#AFORISMO 714/SOLIDÃO DO SILÊNCIO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Epígrafe:
"A solidão não cai como um milagre no colo de ninguém. Mister
conquistá-la!"(M.F.N)
Sentir, viver o sentido, vivenciar os desejos que nele habitam, que nele
residem, que nele moram.
Sentado na poltrona, confortavelmente re-costado. Chama-me a atenção a
força da liberdade. Voo, deixo-me livre, toque singelo, toco a distância,
vislumbro o invisível. Chamaria a distância de "mistério"?
Chamá-la-ia "enigma"? O que me impede de segui-la? Não estou
agrilhoado a ninguém, não estou algemado a coisa alguma. Pergunto-me: "Por
que só agora com-preendo, entendo sou por mim?"
Olho em todas as direções, mares, rios, abismos, voo. Os horizontes me
pertencem, estou indo à busca do que me dá alma, do que preenche as falhas e
ausências, do que faz em mim nascer outros sentimentos, outros sonhos. Eis a
carência aqui e agora. Eis o momento.
Deixei os pretéritos preterizando o vivido, as vivências, os éritos
eritizando as experiências. Para o hoje ser na sua plen-itude, o sentir de
agora se des-faz. Para o amanhã chegar na sua etern-itude, sonhos e esperanças
se refazem, re-nascem, re-constituem-se, inovam-se, renovam-se. Ecos distantes
no além do tempo.
Quero leveza de asas, velocidade de círculos. A jornada é longa. Reflete
o luar o amanhecer, alvorecer de outras ilusões - ilusões são mensagens de
esperanças -, fantasias - fantasias, poemas lançados aos universos à busca do
eidos das verdades, alimentando-se dele para no tempo ser verbo, para ser
dimensão do sonho, e não quimeras da mitologia grega com suas eternas mensagens
de outras dimensões da vida a fim de esconderem as viperinidades de Sodoma e
Gomorra, atrás da mitologia, as trevas, esquizofrenia, esquizoidia.
O silêncio é a liberdade. A solidão é a luz que ilumina a liberdade.
Voo. Voo. Voo. Estou indo à busca do que me dá alma...
(**RIO DE JANEIRO**, 29 DE ABRIL DE 2018)
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