#ANÚNCIO DE APOCALIPSES RE-VERSOS** - Graça Fontis: ESCULTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
A dor e o gozo comprazem-se em mim. Os sofrimentos e as á-gonias são
júbilos nas sombras de campos santos. Navego sem indiferença: o sol e a lua.
Meu corpo tem movimento, os dedos de minhas mãos performam a dança dos dígitos,
ossos e carne movimentam a cadeira de balanço. Nada de inanimar a poesia, fazer
dela o estático e o esquecido. Poesia desde a prosa à criação, poesia desde a
idéia à iluminação, desde a tese à inspiração, desde o nada de todos os tempos
da história às esperanças das circunstâncias ad-versas dos avessos re-versos,
da contramão trans-versa, outro que não é história, mas a-núncio de
Apocalipses.
Quiçá descanse o meu coração, vislumbre o gavião e a andorinha, enquanto
não sonhe em ser águia, tampouco um belo e dourado cisne ou homem-pássaro
denunciando, sóbria e solitariamente, as ruínas da ecologia. A sombra do imenso
arvoredo à margem esquerda do rio cristalino de águas ternas e suaves cantará
tenras canções de ninar às flores, às folhas da árvore que emurchecem, caem,
são húmus de outras que ad-virão. Não haverá sopro que apague as chamas pueris
e o amor em maioridade. Reflexo e esperança, re-talhos de fantasia apenas!
Rodas infantis, canto de forte sin-fonia e sin-tonia com o uni-verso esplendido
e de vasta alegria, com o visionário infinito de nuvens e de divino êxtase.
(**RIO DE JANEIRO**, 13 DE ABRIL DE 2017)
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