÇO DE COMEMORAÇÃO GRAÇA FONTIS: FOTO(ARQUIVO) Manoel Ferreira Neto: TEXTO

Primeira comemoração de um encontro, de uma grande amizade ao longo de nove anos se tornou. 25 de janeiro de 2007, data histórica do encontro com o amigo e escritor memorialista, Antônio Nilzo Duarte(Eliete Araujo Duarte) - o maior escritor memorialista curvelano de todos os tempos. Nove anos de grandes sentimentos e emoções entre nós. Passamos nossas vidas almoçando juntos, inúmeros, mas o dia hoje 24 de janeiro de 2016 é histórico. Tanto ele quanto eu, a primeira comemoração de uma amizade num almoço inesquecível.

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Domingo eivado de memórias de nossos momentos, cenas aqui, cenas ali em flashes, sentimentos rolando livres, soltos.

Bem... Havia ganhado uma calça preta de presente no Natal. Não havia sido vestida. A primeira decisão. O almoço com Nilzo seria com esta calça. Ontem, à hora do almoço, levei-a para a minha irmã, Marcia Aparecida, fazer a barra, recebê-la-ia hoje antes do almoço.

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Conforme o combinado, onze e meia da manhã de hoje, dirigi-me à casa de Márcia, bem proxima à casa de Nilzo. A caminho, mentalmente garatujava um texto para ler no momento do almoço com Nilzo e sua segunda esposa, Eliete Duarte. Assim que chegara à casa de minha irmã, sentei-me à escrivaninha e compus o texto.

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Aquando da missiva que lhe enviei fazendo a crítica dos livros que me doara no nosso primeiro encontro, contou-me Eliete que Nilzo ficara demasiado emocionado, em verdade chorou, amara de paixão. Pensei comigo o melhor seria não ler o texto à mesa de almoço, Nilzo podia ficar muito emocionado e até não conseguir almoçar. Se alguém conhece alguém sobremodo sensível, emotivo, triplique. terá noção da sensibilidade, emotividade dele. Não poderia ler o texto à mesa. Almoço na casa de Nilzo, seja o dia que for da semana, sempre entre duas, duas e meia da tarde. Era ainda meio dia e meia. Dirigi-me à casa dele com o texto escrito. Expliquei o motivo de minha chegada tão adiantada.

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Nilzo de imediato colocou as cadeiras no alpendre de sua casa, de frente para a rua. Eliete não estava presente, às voltas com o almoço. Li o texto. Verdade incontestável: Nilzo ficou deveras emocionado. Tudo que publiquei na minha vida tem ele em pastas, arquivos, fotos nossas juntos, livros, críticas de suas obras em tablóides, inúmeras. Mais este texto estaria no arquivo. Manuscrevi. Mandaria ele digitar: o texto digitado e o meu manuscrito no arquivo.

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Eliete chegou com os pasteizinhos, quibes, a cerveja. E a conversa rolava, o encontro, nossos encontros ao longo dos anos, a festança de lançamento de seu quarto livro na fazenda dele, final de semana, o prefácio fora escrito por mim, amigos seus antigos, quando ele ia a São Paulo para fazer compras no passado, eram comerciantes... Conversa agradável.

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Hora do almoço. Eliete tirou várias fotos de Nilzo comigo. Aí está o "x" da questão. Imaginem aquela bacalhoada suculenta, bem suculenta. Caprichei no garfo. Sério, seriíssimo... Quando terminei, estava passando mal de tanto comer. Tive de me deitar na poltrona numa das salas, janelas e portas abertas, até melhorar o mal-estar.

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Mais fotos tiradas por Eliete.

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Almoço supimpa, comemoração maravilhosa. A mais linda comemoração que já vivi, e a comemoração do encontro com Nilzo Duarte, a nossa grande, inestimável amizade que o tempo foi consolidando com perfeição e letras, regada a muitos sentimentos de amor e carinho.

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Nilzo estava numa felicidade que não lhe cabia no peito, muito feliz mesmo. Tem ele noventa e dois anos de idade. Velhinho, mas muito lúcido. Se Deus quiser, ano que vem terá outro almoço, almoço de 10 anos de nossas vidas juntos.

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Na hora da despedida, o grande abraço: "Manoel, estou muito feliz, muito feliz mesmo. Amei o seu texto". "Meu querido, obrigado mesmo por tudo, por essa amizade linda e maravilhosa que entre nós nasceu, estendendo-se a todos os seus dez filhos, toda a família. Amo você."

Vim embora para casa.

Manoel Ferreira Neto.

(25 de janeiro de 2016)

#riodejaneiro, 24 de janeiro de 2020@