**NA TEXTUALIZAÇÃO A MUSICALIDADE FLUI NOS ACORDES SINTETIZADOS ÀS QUERÊNCIAS DAS PALAVRAS** - TÍTULO E PINTURA: Graça Fontis/CRÔNICA: Manoel Ferreira Neto
Quiçá sonhos significam inauditos que o In-fin-itivo dos verbos trazem
em si dentro, e no sentir-lhes o ser, floram-se na floração da espiritualidade!
Quiçá o sejam, não sendo-sendo quiméricas sorrelfas da inspiração que tudo
trans-cende, trans-literaliza, trans-eleva aos auspicios do In-finito.
Sonho, além dos sonhos dentro de outros que são luzes que nos circundam
ao longo das sendas, trazemos no mais re-côndito esperando o instante de ser
a-nunciado, revelado em toda a sua ampl-itude.
Este sonho trago em mim, sempre latente de sua vida percorrendo
in-finitos, universos, horizontes, esplendendo suas luzes, numinando os campos.
Fechar os olhos, deixar o espírito fluir leve, livre, no seu recôndito
compondo uma música de espiritualidade, pres-ent-ificados dons e talentos,
sensibilidade na confecção de lírica, versos e estrofes representando o que o
inaudito traz de genesis para a re-novação e evangelização das esperanças,
embora as dificuldades que se apresentam neste instante de composição e
criação, alfim música e lírica nascendo em uníssono é arte das mais complexas,
mas os querubins da magia se pres-entificam, música e lírica são compostas com
excelência de magias e perfeições, resta executá-la no piano, acompanhada da
cítara, da harpa, do violino para a extasia do ouvinte, sentir o espírito
florar-se na floração de seus sentimentos e emoções.
Quê sonho!... Não compôr música com todos os recursos da criatividade, o
espírito se trans-literalizando em notas, ritmos, melodia, acorde. Compor um
texto, cujas palavras são ritmos, cujas letras são notas, ritmo, melodia,
acorde compostos de metáforas, semânticas, linguísticas. Música é poesia e
poesia é música. Mas esta música executada pelo piano dos desejos, esperanças,
volos, pela cítara das quimeras, sorrelfas, fantasias, pela harpa das dores e
sofrimentos da alma, pelo violino das dimensões sensíveis, uma música executada
no in-finito do espírito, ouvido contingente sendo impossível ouvi-la, só o
ouvido inaudito do silêncio do som. Música de letras, música de metáforas,
música de linguagem e estilo prosaico.
Por vezes, quando me sinto sensibilizado, leio alguns excertos de texto,
sentindo-lhe intimo a presença da música, ouço-lhe, mas me sinto inda carente
da música de palavras, de letras. Digo-me circunspecto: "É um sonho que
pode ser transliteralizado em inúmeras dimensões, deixando-lhe florar-se na sua
floração de espiritualidade. O universo ouve, o horizonte escuta, o infinito
sente-se nos seus recônditos mais íntimos..."
Ouço os inauditos de verbos infinitivos no piano de minha sensibilidade.
Viro para o canto de meu leito, concilio o sono sob o sonho da música de
palavras.
(**RIO DE JANEIRO**, 23 DE JANEIRO DE 2017)
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