**CONSIDERAÇÕES INEFÁVEIS E INÉDITAS AOS PÁRIAS NO CONTEXTO SOCIAL - II PARTE** - TÍTULO E PINTURA: Graça Fontis/SÁTIRA: Manoel Ferreira Neto...
Bons dias!
Mister se faz, antes, pedir as devidas e sagradas desculpas ao
egregíssimo filhodaputa por estar colocando-lhe novamente em cena, quando
deveria lhe esquecer vez por todas, seguir a minha vida na flauta, emitindo
sons de paz, amor e felicidade, não mais lhe dirigir quaisquer palavras outras,
nem mesmo lembrar-me de sua ec-sistência, explicando-lhe que as intenções são
as melhores possíveis, os sentimentos são os mais cordiais possíveis, não
nutrindo ou alimentando eu desejos, vontades de ferir-lhe os brios,
denegrir-lhe a imagem com maior pujança, neste segundo tributo não atingindo
apenas a alma, como o fizera outrora, mas enfiando-lhe o punhal nos
interstícios mais profundos de seu espírito, antes que fique irado, nervoso,
irritado, inquieto, ódio e raiva perpassando-lhe o ser, quando não mais
res-ponde por suas atitudes e ações, é capaz de tudo, agredindo-me sem
comiseração, talvez até enviando-me ao inferno através e por inter-médio dos
“porões da tortura” para visitar Mefistófeles, livrando-se de mim, assim
defendendo os seus interesses e propósitos, assim conservando e preservando os
privilégios do poder que re-presenta.
Quiçá não me fosse necessário esse pedido de desculpas, pois que se
sente exultante por estar figurando nas minhas páginas, ninguém o fizera antes,
agradece-me cordialmente a atitude, até comenta com os cúmplices, asseclas o
que fora escrito, ad-mira-se sobremodo com os meus talentos de lhe descrever
com tanta categoria, nada de suas atitudes e ações são escondidas, nada de seus
instintos e natureza é omisso, tudo é dito com transparência. Até se pergunta
se em verdade não esteja eu escondendo leite, sou filhodaputa em potencial, mas
tenho medo de “botar as manguinhas de fora”, não saberia eu viver isolado do
convívio humano, da convivência social. Mas se não há quem diga qualquer coisa
sobre mim nesse sentido, é que não sou, mas con-templando algumas atitudes
minhas no passado, e mesmo no presente, defendo a unhas e dentes que sou um
deles, o último dos filhosdaputa.
Lembro-me sempre de uma sabedoria, não sei se chinesa ou japonesa: “Por
causa de um prego, perdeu-se a ferradura, por causa da ferradura perdeu-se o
cavalo, por causa do cavalo perdeu-se o correio, por causa do correio perdeu-se
a guerra”. Por causa de um tributo perder a vida não vale a pena, ainda mais
que amo viver, entrego-me a todas as situações e circunstâncias que me
possibilitem, abram as dimensões da vida. O meu desejo mais que profundo é
estar em sintonia, sincronicidade, harmonia e afeto absolutos, póstero e póstumo
com todas as coisas do mundo, especialmente pelo filhodaputa por quem nutro
carinho e ternura enormes, já que me não é possível conhecer o homem por
inteiro, posso conhecer o filhodaputa em absoluto, os meus afetos não serem
discriminativos e preconceituosos, viver e experienciar tudo o que a terra pode
proporcionar e legar.
Dizem as boas e más línguas que os podres do filhodaputa são tantos que
nem as aves negras que sobrevoam o céu chegam perto, a catinga é
in-inteligível, insuportável, muito pior que a de cadáver humano debaixo de
sete palmos em seu estado de decomposição até às cinzas. Jamais entrei em sua
intimidade para comprovar a veracidade das palavras das pessoas, e não o fiz
para não me ver na situação difícil de vomitar as estranhas, mas por haver
sentido certo medo de me influenciar, assimilar-lhe as atitudes e ações, sei
que suas atitudes e ações são as mais indecorosas, as mais indecentes, as mais
mesquinhas e medíocres, havendo, aliás, um termo que reúne todas elas com
perfeição, é ele “filhadaputice”, as filhasdaputices dele são realmente
tristes.
Em verdade, não significando que aprove ou desaprove as palavras do
povo, pelas quais nutro respeito e consideração sem precedentes, admiro-lhe a
criatividade e a coragem, tenho-as como verdades insofismáveis e incontestes,
mas penso que são discriminações, preconceitos, marginalização, dizer que são
tantos os podres dele que nem os urubus querem se aproximar é estar
ultrapassando os limites do bom senso e do olfato, para atingir os objetivos e
projetos de lhes expulsar vez por todas de qualquer convívio humano e
contingencial, de ver-lhes pelas costas, esperar que em Armageddon as trombetas
explodam os tímpanos do último filhodaputa.
Alguém me dissera que estava resolvendo alguns problemas no centro da
cidade, passava por uma calçada, olhando para a outra do outro lado, reconheceu
só filhosdaputa nela, na que estava fez questão de observar, só os idôneos e
probos. Isso é que é uma cidade que sabe discernir o alho do bugalho. Com essa
atitude, atinge a supremacia de sua percepção, intuição, razão: não fica apenas
nos botequins, restaurantes, barzinhos, clubes sociais as diferenças de caráter
e personalidade, de ser e contingência, de imanência e espiritualidade. De
repente, alguém de probidade sem precedentes subiu o meio fio, de imediato saiu
correndo, atravessou a avenida. Essa pessoa que me contara o acontecido
dissera-me que lhe perguntou a razão de sair correndo, respondendo que a
catinga estava enorme naquela calçada, os filhosdaputa andavam nela.
Se pensarmos racionalmente, haveremos de perceber que podres não
ec-sistem, não habitam apenas no íntimo dos filhosdaputa, mesmo nos homens de
pura idoneidade, de sublime probidade habitam podres, uns mais, outros menos,
isto porque a natureza humana habita todos os homens, mesmo sendo poucos
podres, mas podem feder muito mais que os muitos dos filhosdaputa, não é a
quantidade que determina as questões e sim a qualidade, a qualidade da atitude
de um homem idôneo pode superar bastante todas as outras escusas, depende do
nível, se alto, se baixo. Se ninguém ainda pensou nisto, é que o filhodaputa se
veste dignamente de cara-de-pau, e não mede as ações, para ele tudo é
permitido, quanto maior for sua filhadaputice mais aplausos e encômios,
tapinhas nas costas recebe de seus cúmplices, comparsas, asseclas, mais poder e
sucesso adquire no métier, no uni-verso de seu rebanho, no per-curso e de-curso
do tempo, tornando-se mito, lenda, objeto de imitação e de plágios di-versos,
mais odiado e rechaçado, mais ojeriza e nojo recebe da nata fina da sociedade e
da comunidade, que é a sua intenção primordial e essencial, alfim é inimigo
congênito dos valores morais e éticos, das virtudes contingenciais e
espirituais, dos princípios e dogmas religiosos, cristãos, enquanto que o homem
idôneo sabe tripudiar, engabelar, jogar, conhece de estratégia e artimanha, os
seus podres ficam escondidos, envelados, atrás da barba bem escanhoada, dos
perfumes de fina qualidade, dos ternos de grife ou dos jeans sociais, cheques e
cartões de crédito na carteira, algumas notas graúdas, celular de última
geração, um notebook que carrega sempre para viajar na internet, considerados
apenas como deslizes do caráter, da personalidade, isso faz parte do ser
humano, cabem o perdão e a desculpa, cabem a compreensão e entendimento, não é
um podre que incomode o olfato, que lhe denigra a imagem, que lhe faça perder
os créditos, é homem que sabe discernir alhos de bugalhos, é sensível e
inteligente, tem muito a perder na vida e no mundo, saberá superar sua atitude
indecorosa com distinção, não perderá a dignidade “nem a bala”, para usar a
fala de um ministro envolvido com corrupção, dissera ela que não sai do cargo
nem a bala, outro tirara as vestes, pisara em cima, dizendo que nada poderia
lhe comprometer, caiu e caiu feio, isto é que apreciar e vangloriar o “poder” –
o filhodaputa há muito perdeu o senso das coisas, os sentimentos de medo e de
orgulho próprio, opiniões e consciências não mais lhe dizem qualquer respeito.
Como disse anteriormente, no início, não tenho qualquer intenção de
ferir os brios do filhodaputa, denegrir-lhe a imagem, ao contrário, as
intenções são as mais sensíveis e cordiais. Referir-se às atitudes e ações as
mais arbitrárias e gratuitas, à fala fétida, à alma cheia de lêndeas, como
sendo “podres”, é uma falta de respeito enorme à vida que lhe habita, ao verbo
súcia ou à sucialidade da conjugação do verbo “suciar”, que nele se tornou
carne, noutras palavras, é uma falta de consideração enorme. O mesmo no que
tange ao homem idôneo que num deslize inocente e ingênuo desceu ao nível do
filhodaputa.
Onde nossa nobreza, quando nossa beleza, como nossa pureza, se o jato da
descarga manda para as profundas tudo o que nunca nos larga? Quanto tempo
ficamos no banheiro, ao longo da vida privada, ao longo da vida preclara, ao
longo da vida precária? Não deveríamos mesmo nos referir às filhasdaputices do
filhodaputa como sendo “podres”, nem mesmo às atitudes e ações dele como sendo
filhasdaputices. Não fica bem para ninguém, idôneos ou súcias, usar palavras de
baixo-calão, palavrões, diz o ditado que os peixes morrem é pela boca, isto é,
expressar-se desse modo é ser imoral, é ser indecente, e isso os princípios da
dignidade não podem con-sentir ou ad-mitir, aceitar.
Certa vez, acompanhando-me um filhodaputa a uma exposição de arte, onde
nunca estivera, pôs-se a enrubescer, a cobrir o rosto, e, puxando-me a cada
momento pela manga da camisa, me perguntava, ante os quadros, como se podiam
exibir publicamente semelhantes baixarias, indecências. Ad-mirei-me com as suas
reações, não esperava que fosse ficar bestializado, bestificado, ficar com
vergonha do que estava presenciando, ao caráter súcia dele não caberiam essas
coisas, deveriam ser-lhe coisas corriqueiras, triviais, esperava dele alegrias,
êxtase, volúpias, felicidades, prazeres.
Que termo deveria ser usado para não dizer palavrões, palavras de
baixo-calão? Termo que guardasse em si o mesmo sentido, conservasse a censura,
amenizasse a contundência e pujança do juízo e julgamento. Não sermos tão
injustos, desumanos com os filhosdaputa, mesmo com os idôneos e probos com os
seus deslizes de caráter e personalidade? Termo que lhe mostrasse que
amadurecemos, crescemos, tornamo-nos outros, compreendemos e entendemos
cordialmente os desvios da alma, da psique, somos pessoas sensíveis?
A carne do filhodaputa que verga à fome e à gula apodrece. O caráter,
personalidade do filhodaputa que verga ao poder fede sem fronteiras e cancelas.
Só resta o fedor da combustão dos dias e o trabalho das noites, operando
transformações nas fisionomias dos bichos humanos estropiados.
Não é tão fácil assim encontrar termo próprio, singular para substituir
“podre”, o fedor é tão grande que impede a sensibilidade, a imaginação na sua
labuta de criação. Também não é tão simples, porque o hábito, costume e cultura
de usar “podre” para se referir às mazelas humanas, ao que habita as pré-fundas
do filhodaputa, a cada passo aumentando consideravelmente, entupigaitando-lhe
de podres, estão mais que cristalizados, estão impregnados em todas as
dimensões, são partes integrantes do espírito, quase impossível haver mudança.
Estive pensando por longos dias a respeito, tentando encontrar o termo,
para ajudar aos filhosdaputa a não se sentirem tão discriminados, não se
sentirem tão angustiados e entristecidos com os julgamentos e juízos, as
pessoas de bem, estirpe e laia mudarem de calçada, darem voltas enormes, para
não ombrearem com eles, a catinga é enorme, tornar-lhes a jornada na vida e no
mundo bem mais fácil, embora continuando a trajetória de suas atitudes, embora
acumulando no íntimo suas mazelas, mas que não suscitassem nos homens a
presença de odores fétidos dentro deles. Não deve ser nada fácil sentir que o
outro está pensando no nível da catinga existente.
Freqüentemente perco o sono por causa dos filhosdaputa. Principalmente
aqueles de mel e veneno que cantam a viperinidade libertas quae sera tamem. Só
os filhosdaputa, estranhos seres, são felizes por terem a carne maculada, os
verbos tergi-versados, por terem o dia destruído e o sono exangue e, no
entanto, deles brotam as finesses mais escusas, as diplomacias mais mesquinhas
e medíocres, os sorrisos mais límpidos e cristalinos, às lágrimas vivas e
ardentes, as palavras mais nuas e cruas, não se faz mister encontrarem os lugares
devidos e apropriados para lhes colocar, cabem em todos eles e com eficiência
sem precedentes.
São as suas características? Filhosdaputa não possuem características!
Quem as têm são os homens de fina índole, límpida raça, cristalina e
transparente laia, nítida e pura raça. Quais são as características mais
visíveis nos idôneos? – este é o questionamento que se deve colocar em pauta
nesses naipes de cartas marcadas. Presença de espírito aguçada, sensibilidade,
diplomacia, finesse, educação esmerada, são cheios de amor para dar, vender,
alugar, emprestar, solidariedade, compassividade, pensam o que sentem e sentem
o que pensam, jamais negam ajuda a quem quer que seja, são solidários na AIDS,
sobretudo no câncer, são honestos com seus compromissos, são dignos com suas
responsabilidades, jamais são capazes de ofender ou humilhar a quem quer que
seja, são sensíveis e humanos nos velórios a que estão presentes, conformando
os enlutados, derramando lágrimas sinceras, jamais ouviram dizer de crocodilos,
nem sabiam da existência desse animal, de lágrimas de crocodilo. Estas são na
minha opinião as características de homem idôneo e probo. Se me esqueço de
alguma, ficam aqui as minhas desculpas, pedidos a ele de compreensão e
entendimento.
Se os idôneos têm características – característica é um termo clássico,
erudito, mostra nas linhas e entre-linhas, ditos e inter-ditos, a presença de
todas as dimensões do bem e da verdade -, o que teriam os filhosdaputa? Eis a
pergunta que me fizera, e que me dera a resposta adequada para a questão.
Comecei de elencar os procedimentos, comportamentos, atitudes e ações
dos filhosdaputa que conheço, com quem cruzo em todas as ruas, avenidas,
alamedas e becos, com quem divido o espaço em todos os lugares que freqüento,
de algum modo estive envolvido nas suas teias de aranha, e mesmo angustiado,
deprimido, entristecido, não tive escolha, pois que a solidão e a carência me
habitavam bem fundo, os seus olhares, sorrisos, as testas franzidas, as
respirações sôfregas, os narizes torcidos, fui elencando sistemática e
metodicamente, fui estudando, an-alisando e inter-pretando a critério cada uma,
in-vestig-ando-lhe as intenções e profundidades, as elucubrações e
superficialidades, inocências e ingenuidades, dúvidas e desconfianças, as acuidades
dos gestos, os esmeros da linguagem, arrebiques e ornamentos do estilo, até
mesmo o modo como se vestem, as posturas e condutas nos lugares que freqüentam
com assiduidade e mesmo são convidados a estarem presentes, darem a todos o
prazer e satisfação da relação e convivência efêmera, verdadeiro trabalho de
cientista da filhadaputice, valendo uma obra literária-filósofica que iria vez
por todas colocar-lhe no Olimpo, para que todas as gerações até à consumação
dos tempos o venerasse e adorasse, não mais seria esquecido, mesmo que a raça
humana encontre a perfeição e o bem eternos, o paraíso celestial mudasse de
lugar, passasse a ser no mundo, na terra, no meio das coisas, dos objetos e dos
homens, e todo o passado fosse apenas um engano de percurso, uma inexperiência.
Não fiz qualquer anotação no que tange a isso, tudo ficou em nível da mente, da
razão, da intelectualidade, da sensibilidade, da espiritualidade.
Existe na Última Flor do Lácio uma figura de estilo, o tão famoso
“eufemismo”, que consiste em amenizar a crueza, a contundência das idéias, dos
sentimentos, num exemplo bem simples, “partiu dessa para a melhor”, para não
dizer que “morreu”, o que é um detalhe. Se os idôneos têm características, os
filhosdaputa não. Como iria amenizar com uma figura de estilo, com o eufemismo,
a barra dos filhosdaputa, tornando-lhes seres menos discriminados, rechaçados?,
alfim sou cristão, a cristianidade canta e reza o amor e a compaixão. Se o
idôneo tem características que lhe id-ent-ifiquem o caráter, personalidade, o
filhodaputa tem detalhes que lhe re-velam os comportamentos, atitudes, ações,
suas hipocrisias, farsas, falsidades, aparências, que mostram o nível, grau de
suas palavras. Óbvio é que nada disso é coisa exterior, é sim coisa interior.
Substituindo o termo “interior” por “intimo”, chego ao eufemismo tão esperado.
O filhodaputa tem “DETALHES ÍNTIMOS”.
Como cheguei a isso? Estava assistindo a uma novela cujo tema é a
Ditadura Militar, AMOR E REVOLUÇÃO, o General Guerra conversava com o filho,
Filinto Guerra, que havia sido baleado. Filinto Guerra se referiu aos podres de
ambos, todas as mazelas, crimes, torturas. General Guerra respondeu: “Não tenho
podres”, claro que não, sentava-se no Olimpo da Ditadura, era o poder nu e cru.
Filinto Guerra retrucou: “Detalhes íntimos! Assim está bem?”. Afianço que
apreciei com contundência e êxtase a ironia de Filinto com os seus “detalhes
íntimos”, o mesmo que dizer são eles o que caracterizam as filhasdaputices, que
re-presentam o que é o poder em todas as suas dimensões, especialmente dos
militares.
Algumas vezes tentei, não sem qualquer sucesso, obtive alguns, tecer
considerações intempestivas sobre a Ditadura Militar, mas não atingi os
projetos e objetivos desejados, não queria destilar os ácidos críticos somente
nos militares da ditadura, mas ampliar para todos os tempos, desde lá ao
presente instante, crendo que agora sim estão realizados os projetos, jamais os
“detalhes íntimos” deles, vulgarmente chamados “podres”, serão esquecidos ou
negligenciados, podem agora transitar por todas as ruas, avenidas, becos e
alamedas da cidade que ninguém vai pensar nos podres, mas nos “detalhes
íntimos”. Na época dos índios americanos, dizia-se que “índio bom é índio
morto”, o que pode ser remodelado para os militares, políticos: “bons são o
militar e o político filhosdaputa, assim exercem bem as carreiras”.
(**RIO DE JANEIRO**, 09 DE JANEIRO DE 2017)
Comentários
Postar um comentário