(TESE) - EFÊMERO E O NADA - ENSAIO POIÉTICO DOS CAMINHOS DA LUZ - Manoel Ferreira
II
CAPÍTULO
2.1
- O TEMPO E O VENTO
2.1.1
- DOS IDÍLIOS DO NADA E EFÊMERO
E se me ouvir con-versando no vento,
precisa compreender temos de aprender-lhe as sabedorias adquiridas no tempo, na
sua jornada do espaço. São sábias experiências para o entendimento dos
horizontes longínquos onde habita o que trans-cende sonhos e fantasias.
Se me presenciar contestando dizerem as
linhas das páginas de livros aceitam tudo, mister saber não levam elas
palavras, mas os mais abissais desejos, mais abismáticas querências do belo e
verdade, mais percucientes desejâncias da plen-itude do verbo, eivar-se dele
para se inspirar, quando o efêmero se torna nada, e prosseguir a viagem da vida
que são sempre buscas no aqui-e-agora, amanhã, se em verdade existe, serão
meras sorrelfas de um instante-limite.
E se me vir re-fletindo sobre o vento
levar as coisas do presente e pret-érito para bem distante do que pode ser
visto, sentido, idealizado, intuído, até um favor faz, pois as coisas no seu
alforje não serveriam para nada na vida, seria estorvos para a continuidade dos
idílios da perfeição e absoluto, é que conforme o que penso e sinto, não é o
vento que distancia tudo isto de mim, sim eu próporio quem não tenho cor-agem
de con-sentir com as minhas fugas das vacuidades da con-tingência.
E se me vir rindo, sorrindo de orelha a
orelha, quando ouço se ventar a chuva é levada para outro lugar, sine qua non
perceber e entender o projeto da chuva era cair noutro solo, o vento estendeu
suas mãos para isto realizar com perfeição, ele é o verbo que esplende o tempo
em suas dimensões, assim o desejo da tranquilidade, serenidade que a chuva
lenta, a leveza do espírito, a intimidade do amor realizada com mais carinho,
ternura, afeto, afeição, após o sono dos anjos, é lançado a outro lugar, a
outro sítio, a outro alhures, onde o real da vida é o presente do imperfeito.
No outro lugar, para onde a chuva fora levada, por haver ventado, o finissímo
dos pingos constantes por segundos e minutos regou a vida de outras sensibilidades
e espiritualidades da semântica de estar-no-mundo, efêmero em busca da
etern-idade do nada, perpetuidade do vazio, peren-itude das ipseidades.
E se ad-mitir, permitir que a resposta
ao questionamento, sempre presente dentro dos alforjes e algibeiras, quando o
verbo do ser e o ser do verbo, em síntese, irão iluminar a alma para
suprassumir o destino da mente habitar em seus eidos, ser o vento estar levando
para os longínquos uni-versos distantes horizontes, e, lá, se alimentarão da fé
do nada tecendo o vir-a-ser do perpétuo re-vestido de silêncios e solidão,
síntese que re-vela o sublime do ser-no-mundo, sublime que eiva e seiva a luz
da verdade à mercê da sede de conhecimento, fome de saber, carência de idéias e
pensamentos, manque-d´être do espírito e sonho de divin-ização, falta de visão
do além da vida à vida que consuma os tempos, o tempo sempre letras e
imperfeições para o Opúsculo do Soneto de Viver.
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