(TESE) - EFÊMERO E O NADA - ENSAIO POIÉTICO DOS CAMINHOS DA LUZ - Manoel Ferreira
Tudo
é efémero nesta vida e o que não é efémero é nada. Então tudo é nada a não ser
o efémero. Surge a fé que encontra na linguística o efémero como única salvação
do Ser, perante o nada do eterno. (Maria Fernandes)
I CAPITULO
Na lingüística, o efêmero como única
salvação do Ser
Se amanhã houvesse de preterizar o
instante-limite de hoje, instante de nonadas efêmeras, copulando sorrelfas com
os resquícios, vestígios do vazio, as declinações do verbo perpetuar, de ontem,
as travessias do mais-que-perfeito do subjuntivo para o pretérito perfeito do
indicativo. projetando no além as imagens forclusivas do particípio, seduzindo,
ludicamente, o gerúndio na noite nupcial de trovões e tempestade, consumação do
tempo de idealizar o perpétuo habitado de ipseidades nauseabundas do uni-verso
infinito de voláteis volúpias com a morte na alma, sursis da idade da razão.
Se amanhã houvesse de verbalizar as
melancolias do éden perdido no crepúsculo pálido, semblante entrevado de
notívagos idílios , pesadelos das chamas hádicas e a luz cristalina, re-flexos
límpidos, celestial dialética barroca do eterno, contradição futurista do
efêmero iluminado de pectivas das pers e retros deas pontes partidas que
ad-stringem o solar do raio com a soleira do arco-íris após o dilúvio do
eterno.
Se amanhã houvesse de olvidar as
lembranças da frincha no auspício do flamboyant por onde, ao entardecer,
costumava olhar enviesado para a longitude do uni-verso, por vezes o azul pleno
do céu, pensando nos instantes de querência de glórias, prazeres, de tantos por
onde passava, saltitava, entes íntimos deixados à mercê das situações,
circunstâncias, sentindo profunda saudade, hoje me entregaria de corpo, alma,
espírito às regências nominais e verbais dos caminhos por onde trilho os
passos, satisfeito com as conquistas, com as realizações, ainda o mais
importante, o nada resultado do efêmero é projeto para outros desejos,
vontades, para a vivência de outro amor, ser-lhe em todas as suas dimensões,
que encontrei num momento em que a contingência do abismo tomou-me por inteiro,
em mim sibilava o vento das ipseidades.
Se amanhã houvesse de in-vestigar,
alumbrar os vestigos dos gerúndios de esperanças e sonhos do verbo que
plen-erseja a semântica dos sentimentos da cáritas, emoções do nous da verdade,
a linguística dos volos do perpétuo, forclusions do perfeito; dos particípios
das utopias e idílios do ser que plen-ersificam signos e símbolos do eterno
re-vestido dos efêmeros da verdade sempre na estrada sertaneja de raiz rumo à
dialética da iluminação que cintila e brilha no nada para a travessia do
estar-no-mundo ao crepúsculo dos lírios do genesis de cânticos do revez até o
sempre, nos abismos, grutas, cavernas a memória de um "perfect
stranger" procurando a metáfora da vida, o sistere do absoluto; hoje
estaria eu apenas olhando de viés a continuidade de minha vida desde as
sorrelfas da inocência, ingenuidade à consciência, sabedoria da sagrada palavra
que silencia o tempo e o verbo do ser.
Manoel Ferreira
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