#ERUDIÇÃO E ERUDITO METÁFORAS DO VERBO E VERSO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA
Epígrafe:
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Assim é o óbvio: não sendo entendido, o sujeito
queda-se nas
interpretações mais pérfidas"(Graça Fontis)
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Serenidades emudecendo emudecidos ocos,
ocos de certos momentos do dia recordando,
ocos de algumas elucubrações do ridículo e insosso,
ocos de pequenas elo-cubrações,
"cubrações do elo" entre os sonhos
e os enigmas das quimeras;
emudecidas serenidades, emudecendo o não-ser;
emudecendo
configuração nominativa e imutável das eloquências,
tranquilidades silenciadas do veloz do tempo,
sucedendo a cruzada dos transactos ao hodierno,
caminhos conducentes à glória do ser,
existindo o passadiço do atual ao acontecer,
havendo a ponte do aqui-e-agora
ao lá-quando-acontecer,
havendo o mata-burro das hipocrisias
ao outro lado de abiscoitar
o acolhimento da farsa e falsidade;
Floristas quiserem de volta
O que elas emprestaram-nos para
Investigá-las, colher a lição que reverbera
De seu perfume.
E o cheiro de suas rosas não permanecerem
surgir do perpétuo anestesiado de supremos;
infinito das ventosidades do além cruzando as elocuções e quimeras, as
averbações e fantasias, as erudições e os sonhos, concluindo as origens e
quimeras, consertando as expectativas e apetites de poemas opostos inveses, de
estâncias hostis, oblíquas, obtusas. Ah, tu, o que está a acontecer-me que
transgredi pontos de vista, vendo na feiúra indícios de outras sementes da
beleza? Sabeis, Vós, então digai-me, tornai-me consciente, mas a consciência
sou quem a faz e compõe no tempo.
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Lances do jogo do inacreditável,
Espíritos Santos do indecifrável,
Ilogismos da razão,
Razão trans-cendente do não-ser existindo o ser,
Do ser existindo o não-ser,
Inacreditáveis Serenidades do Espírito.
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Emudecida chama, não perceptível, tão mais
devastadora, surdamente lavrando sob meus traços e passos hilários, sob meu
semblante circunspecto, sob meu olhar rápido e implacável o que há de cômico, e
chama a chama, disjecta membra, deixando ainda palpitantes e condenadas, no
solo ardente, porções, fagulhas de minh´alma nunca antes nem nunca cortejada
com os respectivos padrões, aferindo a nobreza, loucura de todo universo
precipitar-se,
imergir-se por todos os
precípios abaixo.
Entro por todas as idéias dentro,
Dou de frente com todos os sonhos,
Chamusco as utopias, projectos,
Colho, no deslizar da pena na página,
O que ultrapassa,
O tropo de todas as quimeras,
Devaneios, desvarios,
De todos os poemas
Aquando todas as criações,
A quem dei a outra face
Depõe todas as suas bandanas
e rumina, reclama
E quero alguém
Com quem não precise conversar.
Sabe segredos inestimáves só a si confessados,
Então afaga-me com a cáritas dos dedos a tocar-me,
De-monstrar o quanto a Águia e a Coruja
São capazes de voar, que in-finitos podem desbravar
A imaginação, intuições, percepções
Percepciona caminhos de as ansas estiverem
Emaranhadas às utopias das distâncias a serem
voadas.
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Erudito e erudição sobem
Os degraus da alma
Que desde a eternidade
Sonha o Vale da Sabedoria.
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Emudecendo emudecidas serenidades,
números infindáveis de reminiscências
divulgadas no escudete de futuros distantes,
óticas de sensibilidades.
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Cá, além, em qualquer local, re-presentações
passadas, eternizando momentos de dissabores, fotos d´éritos tornando imortais
instantes de prazer, deleites transactos além alteando apetites instintivos de
épocas idas nas ansas desprendidas e libertas do vir-a-ser, do chegar-a-ser, do
afluir-a-ser, do futuro.
Expectativas,
quimeras,
sinopses do ido e hodierno.
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Serenidades emudecendo umedecida erudição, quem nos
tempos em que não existiam metralhadoras, hoje existem, é inflexível, de muitos
modos e estilos sente remorsos por causa de sua honestidade, pois que a
inflexibilidade é a virtude de uma época diferente da honestidade, o que hoje
significa a "animosidade", noutras épocas eram "finesses
enveladas", não finesses desprezíveis, teria sido melhor a animosidade,
mas finesse da autenticidade com o que vive nesta dimensão do quotidiano, o em
que acredita, o que defende, dis-posto à morte para a consumação. O Nada
perpetua-se, as Náuseas glorificam os destinos.
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Na extensa via do tempo, o ser divulgará as
extensões do perpétuo, as causas do fugaz... No tempo incessante das sendas, o
não-ser expor-se-á incontínuo às luzências cristalinas, aos coriscos sagrados
da aurora, às penumbras do lusco-fusco que sobrepujam o escurecer sem cintilas,
sem lua, isolamento do sossego, sossego do isolamento, do sossego, o
isolamento; do isolamento, o sossego.
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Emudecidas serenidades
emudecendo elocuções de recordações
à contumácia do instintivo enigmático
de origens aquém da Babel,
a Babel é o início do universo,
o universo é o início da Babel,
cá, além,
em qualquer local,
Se floristas quiserem de volta
O que a Poesia devaneara das flores,
Desvairara de seus perfumes,
E o cheiro de suas rosas não permanecerem,
Primazia a esta reflexão,
O resto vamos ver como fica...
O que devolver às floristas?
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No fugaz tempo dos começos, o vácuo antepunha as
ópticas de ninharias do perene, começo do não-ser, semente do não-ser, no
perpétuo tempo de origens, o não-ser antepunha os pontos de vista de passagens
abaladas de cosmos, termo do supremo, baliza das origens, últimos perenes da
crença no além, e ninguém creditava qualquer possibilidade de presenciar a
última erudição, o último erudito, e a erudição e o erudito alçam voos por
todos os confins do mundo.
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Serenidades emudecidas, emudecendo no despovoado de
meditações as constrições e inquietações, alumiando ao litoral de cogitações
apetites e ficções do nentes-oco, ventre do concebimento, obra do aquém-além,
do além-aquém de o ser não ser, do não-ser serem eleições e quiméricas
consagrações do vácuo-nentes, físico da existência, lance do jogo de pesquisas,
lugares amados do além-perpétuo, perpétuo-além, físico de bailado, bailado do
físico, debate da alumiação, iluminação da dialética.
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Em tempos verdadeiros de travessias
de nonadas ao antes era o mistério,
depois o desejo da luz,
ao antes era o nada,
depois a vontade de tudo ser,
ao antes era o verbo,
depois o verbo se tornou carne,
ao antes da bonança, a tempestade,
ao antes da tempestade,
a bonança,
roda-viva de sentidos, pá-lavras,
cata-ventos de metáforas, signos,
símbolos na lingüística das raízes imanentes
e trans-cendentes do ser e do verbo,
do #Verbo e Verso#.
#riodejaneiro, 29 de janeiro de 2020#
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