#CUME DOS PICOS DE NEVES SUAVES# - Graça Fontis; ESCULTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
No entre-correr da minha presença, já tive que trans-por as quimeras,
trans-elevar as sorrelfas aos auspícios do uni-versal in-finito, trans-cender
os idílios sin-estésicos ao cume dos picos de neves suaves! Nas pontes partidas
de minhas travessias, nos declives das ladeiras, tive de nonadear nas curvas
das estradas, nos aclives das serras, experienciar os travos, vivenciar os nós
górdios, fraternizar com des-vigorosos, solidarizar com des-conexos,
des-compassados, bloqueados, con-descender os traiçoeiros, re-levar os injustos
e desumanos, re-verenciar a cadela sensualidade que sabe mendigar uma fatia do
espírito, quando lhe negam um pedaço de carne, mas espicacei preservar-me na
vertical, conservar-me na horizontal de meus ideais heréticos, proscritos, inclusivamente
com calhaus acertaram-me em pejado, escorraçaram-me com as mãos nas costas.
Expurguei do ser o motim vil, a humilhação pleonástica, a ofensa metafórica, a
des-inquietação oca, o ceticismo in-autêntico, o niilismo inócuo e sem
quaisquer sensos, re-acendi meu imo à existência. Libertei re-florir amizade,
em questão o re-criar o verbo amar dos sonhos, o in-finitivo trans-itar das
regências do belo sentir a plen-itude. Analisei em redor e para o paraíso sem
termo... Interpretei ao longe e para a eter-(n)-idade obtusa...
Ajustei-me com o planeta tão impiedoso, com o mundo tão errado,
ad-aptei-me à existência, com arduidade à existência e ao Universo que
granjeava para mim. No entanto, nada olvidei, contudo nada protelei ou
posterguei. Os calhaus con-servei, não para construir um forte. Já é um cliché
démodé….Somente para re-lembrar quem os pro-jetou.
(**RIO DE JANEIRO**, 13 DE ABRIL DE 2017)
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