COMENTÁRIO DA SECRETÁRIA, ESCRITORA E POETISA ANA JÚLIA MACHADO AO TEXTO /**PEREN-ITUDE DA FELICIDADE**/
PEREN-ITUDE DA FELICIDADE
Manoel Ferreira Neto.
A roda-viva da roda-viva girou...
Meu universo aluindo ruiu,
Mas mais uma vez da argila se consertou...assim somos, algo como um
princípio, processo e termo, entretanto, o pensamento mais que batido e
repetido, que jamais expira, residindo estou, enérgico, até inquietante, que na
transição para o termo, regressa ao princípio – ou meio – numa perpétua
dissimulação de roda -vida.
Mais um cigarro extinto...
A fragrância do amor ainda actua existente em seu físico. Sinais de
amor, jeitos de meiguice são grandezas que patenteiam a elocução da trova que
compassa o ser,
O bem-querer querendo a existência, a existência querendo a semente que
gerará a imortalidade da dita.
E assim se leva a vida…a roda viva da vida…..
Ana Júlia Machado
**PEREN-ITUDE DA FELICIDADE**
Vida... Roda-viva...
Tempo de travessias, da alma do espírito ao espírito da alma, verbo de
sonhos, carne de esperanças, do espírito da alma ao in-finitivo das vontades do
pleno, às verdades in-finitas dos sentimentos mais reluzentes do amor e da
desejância de amar.
Quem me dera o absoluto no interstício das nonadas que exalam as
verdades do efêmero, respingando nas contingências da dor e sofrimento
gotículas frias de desejos do além que habitam o ser para a vocação à
felicidade, para os dons e talentos do êxtase de ser, o clímax de sensibilizar
os instantes dos sonhos. Ai que me dera!...
Vida... Roda-viva...
Miríades de luz diáfana cintilando na solidão do ser, concebendo as
veredas por onde trilhar os volos de sorrelfas do pleno, as sensações de
quimeras do belo e da beleza, e no abismo do tempo a alegria de verdade, inda
que fugazes volos e sensações, o olhar brilhante do contentamento esplendendo
de silêncios as realizações da vida ao amor, única dimensão da trans-cendência
de cuja eidética sin-estética des-abrocha o espírito do ser, verbo de buscas e
metáforas das sublim-itudes para o ser da morte, para a morte do ser.
O homem não morre, sejam quais forem suas obras, suas personalidades e
caráter, ficam importadas, o que morre é o verbo da alma que foram sonhos e
esperanças da vida. As almas penalizam no inferno das metafísicas pretéritas.
Os espíritos paradizem no jardim solene as palavras, o prazer do olhar, o
deleite das emoções.
Gestos de carinho, atitudes de ternura são dimensões que re-velam o
verbo da canção que ritma o ser, fá-lo esvoaçar horizontes e universos, fá-lo
per-vagar no infinito, bailar as emoções da felicidade, alimentando-se da seiva
do eterno, e contingenciando na intimidade do amor a verdade do espírito que
está visível no olhar, está presente no coração, está viva na alma, está
pulsando no corpo, amor bonito, amor forte, amor que veio para ficar, plenizar
o tempo de conquistas, o leque dos sonhos emanando o vento delicioso de outros
desejos, vontades - como é gostoso a entrega e o sentir!...!, volos de prazer,
êxtase - amor há-de ser forte, emoções rebeldes, sentimentos que trans-cendem o
real dos tabus, dogmas, preceitos, há de ser suave, sereno, entrega terna,
síntese da perfeição entre o efêmero e a verdade do eterno, imortal, verdade
que segue as margens do rio lenta e paulatinamente, tecendo as ondas da água
viva do há-de vir no percurso do deslize simples e espiritual - quem disse que
as águas não são espírito da vida? Quem a elas se entrega espiritualiza-se de
verbos-rios do absoluto - ao longo dos toques e carícias do subjetivo de amar,
o amor amando a vida, a vida amando o sêmen que conceberá a peren-itude da
felicidade.
Manoel Ferreira Neto.
(19 de abril de 2016)
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