**COMENTÁRIO/DIÁLOGO ENTRE A ESCRITORA E POETISA Ana Júlia Machado E O ESCRITOR Manoel Ferreira Neto A RESPEITO DA CRÔNICA /****DESABAFO RELEVANTE E INDIGNAÇÃO REPUDIA DISCREPÂNCIA/ARBITRARIEDADES QUANTO POLITICAGEM EDITORIAL**/
Ana Júlia Machado
Infelizmente, , por um sonho as pessoas fazem qualquer coisa...mas
erradas. Um dia será lhe dado os direitos...mesmo que seja pós-morte...é o
costume. Ser escritor não dá direito a riqueza...dá o valor de gostar de
escrever...mesmo que injustiçado....Excelente texto e que diz muito sobre a
podridão das editoras e as pessoas que se deixam comprar...
Manoel Ferreira Neto
Incólume verdade, Aninha Júlia. Bom dia. No meu Grupo, Páginas de um
Sonho - Escritores e Poetas está terminantemente proibida qualquer postagem
sobre Editora. Estou até bloqueando as pessoas que postam. Não quero ser
responsável pelas lesões que Amigos sofrerem por parte de Editoras, e postagem
é propaganda de Editoras. Algumas Editoras enviaram mensagens, convidando-me
para publicação em Antologias, entrar em contato com elas. Disse o
"NÃO" categórico. Não entro em barco furaco. Só publico quando sentir
seriedade de Editora, caso contrário, fico sem publicar livros. Já sou renomado
e reconhecido virtualmente. Sinto-me feliz com isto. E mesmo sendo publicado,
jamais deixaria os amigos virtuais, publicar minhas obras virtualmente. É o meu
berço. Por que deixá-lo, mesmo depois de crescido, amadurecido. Não mesmo.
Ana Júlia Machado
E muito bem proibido. É um abuso o que se está a verificar..É mais que
reconhecido meu amigo. Quem dera a muitos a sua sabedoria. E isso, é que faz
mal a muita gente. A inveja é terrível. Tolhe-nos....mas nós não deixamos.
Seguir em frente!
Manoel Ferreira Neto
Conforme a "interpretação" da Pintura de minha companheira
Graça Fontis que ilustra este Comentário/Dialogo: o escritor está em cima
observando a leitora embaixo: sabe que tem leitores, e as Editoras ficam com
seus direitos livremente. Seguimos sempre em frente, Aninha. Nada há que nos
tolha. Aliás, quanto à inveja, tenho um procedimento: quanto mais sou invejado,
mas mostro os meus valores e virtudes. O invejoso acaba explodindo ou sai de
cena.
Ana Júlia Machado
Verdade amigo...o feitiço vira-se sempre contra o feiticeiro.
Ana Júlia Machado/Manoel Ferreira Neto
**DESABAFO RELEVANTE E INDIGNAÇÃO REPUDIA DISCREPÂNCIA/ARBITRARIEDADES
QUANTO POLITICAGEM EDITORIAL**
TÍTULO E PINTURA: Graça Fontis
CRÔNICA: Manoel Ferreira Neto
Cuba-libre... Bebida deliciosa, se produzida no ponto com os seus
ingredientes. Conheço também a palavra como exclamação: quando algo ultrapassa
os limites do bom senso, o mesmo que dizer "Meu Deus... O que é isto! Não
acredito!" Ou simplesmente: "Putz!..." Não me é dado saber se a
embriagues desta bebida é tão absurda assim.
Não há criatura de Deus quem não possua a ciência das arbitrariedades e
gratuidades de Editoras com poetas e escritores desde a recusa de Edição de
obras, e obras de grandes valores literários, como, por exemplo, Grande Sertão:
Veredas, Guimarães Rosa, que fora recusada por Editora - algumas, hoje, são
obras-primas da humanidade, universais -, aos Direitos Autorais, inúmeros foram
lesados.
O grande, imensurável sonho do escritor é ver sua obra editada,
veiculada, divulgada. Mais que sonho, é a sua vida. E o que era a vida torna-se
com simplicidade a morte. E nada se pode fazer ao contrário a menos que as Leis
dos Direitos Autorais sejam revisadas, numa linguagem chinfrim: mais fácil
passar um hipopótamo no buraquinho de agulha de fixar botões do que serem respeitados.
Após vinte e um anos alimentando sonho de ver seu livro publicado,
estando quase a "entregar as cartas", isto é, deixar de lado o sonho,
não mais escrever única palavra, conseguira o escritor uma oportunidade.
Mandara para várias Editoras o seu livro, devidamente encadernado em copiadora,
o valor desta confecção não é barato, ainda incluindo a postagem em Correio, e
a resposta era a mesmíssima: "Não estamos interessados", através de
carta comercial. Os cadernos não foram devolvidos. Por intermédio de amigo,
tendo-lhe entregue um caderno - e este amigo ouviu o pedido: "Por favor,
publicar livro é a minha vida. Ajude-me". Dias depois, a Editora entrou em
contato com o amigo, pedindo que o escritor entrasse em contado para uma
conversa a respeito da obra. Se o escritor tivesse problema cardíaco, ter-se-ia
enfartado tal fora a sua alegria e felicidade. Tentaria de algum modo arrumar o
dinheiro para viajar, ir conversar com o editor. Primo não emprestara a
quantia, dera-lho.
Quando se diz que este métier é mais sujo que puleiro, só se escutam
controvérsias. Quem nele se mete, sabe o que significa. Vende a dignidade, a
honra, o caráter, personalidade. O escritor não podia nem em sonho imaginar o
que lhe estava aguardando.
Fora muitíssimo bem recebido pelo Editor, sendo-lhe oferecido um Whisky
para relaxar, estava tenso, enquanto conversavam.
Sendo ambos conterrâneos, o Editor começara a conversa dizendo:
"Veja você! Se houvesse continuado a residir em nossa cidade, hoje estaria
com um pratinho de lata à porta da igreja. Sou hoje escritor famoso,
empresário, proprietário desta editora." O escritor olhou-o de soslaio,
conhecia com perfeição a sua vida pregressa na cidade, ignorante, estúpido,
radical, preconceituoso... e outras cositas mais. Ficou naquela sinuca de bico:
se não concordasse com a afirmação, jogaria a única oportunidade de ver o sonho
realizado, se concordasse, não diria que fosse injusto com a cidade, tinha
sérios problemas, mas o que lhe acontecera fora de sua responsabilidade:
negligenciava a todos, sentia-se superior. Nada dissera em resposta. "Quem
cala consente", eis o provérbio, assim entendido.
Quem me contara esta história não soubera precisar se o livro fora
editado. Também não me fora dita a razão de alguns meses após numa matéria
jornalística o escritor revelara ipsis litteris o seu encontro com o Editor.
Por algumas semanas não se falava em outra coisa senão isto. Algumas pessoas
chegaram a dizer que, se o Editor fosse à cidade, ter-se-ia de responder às
acusações feitas na matéria jornalística. Verdade é que desde então o editor
nunca mais colocou os pés na cidade.
Alguma coisa de muito séria teria acontecido entre o editor e o escritor
para que este concedesse matéria em tablóide a respeito. Leva-me a crer que o
livro fora publicado, de algum modo fora lesado. Tinha o trunfo em mãos sobre a
fala do editor a respeito da cidade. Dera o troco a critério e linhagem.
Algum tempo mais tarde, no restaurante D´Lucas, Edifício Maleta, Belo
Horizonte, a minha namorada com quem estava eu acompanhado num jantar,
reconheceu o editor. Não dei a menor atenção, não sou deste métier, não me diz
respeito. Não demorou segundos após o reconhecimento, o editor fez um escândalo
escalafobético por alguém na mesa haver se dirigido à sua mulher de modo
indevido, o indevido por sua conta. A pessoa não dissera nada de mais. Verdade
é que se levantou da cadeira, disse dúzias de palavrões, puxara o forro da
mesa, jogando pratos, garrafas de whisky no chão. Um escândalo. Chamou o
garçom, mandou acertar a conta incluindo os prejuízos. Assinou o cheque como se
nada houvesse acontecido. Foi embora com a mulher. Ninguém chamou a polícia, o
que era devido, mas se tratava de escritor famoso, proprietário de Editora.
Não existe aquela realidade de numa entrevista o entrevistador dizer ao
entrevistado: "Qual seria o seu conselho para os novos escritores que estão
começando a sua carreira?" Se conselho fosse bom, dizem as boas e más
línguas, não seria dado, mas vendido. Pois bem... O conselho que eu daria a
quem sonha ser escritor é que jamais abandone as letras, escreva, escreva,
escreva... escreva sempre. Não há problema se não vir um livro publicado, no
futuro esta obra será valorizada e publicada, e quando isto acontecer, quiçá os
Direitos Autorais sejam plenamente respeitados.
(**RIO DE JANEIRO**, 10 DE JANEIRO DE 2017)
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