(TESE) - EFÊMERO E O NADA - ENSAIO POIÉTICO DOS CAMINHOS DA LUZ - Manoel Ferreira
IV CAPÍTULO - O NADA E A ARTE LITERÁRIA
4.12
- MORADIA DA VERDADE - SILÊNCIO
Abismo. Vazios. Nonadas.
Plen-itude de travessias, in-fin-itivos
in-finitos, tempo de re-nascimento, re-fazendas das con-ting-ências,
sublim-itudes se re-velando cristalinas, alvorecer do novo, outro outro dos
sonhos do belo, da espiritual-idade, vivenciárias e vivenciais veredas para as
verdades que se fazem na con-tinuidade dos desejos e volos do eterno, das
esperanças e fé no inaudito que mora entre as palavras e o silêncio, que reside
entre os mistérios e a solidão, que habita
entre os enigmas e vir-a-ser, eidos, essência, núcleo entre o caos e a
poiésis, que, nesta instância, é a koinonia do espírito da alma e a alma do
espírito que esplende aos ventos as miríades de imagens aos confins para o
re-colhimento e a-colhimento das "itudes do vir-a-ser, ao longo das
nuanças e dialéticas, na labuta e labor das "dificulidades" abrem as
paisagens do in-finito, venezianas das janelas, para o porvir além das
divin-itudes das genesis dimensões do verbo de ser que se re-flete e
dimensiona-re no espelho dos in-dicativos , viajando nas paisagens futurais à
busca das iríases da eternidae, luzes cristalinas e diáfanas que re-numinam as
senhas, entradas no abismo das percuciências da poiética do verso e estrofe,
sem ritmo e melodia, apenas o silêncio dentro do silêncio, dentro do silêncio,
abertura, luz, visão de olhos que con-templam a retina e os linces do verbo
"ver", sob as "iríases éritas" do mundo que só esplende os
sonhos do "Ser", esplend-ência
revelando a moradia da esperança,
"A verdade mora no silêncio que existe em volta das
palavras...", com excelência diz o escritor, poeta e psicanalista Rubem
Alves, sua forma e seu esforço mais imediato.
O silêncio, morada da verdade, como
toda imagem de descanso, tranquilidade, associa-se imediatamente à imagem da
casa simples.
Silêncio de entre palavras, velando na
poiésis de semânticas a verdade do ser, des-velando na poiética de linguísticas
os verbos do ser, em cujo tempo a continuidade, o sendo-em-sendo, mostra
caminhos in-finitivos do hoem que é um ser entre-aberto às perspectivas do
in-finito, entre-abertura para a trans-cendência, entre-abertura para o divino,
entre-abertura para o eterno, entre-abertura para a perfeição. O ser
entre-aberto que o homem é encontra no silêncio entre as palavras o eidosda
verdade, a verdade que só o silêncio revela, mostra, manifesta.
É preciso prestar atenção ao que o
silêncio diz, atenção livre, deixá-lo perpassar-se em todas as dimensões
íntimas da alma, da inconsciência, da memória, o mesmo que viajar con-templando
as paisagens do campo, re-colhendo e a-colhendo as imagens, sem qualquer
pré-ocupação com os símbolos, signos, metáforas, construindo, elaborando,
delineando as perspectivas e ângulos em que a eidética da beleza e do belo se
pre-"en"-fica, apres-ent-a. A analítica existencial da pre-sença
há-de resguardar uma clarza de princípio sobre sua função ontológica. Por isso,
a fim de des-incumbir-se da tarefa preliminar de explicitação do ser da
pre-sença, ela deve buscar uma das possibilidade de abertura mais abrangentes e
mais originárias dentro da própria pre-sença. O modo de abertura em que a
pre-sença é colocada diante de si mesma deve ser tal que, nele, a pre-sença se
faça, de certo modo, acessível da maneira mais simples. Com o que nela se abre
deve vir à luz, de forma elementar, a totalidade estrutural do ser que se
procura. É sendo pre-sença que o silêncio diz. É habitando no silêncio que a
verdade se diz.
No silêncio de entre as palavras, a
semântica dos verbos são luzes, são raios de sol que incidem no espaço poiético
re-versando, re-versificando o inter-dito, o que é inaudito, o que é misério, o
que trans-cende as con-ting-ências do nada, aliás o nada e a arte literária,
digamos noutra linguagem, é o "gancho" para a visualização da
a-nunciação da poiésis da busca do ser e a poiética que se pres-ent-ifica na
fé, esperança, nos sonhos de encontro com a leveza do "ser".
A linguística da po-ética do estilo
verbal, estilística de modos, temas, temáticas, inicial-izando os futurais do
ser, alumia os versos e estrofes, sonetos, poesia livre do con-templar o
vir-a-ser à luz do desejar e querer, desejar e querer as iluminâncias da
luminosidade do genesis entreaberto aos cânticos do sublime, que musicaliza,
melodiza, ritmiza as primev-itudes da
criação..
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