GRAÇA FONTIS ESCRITORA PINTORA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O AFORISMO 896 /**PERFEITOS ESTRANHOS**/ - PROJECTO #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL#
Sensacional esse trilhar da mente sobre o caos predominante dentro de um
contexto concreto e inquestionável, por onde esse narrador, bruxoreando, se
multiplica na máscara da narração, subjetivando aquém para explicitar além o
desdobramento da língua no campo literário, desafiando magistralmente todo
tecido social, denunciando sem acusar, simplesmente transitando da sutileza ao
sarcasmo, visualizando a Torre de Babel distante, em tempo, tão viva e
presente; e aqui detém-se na percepção/atuação múltiplas ao devolver-nos a
verdadeira imagem social, usando, por vezes, lentes de aumento ou espelho
irregular refletindo vários ângulos, ao projetar suas idéias, tecidas e
formatadas conforme as regras linguísticas vigentes e corrosivas, daí o
produzir de sua pena ácida ao desfazer os jogos hipócritas da sociedade que
burlam e transgridem nossa inteligência; mas o autor não se dá a queixumes ou
vitimações, rompe com todos os grilhões e a própria melancólica e tediosa
humanidade, seguindo em frente com seu sutil projeto dentro d'um complexo de
diferentes circunstâncias sem deixar de mergulhar em seus sonhos e esperanças,
desfolhando o eidos da memória à cata do ainda guardado, inaudito que o leve a
ultrapassagem de todas as contingências numa concomitante roda-viva, em que só
a perseverança com atitudes abrirá seu microcosmo, manchando ou borrando seus
traços risíveis para torná-los visíveis, fazendo-os próprios à discussão para
este mundo Chamado Novo. Talvez seja este o caminho a levá-lo à tão almejada
liberdade, dentro dessa longitude de segmentos cujos pontos considerados sob
igual vocábulo dão a intuição objetos diferenciados na representação tensa e
intencional plenificando a concretude de seus objetivos graças a sua
consciência posicional do mundo contemporâneo.
Se é que já não alcançou essa liberdade, na multiplicidade includente de
seus pensamentos, a meu ver... sim M.F.N. meu Escritor preferido, até Beijos...
Graça Fontis
#AFORISMO 896/
PERFEITOS ESTRANHOS#
GRAÇA FONTIS:
PINTURA
Manoel Ferreira Neto:
AFORISMO
Hipocris-itudes eternas! Hipocris-idades imortais!
Verbos verbalizam sendas longínquas do ser. Os lácios do Verbo da Língua
Inglesa patenteiam o in-audito das ações à busca do Ser do Inter-dito. Os
lácios do Verbo da Língua Francesa realizam o silêncio da sensibilidade à busca
do Ser do Espírito. E por que os lácios do Verbo da Língua Alemã corroboram-se
no fim do período? Perfeitos estranhos.
Mentes mergulhadas em verdades inter-ditas de sombras a envelarem
horizontes, de brumas a encobrirem universos, de trevas a esconderem o
silvestre da floresta, as margens do rio; almas chafurdadas em esperanças
entre-laçadas de vazio e nada glorificando o Apocalipse da In-dignidade e
des-honra, louvando o Hades da Proscrição e Heresia, ideais entupigaitados de nonsenses
do sonho, enaltecendo as primevas trevas do mundo, em cânticos mefistofélicos
da maldição, ódio, insensibilidade, sem valores - alma penada vagando em
túmulos do poder, sem virtudes - instintos condenados perambulando nos
epitáfios de tabernáculos à luz das imagens sacras sem ética - carne sem ossos,
rogando o verbo da plen-itude, a verbalização da essência absoluta do divino,
sem moral - cinzas dos princípios primevos re-nascidas nos umbrais da
amoralidade que seduz os dogmas da indecência, corações perenecidos de utopias
de ideologias, interesses espúrios da alienação, ausência da fé de as
bem-aventuranças salvarem o eidos do sublime, In-sensibilizando as dimensões
trans-cendentais dos desejos de liberdade, vontade da divin-idade, ossos,
cinzas, nada, des-carne das ilusões que, nas fontes do uni-verso além das
con-tingências, alimenta-se de a-nunciações do gozo de serem sementes de
gerúndios de sonhos, indicativo presente do Ser-com a vida, Ser-para-a-morte,
palavras, versos, re-versos, in-versos, estrofes, acorrentadas de símbolos,
signos, metáforas ao secular, milenar gozo do abismo inaudito indizível
"Ad perpetuum nihil"...
Passado sem vírgulas entre ad-vérbios temporais. Pretéritos sem o tempo
da continuidade entre as imperfeições e perfeições, sem o olhar percuciente às
intenções das utopias e intenções de liberdade. Eterno eterniza nonadas
perdidas nos vácuos. Espelhos espelham imagens projetados no infinito, no
buraco negro. No finito infinitivo do vazio metáforas cintilam. Nos gerúndios particípios
das angústias, linguísticas brilham. Sou quem não sou, não sou quem. Pervago
nas estradas de poeiras semânticas sozinho. As esperanças devem acompanhar
passos comedidos. Cogito ergo nom sum nos universos. Semânticas ilusões
preenchem espaços, distâncias campesinas.
Fals-itudes plenas e divinas... Versos, re-versos da morte, fim
con-tingente do corpo, re-citando evangelhos do sem-verdade de ovelhas em
rebanhos da ausência de fé, im-plorando o des-paraíso terreno, o baldio dos
becos sem saídas, nos tabernáculos de templos edificados às glórias chifrudas
da infidelidade ornamentada de prazeres, saltitâncias, perecendo da alma as
quimeras da felicidade, fantasias do amor, quimeras da Cáritas, estrofes
in-versas de pós-cinzas, nada do Ser, nonada do espírito , ads-tringentes do
frio milenar, secular da des-ética, des-moral, vivenciadas nos mata-burros da
não-travessia da noite da Idade Média pós-moderna aos raios de sol que
de-clamam as vers-itudes lusitanas da esperança da glória eterna, as luzes da ribalta
mundial com que os palhaços brincam, di-vertem-se, riem de angústias e
tristezas, sonhando o camarim da alegria, idealizando a imagem re-fletida no
espelho da re-presentação da imagem do ser-com-os-verbos-do infinito...
Semânticas ilusões preenchem espaços, distâncias campesinas. Presente
sem vírgulas entre verbos defectivos. De forma alguma pers palavras significam.
Multiplicam sentidos nos uni-versos multifacetados, dispersos. Lâminas afiadas
ceifam signos, significando sorrelfas. Ando sozinho perscrutando arribas de
sombras.
Saio de pequenas frases, entro no abismo de ventos frios, perpassando as
dimensões da contingência, atingindo os auspícios do inaudito. Quiça a
roda-viva do ser e não ser movimente o redemoinho das volúpias e êxtases, das atitudes
e liberdade.
(#RIODEJANEIRO#, 28 DE JUNHO DE 2018)
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