MANOEL FERREIRA NETO ESCRITOR E CRÍTICO LITERÁRIO RESPONDE AO COMENTÁRIO DE Graça Fontis, ESCRITORA, POETISA, CRÍTICA LITERÁRIA, PINTORA E ESCULTORA SOBRE O AFORISMO 896 /**PERFEITOS ESTRANHOS**/ - PROJECTO #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL#
Em primeira instância, amada e inestimável esposa e companheira das
artes, Graça Fontis, só tenho a louvá-la, laureá-la por sua sensibilidade
artística, literária e plástica, re-colhendo e a-colhendo a eidética de minha
obra, dizendo-a com categoria e percuciência, sincera e dignamente, mergulha
fundo na obra, por lê-la quotidianamente, por presenciar-me na vida e nas
artes, sem quaisquer intuito de vangloriar-me. Não há única palavra que não
seja expressão do homem, do escritor, do esposo, do companheiro.
Este excerto de sua crítica conceituo-lhe e defino-lhe perfeito
"...o autor não se dá a queixumes ou vitimações, rompe com todos os
grilhões e a própria melancólica e tediosa humanidade, seguindo em frente com
seu sutil projeto dentro d'um complexo de diferentes circunstâncias sem deixar
de mergulhar em seus sonhos e esperanças, desfolhando o eidos da memória à cata
do ainda guardado, inaudito que o leve a ultrapassagem de todas as
contingências numa concomitante roda-viva, em que só a perseverança com atitudes
abrirá seu microcosmo, manchando ou borrando seus traços risíveis para
torná-los visíveis, fazendo-os próprios à discussão para este mundo Chamado
Novo." por mostrar, dar de frente com a cara no espelho, revelar a obra
reunida, é um mini-ensaio, e o que me chamara mais a atenção fora o gerúndio do
verbo desfolhar. Sim, este "desfolhar o eidos da memória" veio-me
certa vez na primavera de 1998, todas as manhãs eu podava as flores, rosas dos
canteiros do jardim de minha residência, estava relendo a Introdução da obra de
Merleau-Ponti, Fenomenologia da Percepção, há todo um estudo nesta introdução
sobre o "eidos". E não me afastei disto, esta vontade de
"desfolhar o eidos" sempre existiu, nalguns momentos é da memória,
noutros das palavras, noutros das coisas da vida, à cata do "ainda
guardado", do inaudito, "manchando ou borrando" os traços
risíveis para torná-los visíveis, para isto fora mister romper com os grilhões,
melancólica e tediosa humanidade, haveria de haver lírios brancos nas páginas
dos desejos. Mas o que reside e habita a sua fala "desfolhando os
eidos" vai muito além do que está registrado, o "desfolhar os
eidos", significa descer mais fundo na con-templação de meu destino.
Se você não houvesse dito que a seu ver já alcancei a liberdade na
multiplicidade includente de seus pensamentos, não teria eu sentido tão
presente e forte que o seu testemunho em todos os níveis é fidedigno e leal.
Nosso único lema é a nossa verdade. Somos verso-uno. -
Coloquei a minha liberdade de vivermos nossos sonhos juntos em questão,
os frutos serão sempre as consequências de nossa sinceridade, lealdade,
fidelidade, a nossa verdade.
Sinceros cumprimentos e louvores por este excelso mini-ensaio sobre o
texto que abrange a obra reunida, a magnitude das verdades que ele re-vela,
manifesta em todos os níveis de interpretação e análise. Mãos à obra... Pode
não acreditar, mas a sua linguagem e estilo são autênticos, traz no seu bojo os
princípios que regem uma crítica, o tempo cuidará de burilar e delinear.
Beijos no coração, meu Amor.
Manoel Ferreira Neto
GRAÇA FONTIS ESCRITORA PINTORA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O AFORISMO
896 /**PERFEITOS ESTRANHOS**/ - PROJECTO #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL#
Sensacional esse trilhar da mente sobre o caos predominante dentro de um
contexto concreto e inquestionável, por onde esse narrador, bruxoreando, se
multiplica na máscara da narração, subjetivando aquém para explicitar além o
desdobramento da língua no campo literário, desafiando magistralmente todo
tecido social, denunciando sem acusar, simplesmente transitando da sutileza ao
sarcasmo, visualizando a Torre de Babel distante, em tempo, tão viva e
presente; e aqui detém-se na percepção/atuação múltiplas ao devolver-nos a
verdadeira imagem social, usando, por vezes, lentes de aumento ou espelho
irregular refletindo vários ângulos, ao projetar suas idéias, tecidas e
formatadas conforme as regras linguísticas vigentes e corrosivas, daí o
produzir de sua pena ácida ao desfazer os jogos hipócritas da sociedade que burlam
e transgridem nossa inteligência; mas o autor não se dá a queixumes ou
vitimações, rompe com todos os grilhões e a própria melancólica e tediosa
humanidade, seguindo em frente com seu sutil projeto dentro d'um complexo de
diferentes circunstâncias sem deixar de mergulhar em seus sonhos e esperanças,
desfolhando o eidos da memória à cata do ainda guardado, inaudito que o leve a
ultrapassagem de todas as contingências numa concomitante roda-viva, em que só
a perseverança com atitudes abrirá seu microcosmo, manchando ou borrando seus
traços risíveis para torná-los visíveis, fazendo-os próprios à discussão para
este mundo Chamado Novo. Talvez seja este o caminho a levá-lo à tão almejada
liberdade, dentro dessa longitude de segmentos cujos pontos considerados sob
igual vocábulo dão a intuição objetos diferenciados na representação tensa e
intencional plenificando a concretude de seus objetivos graças a sua
consciência posicional do mundo contemporâneo.
Se é que já não alcançou essa liberdade, na multiplicidade includente de
seus pensamentos, a meu ver... sim M.F.N. meu Escritor preferido, até Beijos...
Graça Fontis
(#RIO DE JANEIRO#, 29 DE JUNHO DE 2018)
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