BALADA DE UMA AUSÊNCIA - HOMENAGEM PÓSTUMA A JOHN LENNON - Manoel Ferreira
Homenagem póstuma! Sentimentos e emoções revelados, nostalgias,
melancolias, saudades. Momentos, instantes re-lembrados, re-cordados,
vivenciados, vividos. Ficam registradas amizade, intimidade.
Já escrevi algumas homenagens póstumas para grandes amigos de estrada
que se foram, deixaram-me seus passos e traços. Se as releio, volto ao passado
no momento da escrita, relembro situações e circunstâncias, revivo-as.
O que me pergunto à flor da pele é como posso sentir profundamente a
ausência de alguém, se não conheci. Sentimentos e emoções sobremodo fortes e
presentes. Passaram-se longos anos dos acontecimentos e não consegui aceitar,
conformar, silenciar-me sobre. Chegou dezembro, a inconformidade se
pres-ent-ifica.
Insolência, irreverência, rebeldia, polêmicas além de quaisquer
entendimento e compreensão. Sensibilidade, líricas que mostram o mais profundo
da alma, ideais de Paz, de Amor, de Liberdade. Músicas que despertam para a
consciência da vida, de como o mundo anda.
De quem estou falando? Estou falando de John Lennon. Quando ele afirmou
os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo, ainda era criança de 10 anos,
daí passei a ouvir as músicas dos Beatles, amava as canções dele. E jamais
deixei de ouvi-las.
Hoje, desde há trinta e cinco anos, quando ouço uma música, qualquer
delas, vejo um vídeo, e reconheço sensívelmente sua irreverência, insolência,
rebeldia, no modo de caminhar, no olhar, pergunto-me: "Como se pode
assassinar um homem deste?" Dizem que a vida começa aos quarenta anos. Não
tenho a menor dúvida disso. Quando tudo estava começando, ele mesmo o disse na
música (Just like) Starting over. veio a tragédia, assassinado por um
despirocado. O mundo parou com a notícia. Andei pelas ruas de Belo Horizonte
completamente perdido, não queria acreditar nisto. E era verdade incontestável.
Claro, a obra é eterna, eterna mesmo, mas e ele? Não tem mais
irreverências, insolências, rebeldias, polêmicas. Elton John, na sua música
EMPTY GARDEN, "Tudo agora parece muito estranho".
Manoel Ferreira Neto.
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