#SOU A CORUJA DO VALE# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Se é no meu corpo que sou presença a mim, estou nele presente, com o
absoluto que a determina, com a verdade suprema que a solidifica e cristaliza,
isto para amenizar a idéia, deveria ser “diamantiza”, é nele também que sou
presença ao mundo, no mundo estou presente até que a morte registre o ponto
final, o nada derradeiro, tudo deixando de ec-sistir, de ser. Por presença a
mim, entretanto, não entendo uma impossível coincidência de mim comigo, do “eu”
e do “mim”, do "si-mesmo", mas a irredutível, categórica e absoluta
afirmação do “eu” que sou, a minha impossível separação dele em qualquer ato
que me afirme, em qualquer atitude que me endosse, em qualquer gesto que me
id-[ent]-“ifique” o bloqueio que o “eu” me instaura, estabelece a
impossibilidade de sair de mim, de me não ser, de não ser a mim, de outro ser
não ser senão o que sou de mim.
“(...)
Outro, sim, que não eu. – Bardo sem nome,
Com pouco vivo; - sobre a terra, à noite,
Meu corpo lanço, descansando a fronte
Num tronco ou pedra ou mal nascido arbusto.
(...)”
(**RIO DE JANEIRO**, 22 DE ABRIL DE 2017)
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