**SERENA É A ILUSÃO** - Manoel Ferreira
Serena
é a ilusão,
Sobre
ec-sistente abismo,
Tudo
são horas e outroras
Além
de.
Tudo
são aqui-e-agoras
Aquém
de.
As
re-versas veredas,
Os
in-versos e avessos caminhos,
As
sin-uosas trilhas,
Tudo
são sons de silêncio
e
de solidão.
Tudo
são
Silêncios
e solidões
De
sentidos,
Símbolos,
Signos.
Há
fogo, há chamas
de
quimeras e fantasias,
do
gostinho de confins
nas
arribas do instante,
no
esquecimento voluntário.
Serena
é a ilusão,
Mal
refletida na superfície lisa
De
todos os espelhos,
Em
multidão de imagens,
Perspectivas,
ângulos,
De
retinas e íris,
De
arco e flecha,
Traída
pelos verbos de meus
Ossos
e carne,
Re-versada
pelos sonhos
De
minhas veias e sangue,
Pré-(s)-entindo
gastar um quanto
De
minhas carências e urgências:
Poderei
ser rio,
poderei
ser água límpida,
Poderei
ser floresta silvestre,
Poderei
ser verbo de sonhos,
Além
de,
Poderei
ser sonhos nos verbos
De
meu ser
Atrás
todos os desvarios
E
devaneios,
Atrás
ruas, alamedas,
Becos
e avenidas,
Poderei
ser abismos e crateras,
Poderei
ser as asas das palavras,
Poderei
ser o espírito de minhas imaginações
Em
sinuosas trilhas,
Em
tortuosas veredas,
Poderei
ser,
Ouvir-me
ser atrás de mim,
Ver-me
sendo na
Imagem
re-fletida de soslaio,
No
espelho de milhares
De
verdades e in-verdades,
Sublimes
são as palavras,
Poderei
ouvir-me sendo
No
canto dos pintassilgos,
Dos
chapinhas.
Serena
é a ilusão,
Ilusão
de saber,
De
con-templar
No
longínquo do sertão,
Os
campos abertos ao infinito,
De
conhecer os segredos,
Mágias
das palavras,
De
sentidos,
Signos.
Rios
nascem,
Serena
é a ilusão,
Toda
a vida re-nasce, resplandece,
Dou,
ao mar, às águas,
A
alma sentida de todos os versos
E
re-versos,
Os
sentimentos de antanho.
Serena
é a ilusão,
As
esperanças do que há-de vir,
Há-de
ser,
No
severo exercício de traçar
Em
linhas,
Os
horizontes das palavras,
Os
sentidos do coração,
O
sensível da alma,
No
espírito de outros momentos,
De
novos amores,
De
nova fé e esperanças,
Os
vôos rasantes de meus olhos e asas
por
todos
Os
uni-versos.
Manoel
Ferreira Neto.
(21
de abril de 2016)
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