#ASSIM DISSE O POETA NA SUA DESPEDIDA DOS VERSOS E ESTROFES# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Braços a-colhem com ternura, carinho. Braços aconchegam ao peito com
amor, entrega. Nos braços do ente amado, encontra-se segurança, apoio,
encontra-se o gesto do prazer de ser amado.
Pode-se imaginar, inspirar inúmeros modos de dizer sobre
"braços", em todas as linguagens e estilos pouco ainda terá sido
sensibilizado com o espírito a respeito do que eles significam, o que podem
despertar no coração.
Dos escritores é que se espera aquela frase-prosa sobre as coisas da
vida, coisas que extasiam, fazem pensar, racionar, questionar, fazem lágrimas
vertidas, não sendo esquecidas, sempre pedra de toque num instante, num
momento, a roda-viva gira outra face, face que emite alegria, prazer,
contentamento no espelho do tempo e do ser, na imagem re-fletida do vento sibilando
na colina dos insurrectos e hereges. Do escritor, espera-se o estilo-prosa da
filosofia do ser, das esperanças e dos sonhos.
Nos braços da Esperança, sente-se o pulsar dos verbos do ser, sente-se o
a-núncio no horizonte das con-tingências, sente-se a re-velação no infinito do
amor, sente-se presente no íntimo as facticidades e ipseidades recitando o
aforismo do eterno. O sonho precisa profundo da Esperança para realizar
desejos, vontades, utopias. Nos braços da Esperança, acolhidos, seguros, nada há
que diga "não" ao verbo do ser tornar carne da ec-sistência
precedendo a essência.
E o poeta, após seu discurso, vestiu o seu chapéu, virou as costas e
seguiu a sua estrada para o Pórtico do Impossível.
(**RIO DE JANEIRO**,20 DE ABRIL DE 2017)
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