**CÂNTICO DIVINO DO AMOR* - Manoel Ferreira
Ad-jacente alvorecer nutrindo de volúpias e êxtases a alma-essência do
eidos da con-templação do verbo de ser, o espírito-eidos de templar no cântico
divino do amor a neve lívida a re-colher e a-colher no silêncio paráclito o
sonho da vida, para além da janela aberta esplende os flocos aos horizontes e
uni-versos da vida, concebendo a volúpia do desejo da solidariedade, compaixão,
amor-eidos das mãos dadas na jornada da plen-itude, jornada do tempo.
Tempo de neve nos interstícios do coração, o friozinho delicado acorda
emoções desde a eternidade à eternidade, emoções que exalam o verso-princípio
da poie-lética do absoluto e efêmero, desperta chamas do fogo íntimo que choram
ao brilho do sol, vertem quimeras no indizível do vento que perpassa a montanha
coberta, invisível ao olhar nu dos linces-finces e fecunda a visão íntima da
inspiração no âmago, seio do desejo da querência da perpetu-itude do belo, da
beleza, da estética da leveza do ser, da sorrelfa po-emática da suavidade do
verbo amar, simpleza do sentir profundo a luz que cintila iríasis da
felicidade. Amar: desde a fonte que jorra águas límpidas ao percurso do tempo
que epigrafia as esperanças im-perfeitas sob as ondas da luz, eis a buarqueana
canção da vida, da ec-sistência, eis o amanhã que haverá-de ser o verbo-tempo
da eid-itude do pleno ser do in-fin-itivo verbo da morte que esplende suas
nonadas-eidos às re-vers-itudes da neve que coracionaliza a fonte-genesis da
vida-vida. Eis aqui, con-templando a neblina-neve à soleira da imaginária
lareira, retro-sentindo a imagem plácida e flácida do ser-eterno de sonhos e
esperanças, só tenho isso para oferecer, amor e fidelidade aos
verbos-princípios da aurora de re-começar o espírito da sensibilidade, a alma
da sub-jetividade buscando as estalactites da perpétua gruta.
Amanhã serei ilusões, serei fantasias, serei sorrelfas, mas no tempo de
mim na eternidade serei o não-ser à busca das contingências do ser das
poie-léticas.
Amanhã vers-ificarei de metáforas respingadas da neve genética do
efêmero as volúpias do amor que, em fecundando a alma de inspiração do belo,
segue o ser às esperanças da felícia plena, na continuidade do tempo as
dialéticas da linguística do nada, do puro. Amanhã vers-ejarei de sinestesias
do perene o verbo de sentir bem profundo, o intimo na conchinha das emoções, o
prazer transcendente, espiritual do "eu" que, de pretéritos em
pretéritos, vires-a-ser em vires-a-ser, compondo de érisis do sonho, quiçá
algum raio de luz incidindo nos pinguitos de garoa projete em mim o verbo da
inspiração que ilumina o eidos da espiritualidade.
Poeta não serei, escritor tão menos, serei apenas um sonhador que
esplende sua alma aos uni-versos do mundo carente da verdade.
E mesmo assim, não há duvidar: a vida plena está em questão.
Manoel Ferreira Neto.
(17 de abril de 2016)
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