COMENTÁRIO DE MINHA SECRETÁRIA, ESCRITORA, POETISA, CRÍTICA LITERÁRIA, ANA JÚLIA MACHADO, AO CAPÍTULO DA TESE SUBTERRÂNEO DO ESPÍRITO, /*DESEJO DE REDENÇÃO E VONTADE DE PODER*/
A escolha é invisual e ávida, uma possança que permaneceria para além
das nossas sensações. Una, ela patenteia tudo que observamos, é a essência que
forma a vida. Mas para Nietzsche, a Escolha não permanece fora do Universo, ela
se dá na conexão, ou seja, é multíplice e se exibe como concretização
autêntica. Sendo assim, o Universo seria esta contenda pertinaz, sem sensatez
exequível, somente pressão que se demonstra pela movimentação, às vezes débil,
outras vezes intensa.
A vida é Eleição de Poder, mas não se logra limitá-la somente à vida
organizada; ela permanece assistente em tudo, desde resistências atrações
simples até à complicação do intelecto humano. É aquela que busca difundir-se,
exceder-se, unir-se a distintas e se volver superior. Tudo no mundo é Vontade
de Potência porque todas as robustezes buscam a sua exclusiva ampliação. A
vontade de avassalar, produzir-se mais possante, compelir outras robustezes
mais débeis e absorve-las. A vaga melodiosa que se amplia, o imame que alicia,
o alvéolo que se reparte concebendo o mesclado orgânico, o besta que reprime o
outro são modelos desta Vontade que não acha uma posição de descanso, mas busca
eternamente expugnar mais.
Nietzsche alega que o homem não logra e não deseja somente preservar-se
ou adequar – se para resistir, só um homem enfermo pretenderia isso; ele quer
dilatar, subjugar, conceber apreços, dar sentidos exclusivos. Isto exprime ser
atuante no mundo, gerar suas exclusivas circunstâncias de poderio. É um
concretizar-se no encontro com distintas possanças.
Por isso não concederemos a exibição que os servos dão de poderio. Esta
não pode ser patenteada como um lugar a se regressar ou algo a se conceber, não
é uma exibição, um símbolo. A Vontade de Potência não é a eleição desejando
poderio, não exprime que a eleição quer um poderio que não possui. A potência
não é algo que consiga ser exibido. Isso é ajuizar transversalmente por valores
já instituídos. Para Nietzsche é precisamente o oposto: a Potência é aquilo que
deseja na Eleição. E o que é o poderio? É um perpétuo enunciar-sim. A potência
se assevera na eleição quando afirma “Sim” ao acontecer. É a asserção clara de
sua exclusiva concretização, a exultação procede da asserção. E o sentido é o
produto destas energias.
E apenas através de Nietzsche, sendo conclui e absoluta de si, a Vontade
de Potência pode ser aquilo que concede sentido e gera valores. Ela medra e se
supera. Não há carência a ser atestada, é superfluidade que extravasa. Ela não
procura, ela lega; não busca, gera; não sorve, constitui; não impõe, cria; não
requer, edifica. E este é a incumbência e direito do pensador: gerar valores
Desejar libera: vede a verídica sabedoria da eleição e da independência
– assim Zaratustra leciona a vós […] Para longínquo de Divo e das divindades me
aliciou essa escolha; que possuiria para gerar, se considerasse – divindades!
Mas para o ser humano continuamente me empurra minha ebuliente escolha de gerar
– Nietzsche, Assim falou Zaratustra
Desta conformação, se funda uma escala onde quaisquer energias são aptas
de ordenar e outras conduzidas a acatar, a robustez do físico depende disso. É
com este entendimento de energias intensificas e apáticas que Nietzsche gera
seu procedimento linhagista e projeta executar a transvaloração de todas as atitudes.
Sua sabedoria arroga que é imprescindível ao homem hodierno reapropriar-se de
sua Vontade de Potência para conseguir retornar a conceber valores. Produzir
experiências, fundar novas categorias, superar os valores de sua época. Só
assim arriscará exceder a si próprio e liberta-se do invólucro de resistência
que a coletividade instalou em si há eras. Só a Vontade de Potência consente
uma investigação permanente apta de perceber o mundo sem ceder para elucidações
transcendentes e hábil de legar novos sentidos, excedendo os vigentes.
E percebem… o que é para mim o Universo?… Este mundo: uma aberração de
energia, sem início, sem termo, uma escorada, de conceder coloração à dimensão
de força… uma administração sem desembolsos e faltas, mas igualmente sem adições,
ou benefício,… mas antes como robustez ao mesmo tempo um e numeroso,…
continuamente transformando, sempre apelantes… desagregando do mais acessível
ao mais multíplice, do imóvel, mais hirto, mais fleumático, ao mais
incandescente, mais selvático, mais incompatível consigo próprio, e logo outra
vez… esse meu Universo bacanal do eternamente-criar-a-si-próprio, do
eternamente-destruir-a-si-próprio, sem meta, sem escolha… Esse Universo é a
eleição de poderio — e patavina além disso! E igualmente vós exclusivos existis
essa escolha de poderio — e nada além disso! – Afirma Nietzsche.
E para finalizar o que não tem fim….Porque o desejo de redenção e a
vontade de poder leva a muitas questões sem réplicas e porque o ser é
excessivamente complexo e egocêntrico…é o eu quero, posso e mando e será
eternamente assim….Não há teoréticos e filosóficos que nos valham…o mundo é
mesmo uma sebentice….Porque a humanidade é invisual e sôfrega de poder e
hedionda….
Liderar não é obrigar, mas espertar nos distintos o arbítrio de
edificar.
Realidades que não retornam para trás, A pedra arremessada, a fala
exposta, a oportunidade desaparecida e o tempo ido.
Rir por patavina é estar desgostoso sem razões, sentir-se solitário no
centro da população, é a cobiça sem sentido, a carência de um rir, o anseio de
um afeto; é enlaçar com convicção e oscular com vontade, é o desejo de
jornadear com a satisfação, é ser alegre de realidade.
Ana Júlia Machado
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