MARIA ISABEL CUNHA ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O AFORISMO 884 /**ZEN DO INFERNO METAFÍSICO**/ - PROJECTO #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL#
ZEN DO INFERNO METAFÍSICO
Manoel Ferreira Neto.
Ah, quanta eloquência, quanto
preciosismo no vocabulário, para introduzir o leitor na temática do texto, isto
é, a sincronia entre o espírito e a ação ou corpo, o sonho e o amor. Tudo gira
em redor desta duplicidade e cumplicidade. O paraíso e o inferno, dicotomia
perfeita para simbolizar o ser integral que é composto por corpo e alma. A
finalizar o tempo que se torna eterno, quando o ser se entrega ao prazer.
Perfeito. Parabéns , amigo escritor Manoel Ferreira Neto.
Maria Isabel Cunha
#AFORISMO 884/
ZEN DO INFERNO METAFÍSICO**
Obscuridades intro-vertidas concluem
de in-fin-idades a lividez da tarde em propósitos fantásticos ao limiar do sol
que se esvaece detrás da serrania à extensão, à frontaria da extensão remota,
cruze de todos os sistemas do Orbe o anúncio frescor e pacífico da escuridão,
sob as propedêuticas testemunhas dos destinos, tremeluzindo de insonolências
benevolentes as utopias da ninharia, sonsices do despojado, à graça de
primícias exteriorizações da fulgência da veneta a recair em número
indeterminado de veras meio-perpétuas que aldrabam a decessa atrás do simulacro
do reflexo além de enaltecendo os báratros do sem- finalização ao cume do sem
significado do não – ente. A chama da lareira, fora de mim, ganha e traduz
coisas que ainda não conheço, o desejo de fazê-lo existe latente.
Saber-lhe a diferença entre ser e
ec-sistir. Saber-lhe a sin-cronia, sin-tonia, harmonia entre o verbo e o
espírito.
Se re-conheço conhecê-las, revisto-as
de espaço interno, espaço que tem seu ser em mim, que tem seu sentido em mim,
que me habita o mais íntimo, que me é.
E profundo; cerco-as com sentimentos
de agressividade e violência.
Não têm limites, não se tornam
realmente conhecimento senão quando se ordenam no coração de minha re-núncia,
no âmago de minha indiferença, no seio de meu desprezo, nos olhares críticos,
cínicos, sarcásticos, irônicos, enviesados na presença do absoluto de todas as
coisas, na verdade de todos os sonhos e utopias. através de mim, alçam vôos as
palavras de mim, palavras que re-colhem e a-colhem a presença da chama, a chama
que em mim cresce, as águas que me impulsionam a re-fletir a plen-itude, a
peren-itude da vida na experiência do verbo do amor, na vivência do amor pelo
verbo por vir carne. Perfeita a criação. Luz, amor, desejos. Efêmero o viver.
Esperanças, sonhos, utopias. Eterno o
nascer. Lutas por uma identidade plena.Quanta força ec-siste no ideal de
sonhar!
Num ritmo de fascínio, pulsam
corações no ossuário da terra, apaixonados com o brilho das estrelas, lua, lua
crua, sempre lua nua, sagrada hóstia de querubins e serafins emanados pelo
in-efável trans-cender da con-tingência e forma.
O coração do verso oferece o peito à
vida. A alma do verbo empresta a carne ao belo. O espírito do sonho doa o
desejo à esperança do Ser. Ser sendo ao sabor do silêncio sereniza as sombras
re-fletidas aos raios do sol.
Sou uma pessoa de sentimento vulgar.
- Não me olhe assim. Não me perscrute desse modo. Não fizemos o pacto da
sinceridade? Amor, não confie em mim. Não se entregue por inteira a mim. A
qualquer momento posso levá-la para o inferno. Contudo, amo você.
Generosidade sua não me confundir por
sermos animais de cérebro da mesmíssima falange. Amorzinho, este poema não é
para qualquer um.
Explico-me: - um idiota do resultado
de sua própria insignificância. Por você estou de corpo e alma abertos,
teleguiado para os céus. Prazer conhecê-la, benzinho! Entre! Aqui, as portas do
inferno estão abertas, escancaradas.
Não pergunte a hora. No inferno o
tempo perde o significado.
(#RIODEJANEIRO#, 19 DE JUNHO DE 2018)
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