**SENTIMENTOS, EMOÇÕES DO AMOR** - Manoel Ferreira
Gostava
de escrever algo que não declaração de amor, não fosse o amor em versos,
somente dizer os sentimentos, as emoções do amor. Ninguém lesse, e visse,
sentisse poesia, literatura, valores literários. Visse todos sentimentos e
emoções do amor. Vissem-me, Vissem-me o amor.
Há um momento na vida que a necessidade é retirar o amor de dentro, mostrá-lo
nu e transparente. Então para a amada... dizer, revelando-lhe: "Amor, aqui
é o amor que sinto por você. Não é mais preciso de seu mundo mergulhar em
mim, penetrar-me, sentir todos os meus sentimentos por você. Agora não está só
sentindo, agora você está vendo a cores e ao vivo." Através de palavras,
escrever os sentimentos é muito mais grande de enorme, porque as palavras
trans-cendem, mostram o amor na sua trans-cendência, na realidade espiritual. E
elas penetram, mergulham no ser amado,, e no íntimo dela esplende-se, dão a silaba
uma na outra, seguem a senda da vida juntas, o verbo da busca da felicidade. Os
sonhos e esperanças do amor são construídos com sentimentos que nascem,
re-nascem a todo instante outros, carinho, ternura, afeto, afeição, entrega,
compreensão, entendimento, respeito.
Declaração de amor sempre exagera nos sentimentos. Confissão de amor sempre
ultrapassa os limites do bom senso. Não estou me declarando, confessando o meu
amor à amada. Estou dizendo com todas as sílabas das palavras, dizer límpido,
diáfano, transparente. Digo sentindo-me feliz, alegre, satisfeito. Lembra-me
até nesta madrugada os cigarros haverem acabado, saí para comprá-los, uns vinte
e cinco quarteirões até a rodoviária, único lugar aberto. Na trajetória de ida
e volta, , deixei uma coisinha se revelar à vontade dentro de mim. Era o amor.
Ninguém vai acreditar, vão dizer estar eu querendo chamar a atenção, mas num
momento, após jogar a bituca do cigarro fora, abri a boca, e levei a mão, para
re-colhê-lo e acolhê-lo nas mãos feitas concha, senti que ele acariciava a
minha língua. Pedia-me para dizer-lhe em palavras. Só disse: "É, amor...
Pode deixar comigo que vou dizer-lhe em palavras".
Agora, liguei o som, era momento de realizar o pedido de meu amor, dizer-lhe em
palavras, publicar. O mimo da manhã. Claro, acompanhando uma rosa ou bouquet,
ainda não decidi.
Não é interessante? Estas palavras amanhã significarão um momento, momento que
falei de meu amor, disse o meu amor. Amanhã haverá necessidade de dizer, mas
isso é natural, enfim o amor a cada dia aumenta, cresce, amadurece, segue as
suas veredas silvestres.
Manoel Ferreira Neto.
(28 de abril de 2016)
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