#DA COR-AGEM DE SARAPALHAR UM INSTANTE# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Post-Scriptum: Este Aforismo é uma dedicatória muito especial à minha
amada Esposa e inestimável Companheira das Artes, Graça Fontis, por nossos
caminhos juntos, desde 01 de agosto de 2015 à busca de 100.000 visualizações no
Blog BO-TEKO DE POESIAS. Hoje, 25 de abril de 2017, o sonho se realiza depois
de muitos esforços.
Amor, você me ensinou com excelência o que é isto - a conquista. Muchas
gracias por seu Amor e companheirismo.
Cor-agem - esplender idéias, pensamentos, utopias, sorrelfas de
sarapalhas requer dis-posição para o empreendimento, trabalho árduo, por vezes
espremer os miolos à cata de gotícula única de coisas obtusas, chegará o tempo
de, sentado na orla do mar, banhar os pés, a liberdade por todos os cantos e
re-cantos, outras ad-virão, levantar-me continuar as andanças por todas as
filosofias, gêneros literários.
Cor-agem - dar um tragada no cigarro, expeli-la na forma de bolinhas,
olhando o gafanhoto andando na parede, a cadela Layla toda escrachada no chão,
está prenhe, vomitar palavras sem quaisquer nexo, senso, rindo a bandeiras
soltas de instante tão prazeroso, requer trazer as nuanças pretéritas dos becos
trilhados, as sinuosidades do tempo e suas ipseidades, as intempéries de
situações, circunstâncias, o momento em que tudo acontecia, o olhar voltado
para sítios futuros.
Cor-agem - sarapalhar - pelos cantos de ruas, mesas de restaurantes, e
seus clientes degustando um excelente whisky escocês, jogando con-versa fora,
comendo excelente porção de costela de porco com mandioca, mesas de botequins,
bêbados discutindo, deitados na calçada, o proprietário palitando os dentes,
queixo amparado pela mão esquerda - sentimentos e emoções diferentes, os
ponteiros do relógio andando no sentido horário requer a verdade inconteste das
aquisições, conquistas, ao invés de férias merecidas por poucos dias, depois do
sono tranquilo e profundo, re-começar tudo, seguindo em frente.
Cor-agem - fonte de vinho no meio de baldes vazios. Quê ventura dar e
receber! E roubar, ainda maior que receber! Roubar dos meus cofres
inconscientes as sorrelfas esquecidas, as fantasias negligenciadas, os sonhos
lastimados, as esperanças choradas a cântaro. Falar a todas as coisas e, na
verdade, soar como manifestos, oratória em nome da liberdade e da consciência
de cavalgar para todos os projectos e objectivos.
Cor-agem - beijar o rostinho da amada e companheira com ternura,
carinho, sobretudo muito amor por todos os caminhos juntos traçando as linhas
verticais e horizontais, desenhando a imagem do vir-a-ser, abraçá-la, afagá-la
no peito requer o peito trans-bordando de sabedorias do que é isto - a entrega
ipsis litteris à busca do verso-uno da eternidade, no além, segredos profundos
da síntese.
Coragem - tudo fala, tudo silencia, tudo emudece, tudo grita, tudo uiva,
tudo é assoalhado. E o que era segredo, quiça enigma in-audito, e reserva de
almas profundas, requer outro aquisidor, outros estilos de borboletas,
esperanças, bem-te-vis. Requer saber que nada cai em poços profundos.
Cor-agem - todo o dis-curso, toda a descrição, toda a narração de alguns
instantes do estar-no-mundo é fútil, tudo se esfrangalha em palavras. Esquecer
e passar além é a melhor sabedoria: isto, agora, aprendi!. Ar puro de peito
profundo. Guardar o fôlego para outras venturas e aventuras, é mister cor-agem.
(**RIO DE JANEIRO**, 25 DE ABRIL DE 2017)
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