#Ana Júlia Machado POETISA E ESCRITOR POETIZA O AFORISMO /**DEIXE-ME DIZER-LHE, POETA, O QUE É ISTO - O GIRAR DO CATAVENTO#
Faço uma roda-viva
e as pigmentações
revolteiam comigo
neste bailado
sem fecho
diligencio-me
e não descubro-me
consumo-me
e assombro-me
nas pigmentações...
e prossigo a baila
no crepúsculo
quando os revérberos
o fulvo e anil
ondulam
as linfas bonanças
e tranquilas
do meu tumulto...
Ana Júlia Machado
.
Esta é a minha roda viva poeta e até as águas efetivamente são espírito
da existência...como sempre magnifico...
#DEIXE-ME DIZER-LHE, POETA, O QUE É ISTO - O GIRAR DO CATAVENTO#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Vida... Roda-viva...
Deixe-me dizer-lhe, poeta, o que é isto - o girar do catavento!
Tempo de travessias, da alma do espírito ao espírito da alma, verbo de
sonhos, carne de esperanças, do espírito da alma ao in-finitivo das vontades do
pleno, às verdades in-finitas dos sentimentos mais reluzentes do amor e da
desejância de amar.
Quem me dera o absoluto no interstício das nonadas que exalam as
verdades do efêmero, respingando nas contingências da dor e sofrimento
gotículas frias de desejos do além que habitam o ser para a vocação à
felicidade, para os dons e talentos do êxtase de ser, o clímax de sensibilizar
os instantes dos sonhos. Ai quem me dera!...
Vida... Roda-viva...
Deixe-me dizer-lhe, poeta, o que é isto - o girar do catavento!
Miríades de luz diáfana cintilando na solidão do ser, concebendo as
veredas por onde trilhar os volos de sorrelfas do pleno, as sensações de
quimeras do belo e da beleza, e no abismo do tempo a alegria de verdade, inda
que fugazes volos e sensações, o olhar brilhante do contentamento esplendendo
de silêncios as realizações da vida ao amor, única dimensão da trans-cendência
de cuja eidética sin-estética des-abrocha o espírito do ser, verbo de buscas e
metáforas das sublim-itudes para o ser da morte, para a morte do ser.
Vida... Roda-viva...
Deixe-me dizer-lhe, poeta, o que é isto - o girar do catavento!
O homem não morre, sejam quais forem suas obras, suas personalidades e
caráter, ficam importadas, o que morre é o verbo da alma que foram sonhos e
esperanças da vida. As almas penalizam no inferno das metafísicas pretéritas.
Os espíritos paradizem no jardim solene as palavras, o prazer do olhar, o
deleite das emoções.
Gestos de carinho, atitudes de ternura são dimensões que re-velam o
verbo da canção que ritma o ser, fá-lo esvoaçar horizontes e universos, fá-lo
per-vagar no infinito, bailar as emoções da felicidade, alimentando-se da seiva
do eterno, e contingenciando na intimidade do amor a verdade do espírito que
está visível no olhar, está presente no coração, está viva na alma, está
pulsando no corpo, amor bonito, amor forte, amor que veio para ficar, plenizar
o tempo de conquistas, o leque dos sonhos emanando o vento delicioso de outros
desejos, vontades - como são gostosos a entrega e o sentir!...!, volos de
prazer, êxtase - amor há-de ser forte, emoções rebeldes, sentimentos que
trans-cendem o real dos tabus, dogmas, preceitos, há de ser suave, sereno,
entrega terna, síntese da perfeição entre o efêmero e a verdade do eterno,
imortal, verdade que segue as margens do rio lenta e paulatinamente, tecendo as
ondas da água viva do há-de vir no percurso do deslize simples e espiritual...
Deixe-me perguntar-lhe, poeta:
"Quem disse que as águas não são espírito da vida? Quem a elas se
entrega espiritualiza-se de verbos-rios do absoluto, verbos-margens do tempo e
do ser, - ao longo dos toques e carícias do subjetivo de amar, o amor amando a
vida, a vida amando o sêmen que conceberá a peren-itude da ec-sistência que
precede a essência.
(**RIO DE JANEIRO**, 20 DE ABRIL DE 2017)
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