Maria Isabel Cunha POETISA E ESCRITORA COMENTA O AFORISMO #CUME DOS PICOS DE NEVES SUAVES#
Fantástico texto em que o autor recorda toda a caminhada que efetuou e
os percalços que sofreu, bem como as adversidades que teve de enfrentar, das
quais conserva ainda "os calhaus" que lhe lançaram e o têm impelido a
prosseguir e a ascender na sua carreira e também para não esquecer quem os
lançou. A maravilhosa escultura, uma Mulher prostrada, mas não caída, onde
sobressai um semblante meditativo e sofrido. Parabéns ao casal, Manoel Ferreira
Neto e Graça Fontis. Beijinhos. FELIZ PÁSCOA.
Maria Isabel Cunha
#CUME DOS PICOS DE NEVES SUAVES#
Graça Fontis; ESCULTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
No entre-correr da minha presença, já tive que trans-por as quimeras,
trans-elevar as sorrelfas aos auspícios do uni-versal in-finito, trans-cender
os idílios sin-estésicos ao cume dos picos de neves suaves! Nas pontes partidas
de minhas travessias, nos declives das ladeiras, tive de nonadear nas curvas
das estradas, nos aclives das serras, experienciar os travos, vivenciar os nós
górdios, fraternizar com des-vigorosos, solidarizar com des-conexos,
des-compassados, bloqueados, con-descender os traiçoeiros, re-levar os injustos
e desumanos, re-verenciar a cadela sensualidade que sabe mendigar uma fatia do
espírito, quando lhe negam um pedaço de carne, mas espicacei preservar-me na
vertical, conservar-me na horizontal de meus ideais heréticos, proscritos,
inclusivamente com calhaus acertaram-me em pejado, escorraçaram-me com as mãos
nas costas. Expurguei do ser o motim vil, a humilhação pleonástica, a ofensa
metafórica, a des-inquietação oca, o ceticismo in-autêntico, o niilismo inócuo
e sem quaisquer sensos, re-acendi meu imo à existência. Libertei re-florir
amizade, em questão o re-criar o verbo amar dos sonhos, o in-finitivo
trans-itar das regências do belo sentir a plen-itude. Analisei em redor e para
o paraíso sem termo... Interpretei ao longe e para a eter-(n)-idade obtusa...
Ajustei-me com o planeta tão impiedoso, com o mundo tão errado,
ad-aptei-me à existência, com arduidade à existência e ao Universo que granjeava
para mim. No entanto, nada olvidei, contudo nada protelei ou posterguei. Os
calhaus con-servei, não para construir um forte. Já é um cliché démodé….Somente
para re-lembrar quem os pro-jetou.
(**RIO DE JANEIRO**, 13 DE ABRIL DE 2017)😇
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