COMENTÁRIO DA ESCRITORA E POETISA ANA JÚLIA MACHADO AO TEXTO /**NA SUA PLEN-ITUDE, O SENTIR**
NA SUA PLEN-ITUDE, O SENTIR
Manoel Ferreira Neto.
No cadeirão de meus devaneios, onde vislumbro a pujança do amor, o que
concebe a grandeza do sentir. Mas, descomposto e desaparecido, alheio o
além-mundo, escuta-se um murmúrio, o vendaval flagela os mastros, enquanto as
ramagens empalidecidas do frio confidenciam. Em meio ao horto concebo do
isolamento, momentos nostálgicos ciciam, não tem sofrimento e nem pigmentação,
é apenas um poema silente, por atrás da parede, que minha alma desmaiada
berra...
No emudecimento de minha alma, na insânia de minha mágoa, no marasmo de
meu repouso, representa a intenção do bem-querer, um bem-querer herege quiçá,
irónico quem sabe, uma suspeita fracassada, contudo sumptuoso, que carcome o
meu físico me asfixiando e largando-me em sacrifícios, em desacertos
inalteráveis.
O emudecimento é o bem-querer. O isolamento é a luminosidade que alumia
o bem-querer.
Adejo. Adejo. Adejo. Resido abalando à demanda do que me faculta alma...
Ana Júlia Machado
**NA SUA PLEN-ITUDE, O SENTIR**
Sentir, viver o sentido, vivenciar os desejos que nele habitam, que nele
residem, que nele moram. Sentado na poltrona, confortavelmente re-costado.
Chama-me a atenção a força do amor. Voo, deixo-me livre, toque singelo, toco a
distância. Olho em todas as direções, florestas, mares, rios, abismos, voo. Os
horizontes me pertencem, estou indo à busca do que me dá alma, do que preenche
as falhas e ausências, do que faz em mim nascer outros sentimentos, outros
sonhos. Deixei os pretéritos preterizando o vivido, as vivências, os éritos
eritizando as experiências. Para o hoje ser na sua plen-itude, o sentir de
agora se des-faz. Para o amanhã chegar na sua etern-itude, sonhos e esperanças
se refazem, re-nascem, re-constituem-se, inovam-se, renovam-se. Ecos distantes
no além do tempo.
Quero leveza de asas, velocidade de círculos. A jornada é longa. Reflete
o luar o amanhecer, alvorecer de outras ilusões - ilusões são mensagens de
esperanças -, fantasias - fantasias, poemas lançados aos universos à busca do
eidos das verdades, alimentando-se dele para no tempo ser verbo, para ser
dimensão do sonho, e não quimeras da mitologia grega com suas eternas mensagens
de outras dimensões da vida a fim de esconderem as viperinidades de Sodoma e
Gomorra, atrás da mitologia, as trevas, esquizofrenia, esquizoidia.
O silêncio é o amor. A solidão é a luz que ilumina o amor.
Voo. Voo. Voo. Estou indo à busca do que me dá alma...
Manoel Ferreira Neto.
(29 de abril de 2016)
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