#DIALÉTICA DO COSME E DO VELHO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA
Areias evangelizando ampulhetas, em tempos
verdadeiros de travessias de nonadas ao antes era o mistério, depois o desejo
da luz, ao antes era o nada, depois a vontade de tudo ser, ao antes era o
verbo, depois o verbo se tornou carne, pá-lavras, cata-ventos de metáforas,
signos, símbolos na linguística das raízes imanentes e trans-cendentes do ser e
do verbo, do verbo e verso. No presente — sempre escuro — vive a alma ambiciosa
na ilusão voluptuosa do passado e do futuro, vive o desejo de amor sincero que o
coração não gozou.
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Erudito e erudição sobem os degraus da alma que
desde a eternidade sonha o Vale da Sabedoria.
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Dialéctica do princípio e da melancolia,
O para-sempre sempre acaba,
Dialéctica do genesis e das saudades futurais,
Nem de longe está-se perto de saber o porquê
O anoitecer recebe nos braços o pôr do sol,
O amanhecer afaga no peito o tempo efêmero da luz.
Dialéctica do Cosme e do Velho,
A lâmina do machado afiada
Ceifando o tronco de árvores secas...
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... Perpetualizando dimensões do nada:
Poeiras ecumenizando ventos, serenidades
emudecidas, emudecendo no despovoado de meditações as constrições e
inquietações, alumiando ao litoral de cogitações apetites e ficções do
nentes-oco, ventre do concebimento, obra do aquém-além, do além-aquém de o ser
não ser, do não-ser serem eleições quiméricas do vácuo-nentes, físico da
existência, lance do jogo de pesquisas, in-vestig-ações, in-ventários, lugares
amados do além-perpétuo, perpétuo-além, físico de bailado, bailado do físico,
debate da alumiação, iluminação da dialéctica.
#riodejaneiro, 25 de janeiro de 2020#
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