(TESE) - EFÊMERO E O NADA - ENSAIO POIÉTICO DOS CAMINHOS DA LUZ - Manoel Ferreira
II CAPÍTULO
2.1 - O TEMPO E O VENTO
2.1.5
- BRANCAS NUVENS
Se, ao vento, solicito, diplomata, pura
finesse, sussurra o tempo não tergi-versar as lídimas perspectivas absolutas
das nonadas que semeiam nos caminhos do vazio os grãos das utopias, ideais que
são as flores silvestres para o prolongamento da vida em "brancas
nuvens", não ter qualquer compromisso com os pretéritos, melancolias,
nostalgias, saudades, angústias, náuseas, que servem de pedra angular, se se
quiser, de toque para projetar as ilusões e quimeras do eterno, alfim nas suas
bordas, algibeiras, alforjes, frontispícios, não traz o saber dos pretéritos,
nele nada habita, passado, presente, futuro não habitam o seu eidos, não lhe
são estruturas, não lhe são utensílios, não lhe são cartas que possa jogar
sobre a mesa, e ele o vento espalhar todas a seu bel-prazer, nem ser culpado,
não é pecado capital o paraíso perdido se encontra adiante, ele, o tempo, é o
que torna realidade todas as esperanças e sonhos - para ele tudo isso são puros
idílios, sorrelfas, simplesmente segue o seu itinerário livre, leve para o
abismo, onde se atirará, se possível, na queda, bailar, como ele, o vento, faz,
quando contorna as curvas das estradas, à busca insolente e meiga do fundo,
fico a tecer elucubrações sobre a resposta que o vento quiça desse ao tempo, de
que pectivas de pers dos solstícios do eterno que se consuma com a última
esperança que é a substrato de que a vida permanece, mesmo no além os desejos e
vontade con-tingentes são passíveis de realização, e ela ser a dimensão divina
da felicidade. Creio que tanto o vento, quanto o tempo, ririam de orelhas e
orelhas com tais elucubrações ad-vindas das pré-fundas de minh´alma,
nauseabunda de todas as coisas que se perdem ao longo dos caminhos da roça
povoados de mata-burros, simplesmete rumina no seu cantinho, talvez à espera do
espírito que lhe conceba no útero das reminiscências genéticas as éresis da
con-templação do espelho na face imagística da moldura do nada no seu
resplendor absoluto. Diriam ambos, frente a mim, sentado na rampa de meu casebre,
noite de céu esplendido de estrelas mais que cintilantes, lua em seu máximo de
brilho, ínfimas lembranças e re-cordações de sentimentos e emoções que se
a-nunciaram nos "éritos" das utopias fúteis e que neste momento são a
alegria, saltitância de verbos que me habitam, sou um romântico que subjetiva
as ipseidades do efêmero que iluminam o nada, in-jeta-lhe na veia o líquido da
etern-idade, que se faz na continuidade do verbo defectivo que re-nasce
perfeito em cada alvorecer, quando a primeva luz dos sonhos ilumina a terra, o
mundo na travessia de um dia para o outro, um romântico que cria, re-cria,
in-venta, re-in-venta o "eu poético" à luz do não-ser e ser, com
aquela expectativa de que miríades das efemer-itudes irão arco-irisar as vivas
cores de sendas e veredas dos cataventos, redemoinhos e elas esplenderem a
todos os horizontes e uni-versos, confins e arribas o espírito da compl-etude,
sintese do vento e do tempo, nada e nonada, e aí o nada abrirá outras janelas,
portas, perspectivas para o efêmero, este irá ser a pedra no sapato das
quimeras, ilusões, fantasias, nonsenses, será a plen-itude do pleno.
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