SONIA GONÇALVES ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O AFORISMO /**AFORISMO DA SÍNTESE: REALIDADE TOTAL DO HOMO FABER E HOMO SAPIENS**/ - PROJECTO #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL**/
Nossa que texto lindo Manoel Ferreira Neto (Manu) demais de lindo... O
tempo pode estar estranho ligeiramente estrangeiro, mas olha tua inspiração
continua fabulosa! Digo sem sombra nenhuma de emotividade presente, digo com os
sentimentos bem acentuados e uniformes.Ler-te sempre um bom presente para
exercitar o nosso intelecto, Manu, impressiona-me como viageiro que és e como
tens histórias pra contar; parece um alquimista de fato não só das letras, mas
um viajante do tempo onde nos fala do passado épico, do presente vigente nos
leva a viajar pelo perene futuro, nos faz ver claramente a diferença temporal
entre um e outro, mas sempre num mundo mágico de unicórnios de fantasias em
misto às realidades cotidianas, e o amor sempre como ligação entre todas as coisas...
Amei de paixão... Grata Manu, sempre imenso prazer te ler... Bjos
Sonia Gonçalves
(27 DE JUNHO DE 2017)
Minha esposa e companheira das Artes, Graça Fontis, houvera de estar a
dizer-me a respeito da presença da natureza nas minhas escrituras, as imagens
que delineio nas palavras são maravilhosas, parece sempre sugerir em mim a
natureza é harmoniosa, o que me chamara a atenção, e observei nas outras
escrituras, era verdade, ademais a lua e as estrelas presentes sempre, há
sentidos outros inda obscuros, misteriosos, quiçá o tempo os des-vende,
des-vele, des-nude, mas uma liberdade estava carente de questão e sabia ser
esta a resposta, esta a que se refere, ser "um viajante do tempo onde falo
do passado épico, do presente vigente...", estes nos levam a viajar pelo
perene futuro... Tantos enigmas, tantos mistérios, tantos inter-ditos,
inauditos, somos os escritores uns tolos, acreditamos que conhecemos as
palavras, o mundo das palavras, criamos os nossos estilos e linguagens para
fugirmos da verdade, nada sabemos das palavras, quiçá os que menos sabemos, e
escrevemos... Isto não é uma loucura desvairada, se não pensarmos o pensamento
que pensa isto?
Então, é ser um viageiro das palavras... Ao menos aquelas lágrimas
pujantes da liberdade posta em questão, ouvir-lhes o silêncio que nos sussurra
uma história construída de palavras, eis a realidade total do homo faber e homo
sapiens que re-presento, a liberdade posta em questão. O amor não haverem
dúvidas tece a comunhão dos homens e da humanidade, o amor aprende-se a
sentir-lhe no quotidiano das verdades vivenciadas nas relações íntimas e
amigáveis, é preciso saber ouvir a voz do amor, e não querermos cantar-lhe sem
a lírica dos passos
Abraços nossos,
Manoel Ferreira Neto
(27 DE JUNHO DE 2018)
#AFORISMO DA SÍNTESE: REALIDADE TOTAL DO HOMO FABER E HOMO SAPIENS#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
"Decerto o homem nunca renunciará, jamais renunciará e resignará ao
sofrimento e à dor, aos caos da História Universal, em detrimento da História
da Humanidade. "
O dia que amanhece atrás de uma beleza invisível a olhos nus, de um belo
in-audível, indizível, inverossímil. Uma beleza muda, silenciosa: a mudez dos
sentimentos lindos e breves, de emoções belas e efêmeras; o silêncio da
sensibilidade que anda em câmera lenta num campo aberto, a perder de vista,
numa grama respingada de orvalho da noite; da emotividade que se senta ao
portão de uma casa e fica a olhar para o infinito, as nuvens brancas e azuis:
"Quanto tempo devo manter meus olhos grudados no in-finito? Isto não é
mais um sonho, é a coisa real. Há um vento estranho ainda soprando no convés
superior.
"Há uma cruz de ferro ainda pendurada em seu pescoço. Há uma banda
tocando no lote vago." Uma recordação irresistível e magnificente: a
irresistibilidade de olhos que se encontram numa lua enluarada, a lua cheia,
vermelha e amarela, numa conciliação de esplendor e maravilha, numa conjugação
de infância, inocência e ingenuidade, as estrelas andam muitas e bem fogosas,
às pencas, cintilando mais do que o suficiente; a magnificência de esvaimentos
que se aniquilam a si mesmos; magnificência de uma existência marginal do
fantástico, que inventa a lei a que se submete, excelência de desejos que
re-criam um ec-sistir do nada, do efêmero, a que jamais se entrega. A memória
de um passeio ao final da tarde, subindo a montanha, pisando nos cascalhos,
vendo poeira nas folhas das árvores, folhas e gravetos secos no chão, árvores
de troncos enormes e raízes que se afloram do fundo da terra, a água cantante
de um pequeno córrego, numa gruta, a grama dançante, a dança de uma evidência
que se faz mister escovar-se todas as manhãs; as manhãs perderão as cores e a
vida saindo da água, subindo a corrente das verdades às avessas, num silêncio
mudo e seco.
O dia está para além da montanha, silenciosa, radiante, esplendorosa: de
um silêncio indisciplinado e desordeiro, um pedaço de matéria escravizada,
submetida a uma ordem obvia, mas o significado é desordenado, invertido,
despido de caracterização, palavra, mensagem, conteúdo.
Realidade total do homo faber e homo sapiens. A palavra exprime e
expressa o humano e o sensível. A letra registra e imprime quem somos. A frase
descreve o sentido correspondente que pode ser exposto no coração puro, na
consciência evidente, na mente que diz a si mesma, na emotividade do homem bom
e honesto. O parágrafo narra a porção de harmonia possui os homens honestos,
sinceros, espontâneos. Decerto o homem nunca renunciará, jamais renunciará e
resignará ao sofrimento e à dor, aos caos da História Universal, em detrimento
da História da Humanidade. A sentimentalidade do amar apaixonadamente o amado,
ao carinho tenro e tênue, à afeição madura e à criança. A identidade obviamente
filosófica e psicanalítica de por baixo de feições singelas e agradáveis.
Um tempo imenso estranho e estrangeiro. Há dias em que o sol parece ir
rachar o chão: um calor insuportável, seco, sem vento, suor escorre livremente
pelo rosto, inerente á vontade, tudo aberto, escancarado, de um extremo ao
outro. Tudo irá ruir muito em breve frente aos olhos. Saudade o mar. Estranha
sensação por o mar haver-me sido indiferente e agora esta saudade tão intensa.
Devo com isto estar a estrangular alguma dor pujante, crio coisas que me
alegram para não estar de frente com a minha verdadeira imagem.
O sol quer firmar-se. Não o fará. A sua claridade será por pouco tempo.
Aqui dentro, faz um pouco de frio. Esta pouca frieza permanecerá pelo dia
inteiro, enquanto estiver nesta gruta observando a lagoa, a luz incindindo
vindo de um buraco na parede de pedras
.
Manoel Ferreira Neto
(28 DE JUNHO DE 2017)
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