#AFORISMO 903/ ENTRE O ONÍRICO E A VIGÍLIA, O VERBO EIDÉTICO DO TEMPO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Epígrafé:
Tine rara kata tera.
Rana pira sole tara
Pora dima yala pena
Mana dia kora grafe.
Se há em mim aquele prazer pelo mar e por tudo que ao mar se assemelha e
mais o fogo ardente chameja a vela para mundos por descobrir, vozes ouvir e
auscultar, ininteligência, a fonte das palavras, sons, ritmos, melodias
ininteligíveis, mas eivados de sentidos e significados..., um prazer de
navegante.
Abismos, montanhas, vales
Verdades, absolutos, sonhos
Utopias, desejos, esperanças,
Enigmas, mistérios, solidão.
Sete abismos perpetuados por sibilos que trans-elevam sons aos auspícios
do infinito, ritmos e melodias às pro-fundezas da terra, onde lídimos artífices
dos sons e palavras ouvem e são capazes de re-presentar-lhes.
Sete montanhas cobertas de neblina, de neve, de orvalho, de
"securas" são objetos de con-templ-ação e reverência pela beleza que representam.
Sete vales em cujas veredas pastores con-duzem ovelhas, boiadeiros
con-duzem o gado, simples, humildes, a vida é-lhes o verbo da sensibilidade,
nas noites con-templam a lua e as estrelas, ouvindo no rádio baladas.
Sete verdades professam e declamam em cânticos e versos a plen-itude do
in-fin-itivo.
Sete absolutos pre-enchem as vacuidades da alma que perscruta os idílios
e quimeras da morte, símbolo de felicidade perene, signo de alegria divina.
Sete sonhos da beleza do belo, pura sin-cronia entre o onírico e a
vigília, entre os éritos inconscientes e iríasis da sensibilidade, evangelizam
forclusions, manque-d´êtres, mauvaises-foi, sacralizam solipsismos, vaidades,
orgulhos.
Sete utopias do bem e do mal, em cujas eidéticas do tempo e vento
habitam o venerar o verbo do ser, reverenciar o in-fin-itivo da etern-idade,
ascendem as chamas das achas de lenha aos confins do vir-a-ser, acendem as
velas dos volos da alma que aspira a trans-cendência do divino.
Desejos da humanidade do ser, sincronia do amor e do sonho in-transitivo
do sentimento amar, sintonia da solidariedade e a cáritas da compaixão,
harmonia do efêmero e absoluto.
Sete esperanças sobrevoam mares, florestas, re-colhendo e a-colhendo do
tempo, em cujas eidéticas do ser habita a luz, a imortalidade in-fin-itiva da
vida.
Enigmas.
Mistérios.
Solidão.
Tudo passa, tudo passa, tudo passa.... Luz do uni-verso perpassando a
neblina do horizonte, cujas miríades do além estão re-fletidas no espelho das
esperanças oníricas da verdade. Sons das contingências da não-correspondência
entre as dialéticas que giram no catavento solitário da serra e as contradições
do nada e vazio que rodavivam no dia a dia do quotidiano de dores e olhares
voltados ao longínquo e distante à espera de alguma a-nunciação da verdade
linguística e son-ética da poesia-vida da solidão.
Verbo-de ser
Ser-para o verbo.
Tine rara kata tera.
Rana pira sole tara
Pora dima yala pena
Mana dia kora grafe.
O riso não vem, por que rir às sara-palhas das ipseidades, facticidades,
pequeno mistério entre o ser e as coisas? Outras chamas ardentes, não
perceptíveis, e tão mais acalentadoras, tão mais aquecedoras estilísticamente
conduziram sob meus traços satíricos.
Se de mim nada possuo salvo a alucinada travessia - vida são desejos
alucinógenos, despirocados, desvairados.
Manoel Ferreira Neto
(25 DE JUNHO DE 2017)
(#RIODEJANEIRO#, 26 DE JUNHO DE 2018)
Comentários
Postar um comentário